Presidente da Petrobras usa comunicação institucional e área de divulgação de sua imagem
Leia a coluna JC Negócios
Em três meses de atuação à frente da Petrobras, o ex-senador pelo PT-RN Jean Paul Prates virou o centro das atenções na área de comunicação institucional da empresa, sendo personagem de ao menos 20 das 40 notícias produzidas pela área da comunicação da empresa.
Antes dessa solenidade, o Presidente da Petrobras foi homenageado pela longa parceria com Theatro Municipal no último dia 23 de março, o que irritou o cerimonial da Presidência da República uma vez o presidente Lula se deslocara para o Rio de Janeiro para o lançamento do novo decreto do fomento cultural.
A notícia produzida dá forte destaque a homenagem com fotos dele recebendo a comenda quando disse que a companhia fortalecerá as iniciativas de patrocínio cultural da Petrobras. No último ano, a empresa investiu R$ 28 milhões no segmento.
Não foi uma notícia isolada. Nos últimos três meses, a Agência Petrobras produziu notícias que vão desde sua primeira passagem pela Bahia como presidente da Petrobras, onde garantiu que a companhia fica no Estado e ainda vai reforçar os investimentos locais.
Ele esteve dia 14 de março no Senado Federal, em Brasília (DF), na reunião de reinstalação da Frente Parlamentar de Recursos Naturais e Energia.
Uma semana antes (9), ele esteve em Houston (EUA) onde, na companhia de Rodrigo Favetta, CFO do Pacto Global da ONU no Brasil, assinou o termo de adesão ao Movimento Mente em Foco do Pacto Global da ONU no Brasil. A visita foi acompanha pelo encontro com líderes das maiores empresas de energia do planeta na CERAWeek.
O comportamento de Prates chama atenção porque depois do escândalo do petróleo na Lava Jato a área institucional da empresa implantou um padrão impessoal na sua comunicação onde evitou destaque a sua diretoria e até mesmo dos presidentes.
Essa área é a que cuida dos comunicados da empresa ao mercado e reproduz os documento da CVM e do Conselho de Administração e raramente tratava com destaque visitas de autoridades ao presidente da empresa.
Eleito como 1º suplente da atual governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, Jean Paul Prates assumiu por quatro anos como representante do estado.
Não foi por outra razão que ao assumir Jean Paul Prates fez questão de participar da solenidade que abriu as comemorações pelos 70 anos da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), na sede da entidade, em Natal (RN), na noite desta sexta-feira (24/2).
Ao longo de seus primeiro três meses ele fez questão de estar na companhia de vários ministros.
Prates recebeu presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, acompanhado da Governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra.
Assim como recebeu os deputados federais do Rio de Janeiro quando apresentou o Plano Estratégico da Petrobras que prevê a implantação de 18 plataformas do tipo FPSO até 2027, sendo 15 delas no Rio de Janeiro.
Na verdade, esse comportamento midiático sempre foi uma marca dele. No Governo Wilma de Faria, quando foi secretário de Desenvolvimento Econômico, e implantou o primeiro plano estratégico de geração de energia eólica, Prates sempre fez questão de estar à frente do noticiário.
No Senado, ele se posicionou contrário à privatização da empresa e aproximou mais ainda do PT, ele foi relator de dois projetos de lei com o objetivo de intervir no preço dos combustíveis e que alteram a tributação do setor. Os dois textos estão parados na Câmara dos Deputados.
Advogado de formação, integrou a assessoria jurídica da Petrobras Internacional (Braspetro), no final da década de 1980 e, nos anos de 1990, fundou a própria consultoria para a área de petróleo.
Ao ser indicado para assumir a Petrobras, ele viu nos cargos da diretoria da empresa remanescentes do governo Jair Bolsonaro e se cercou de aliados e sindicalistas na montagem de seu time de assessores.
Por exemplo, sua equipe pessoal atualmente composta por 11 pessoas, três são vinculadas à Federação Única dos Petroleiros (FUP) que apoia ele nas suas publicações aos petroleiros.