Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

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Por Fernando Castilho
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O dia em que Mara Gabrilli voltou a andar

O equipamento possibilita a locomoção de pessoas que perderam movimentos do corpo e que precisam aprimorá-los em consequência DE lesão medular, Parkinson, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, traumatismo crânioencefálico, entre outros.

Fernando Castilho
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Publicado em 27/04/2023 às 17:30 | Atualizado em 27/04/2023 às 22:18
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Mara experimentou e caminhou com um exoesqueleto que é um projeto de três estudantes de engenharia fundadores da startup francesa Wandercraft, criada em 2012. - FOTO: DIVULGAÇÃO

Todo mundo conhece a historia de vida da senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP). Aos 26 anos ela quebrou o pescoço em um acidente de carro. Já se passaram 29 anos, mas ela se tornou conhecida por três coisas. Seriedade de sua conduta com líder dos direitos das pessoas com deficiência, a firmeza de suas convicções políticas e seu largo sorriso.

Esta semana, a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) esteve durante três dias nos Estados Unidos para conhecer uma revolucionária tecnologia voltada para reabilitação de pessoas com deficiência e por ser uma entusiasta das possibilidades advindas da tecnologia assistiva. E depois de quase 30 anos ela pode voltar a caminhar com a ajuda de um exoesqueleto.

Trata-se de um exoesqueleto batizado de Atalante que funciona como um suporte para que pessoas com algum tipo de paralisia possam ficar de pé, eretas, e se moverem de maneira multidirecional e com braços livres.

Mara fez muitos anos de fisioterapia e exercícios físicos diários para conseguir, 21 anos depois, a recuperação parcial dos movimentos nos braços. O resultado desta dedicação é a habilidade de pilotar a própria cadeira de rodas sem a necessidade de alguém que a empurre.

O exoesqueleto Atalante que Mara experimentou e caminhou com ele, é um projeto de três estudantes de engenharia fundadores da startup francesa Wandercraft, criada em 2012.

O equipamento possibilita a locomoção de pessoas que perderam movimentos do corpo e que precisam aprimorá-los em consequência, por exemplo, de sequelas de AVC (acidente vascular cerebral), lesão medular, Parkinson, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, traumatismo crânioencefálico, entre outros.

A ideia é dar a possibilidade de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida terem uma tecnologia que possibilite movimentos em múltiplas direções. O objetivo é que futuramente, usando o exoesqueleto, os usuários também possam realizar tarefas do dia a dia, como atividades domésticas, permitindo assim mais autonomia e longevidade.

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um exoesqueleto batizado de Atalante que funciona como um suporte para que pessoas com algum tipo de paralisia. - Divulgação

A principal inovação do Atalante é que ele dispensa o uso de andadores. O paciente “veste” o exoesqueleto e uma vez que o robô contém um sistema de controle de equilíbrio, permite maior estabilidade. Isto é, mesmo que o paciente se incline e faça movimentos com o tronco, o robô mantém o equilíbrio sem cair.

"Não sou a mesma pessoa depois de testar esse equipamento. São 28 anos desafiando a inércia e a gravidade desde que quebrei o pescoço. Sempre trabalhei para resgatar movimentos. Chegar ao momento de andar com o auxílio de uma tecnologia que usa a força do meu próprio corpo é a prova de que todo esforço valeu a pena. É um universo de possibilidades que se abre", afirmou Mara após testar o exoesqueleto.

O equipamento funciona com uma programação de acordo com o objetivo do paciente. Ele pode se inclinar, sentar e levantar, andar de frente, de costas e de lado, além de subir degraus. Essa condição é crucial para que o Atalante seja usado por pessoas com diferentes tipos de comprometimento de mobilidade.

A senadora participou do encontro com profissionais de renome mundial em reabilitação e estava acompanhada de Linamara Rizzo Battistela, Professora Titular de Medicina Física e Reabilitação da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, coordenadora da Rede Lucy Montoro de Reabilitação, a maior rede pública de reabilitação do Estado.

Linamara coordenou junto à Organização Mundial da Saúde (OMS) a publicação “Diretrizes para o Fortalecimento da Reabilitação nos Sistemas de Saúde”, documento parâmetro para os países membros da OMS para garantir a saúde e melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência, que no mundo somam 1 bilhão.

De acordo com Linamara, que acompanhou os testes a convite de Mara Gabrilli, a possibilidade de trazer o Atalante para o Brasil significaria uma revolução na saúde dos brasileiros, além de inspiração para cientistas, que poderão desenvolver tecnologias de reabilitação genuinamente nacional. “É uma referência importante para criarmos equipamentos que atendam hoje quem não tem acesso a serviços de saúde e reabilitação, pensando num conceito muito mais amplo, que é o de longevidade e qualidade de vida”, afirmou a médica.

A missão da senadora, que aconteceu entre os dias 24, 25 e 26 de abril em Nova York, Estados Unidos, teve como principal objetivo contribuir com a efetivação de uma possível parceria e compartilhamento de tecnologia, para o desenvolvimento de uma pesquisa pioneira no Estado de São Paulo.

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