Contra fatos não há argumentos. A decisão de manter a isenção de importação de US$ 50 condenou as grandes empresas brasileras do varejo que atuam nos segmentos de roupas, acessórios e produtos de valor até R$ 250 a saírem do mercado por absoluta falta de competitividade.

Os balanços de 2022 - que focaram no esclarecimento de adequação dos grandes varejistas às normas de risco sacado - devem dar lugar a esclarecimentos de perdas de vendas nos documentos relacionados ao primeiro trimestre de 2023 retratando um fenômeno que cresceu já a partir de outubro passado quando a onda de comprar na Shein varreu mercado do modas.

Redes como Marisa, Riachuelo, Hering, Track and Field, Animale e Farm (Grupo Soma) C&A, Renner, Lis Blanc e  Dudalina (Grupo Restoque) viram as clientes abandonarem suas araras de produtos mais baratos para comprar na Shien que, pela variedade de modelos, praticamente cobre todo os market share de suas linhas.

Para completar, esse kit de produtos inclui modelos G, GG, Large (grande) XL - Extra Large (extra grande) XXL - Extra Extra Large (extra extra grande), o chamado Plus Sise que as empresas brasileiras de moda praticamente não oferecem já que focam na cliente jovem modelo P, M e no máximo G. Exatamente, a que migrou para as redes asiáticas.

Liderados pelo Instituto do Desenvolvimento do Varejo (IDV) que, ano passado, contratou McKinsey & Company para um dos mais robustos levantamentos do estrago que as plataformas estavam fazendo no mercado brasileiros chegando a uma perda de impostos diretos da ordem de R$ 50 bilhões, o varejo tenta uma solução mínima sugerindo o “Modelo Amazon” que, respeitando a legislação americana. Faz a tributação das compras de produtos importados como já ocorre na plataforma no momento de fechamento da transação.

Para o governo seria uma forma de “perder menos” pois nele, o Fisco recebe o valor do imposto rapidamente, por meio de uma separação dessa cobrança que acontece pouco depois do pagamento até porque a plataforma estruturou seu algoritmo não para pagar imposto no Brasil, mas para não deixar de pagar nos Estados Unidos, cuja Receita Federal está atenta na tributação das vendas internas.

Esse conceito não tem nada comparável na China.

E, ainda que seja aplicado, não vai pegar o que as plataformas vendem pois elas se desenvolveram para atuar exatamente no segmento popular de produtos até US$ 50 que em países como o Brasil são isentas.

Acima de US$ 50 quem faz importação não é a Shein ou a Shoppe, mas as próprias empresas brasileiras e ate outras grandes tradings chinesas e americanas que pagam a tributação normal. Tanto que a Alibaba que atua num segmento acima já fez até acordo com os Correias para fazer a entrega no ela chama de “última milha” que é a entrega do produto.

Talvez o maior problema do governo hoje seja a pressão que deve começar a subir quando grandes empresas de varejo começarem a apresentar balanços com prejuízos, em 2023, destacando nos informes a perda de competitividade pela assimetria tributária com as plataformas asiáticas.

Isso tem a ver com o volume de impostos que elas recolhem a receita federal e aos estados. Vai bater nas Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Programa Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) que compõem o eixo da arrecadação do governo no varejo.

O estrago do modelo asiático, entretanto, não foi sequer percebido pelo Governo Lula que nesse momento não está preocupado com esse tipo de perda de arrecadação. Embora tenha tomados medidas de proteção como o voto de qualidade e a redução do valor de alçada para acesso ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

Ou, como o próprio Fernando Haddad, disse o governo quer mirar nas cerca de 400 ou 500 empresas com superlucros que deixariam de arrecadar R$ 400 bilhões a R$ 500 bilhões ao Estado. O Conceito de Robin Hood pode ser bom para o Governo Lula dizer que está querendo focar em que pode pagar mais imposto ao mesmo tempo que isenta as pequenas compras, mas a questão é que revela a falta de estratégia e capacidade de defender a arrecadação em todos os níveis.

No fundo, quando Fernando Haddad perde, como perdeu, a batalha de comunicação para a primeira-dama Rosangela Lula da Silva - que garantiu na China que a isenção dos US$ 50 iria continuar - ele perde a capacidade de endurecer com os demais setores da economia com potencial contributivo.

Especialmente, o varejo propôs soluções como o Modelo Amazon, mas que em breve vai culpar as empresas asiáticas pelos seus balanços em vermelho ao longo de 2023.

PIX exportação

Lançado em novembro de 2020 e tendo se tornado o meio de pagamento preferido dos brasileiros em 2022, o PIX já atrai a atenção de países da América Latina passaram a ter interesse em um sistema semelhante em seus Estados. Em 2022, dos 195 bilhões de transações de pagamentos em tempo real registrados em todo o mundo, cerca de 29,2 bilhões foram realizadas no Brasil. De acordo com o Banco Central, ao todo foram 122,4 milhões de transações diárias realizadas e o valor movimentado chegou a casa de R$ 62,8 bilhões.

Portabilidade

A Anatel definiu que a portabilidade numérica dos números de telefones terá mais uma etapa de confirmação. A mudança começa segunda-feira para usuários pessoas físicas do DDD 64 e será expandida para os outros DDD’s de forma gradual. Com isso, o cliente que solicitar a portabilidade de seu número de telefone móvel receberá uma mensagem informativa na tela do celular e um SMS para confirmação do pedido de mudança de operadora. Caso o cliente não responda a mensagem neste prazo, o processo é paralisado.

Renda da classe C

Relatório Consumer Insights da Kantar, líder global em dados, insights e consultoria revela que a Classe C é a única que ainda não recuperou os patamares pré-pandemia, e a que mais reduziu volume durante a pandemia.

Canadá aviação

Em tempo de crise o Brasil cada vez mais compra avião. No ano passado, na contramão, o Brasil elevou em 525% a importação de aeronaves e outros equipamentos (incluindo suas partes) no primeiro trimestre de 2023, totalizando US$ 45 milhões (FOB). São aeronaves vendidas pelas Bombardier  com sua linha de jatos executivos Challenger.

Criatividade

O Shopping Costa Dourada será anfitrião do World Creativity Day (WCD) 2023 – ou Dia Mundial da Criatividade. A programação é gratuita e ocorre neste sábado (22), na sua Praça de Eventos . Durante dois dias, o público confere mostra de curta-metragens de realizadores do Cabo de Santo Agostinho, palestras diversas e uma edição especial da Feirinha do Vale da Lua.