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Nova política de preço da Petrobras permite tudo, inclusive, o Governo não subir o preço quando for necessário

Presidente da petrobras diz que objetivo é que a Petrobras se beneficie de suas vantagens competitivas repassando isso ao cliente.

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Fernando Castilho

Publicado em 16/05/2023 às 12:00 | Atualizado em 16/05/2023 às 12:54
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Os comunicados do Banco Central que define as taxas de juros são conhecidos pela linguagem hermética que levam a várias interpretações dos analistas sobre o que significa na pratica determinadas frases.
O comunicado escrito da Petrobras sobre a aprovação de sua nova estratégia comercial de diesel e gasolina foi nessa direção embora as ações da companhia na primeira hora do pregão da Bolsa de Valores tenham subido.

Mas no final a questão é que o governo aproveitou o momento da queda dos preços internacionais (que entre 14 de abril e 12 de maio caiu de US87,77 o barril para US 74,46) para correr para o abraço da população anunciando uma redução 12.6% nos preços da gasolina pura nas refinarias, 12,8% nos preços do óleo diesel também puro e do GLP de 21,3% nos preços dos GLP (gás de cozinha).

Até porque não fazia sentido anunciar uma mudança na política de comercialização da Petrobras sem que na mesma ocasião não se mostrasse uma efeito prático da mudança da PPI (Política de Paridade internacional) para o que o governo Lula chama de “abrasileiramento” da política comercial da empresa.

No geral pode-se dizer que enquanto os preços do petróleo estiveram estáveis ou em baixa a Petrobras vai se aproveitar de suas vantagens competitivas de produção para definir seus preços. O que, naturalmente, se pressupõe para baixo. E que nos casos de subida de preços internacionais, a empresa vai se adequar não descartando seu impacto segundo disse o presidente da companhia Jean Paul Prates.

Prates disse na sua entrevista que o objetivo é que a Petrobras se beneficie de suas vantagens competitivas repassando isso ao cliente. Vai se afastando da paridade internacional para a importação, mas advertindo que no caso de volatilidade (para cima, é claro) isso será refletido no preço.

Certo. Mas qual a diferença se na hora que o preço subir a empresa vai refletir isso?

Bom, pelo que disseram tanto o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira como o presidente da empresa, Jean Paul Prates a diferença está no controle da política de comercialização pela empresa e pelo governo. Sem estar vinculado ao PPI que se resumia a subiu repassa tudo e se baixa vamos esperar um pouco.

No fundo, e ainda sem se saber de fato como isso vai se dá na bomba da esquina, o fato é que o presidente Lula paga mais uma de suas promessas de campanha e ainda baixando o preço dos produtos da Petrobras para os consumidores.

Esta fazendo isso num momento em que os preços no mercado internacional estão em baixa (US 13,31 o barril em 30 dias)? Sim. Não faria sentido anunciar essa nova estratégia de comercialização sem mostrar um fato concreto.

Além disso, na verdade é que a Petrobras hoje está vendendo tanto o diesel como a gasolina mais caro que o mercado internacional. Segundo a Associação Brasileira das Importadoras de Combustíveis (Abicom) os preços praticados pela empresa estão 15% mais caros que os importados (R$ 0,42, o litro) da gasolina e 9% mais caros que o importado (0,28) no caso do diesel. Para ser honesta, a Petrobras tinha mesmo gordura para cortar seus preços.

Vai se sustentar daqui para frente? Tomara que sim. Até porque segundo dizem o ministro e o presidente da empresa o objetivo da empresa é continuar entregando resultados embora isso a agora se dê dentro de uma estratégia que o Governo controle mais variáveis do que apenas seguir a cotação do preço no mercado internacional.

Mas aí ja vai ser outro momento. E mesmo se subir é importante não esquecer que esse ano nem gasolina sema o oleo disel havia subido como no ano passado.

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