Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

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Por Fernando Castilho
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A executivos da Amcham, JCPM diz que compromisso com as pessoas é ação que o empresário deve buscar sempre

O presidente do Grupo JCPM, João Carlos Paes Mendonça, falou no CEO Fórum, da Amcham, no Teatro RioMar, para um público de 300 executivos

Fernando Castilho
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Publicado em 19/06/2023 às 20:00 | Atualizado em 20/06/2023 às 8:56
Gabriel Ferreira
Marcelo Silva com João Carlos Paes Mendonça no CEO Fórum 2023 - FOTO: Gabriel Ferreira

Ao participar do CEO Fórum, da Amcham, na tarde desta segunda-feira (19), o presidente do Grupo JCPM, João Carlos Paes Mendonça, relembrou sua trajetória de empreendedor, que começou no povoado de Serra do Machado, em Sergipe, ao lado do seu pai, Pedro Paes Mendonça, cuja visão de empreendedorismo sempre focou as pessoas.

João Carlos falou ao lado do consultor empresarial Marcelo Silva, da empreendedora social Alcione Albanesi (Amigos do Bem) e dos executivos João Pedro Paro (Pacto pelo Esporte) e João Bosco (Terphane). O CEO Fórum aconteceu no Teatro RioMar, no Pina, Zona Sul do Recife, para um público de 300 executivos.

A vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause, representou a governadora, Raquel Lyra, e falou sobre desafios da nova gestão estadual. Um deles é o de, independentemente da reforma tributária, desenvolver a formatação de um nova política tributária que pratique justiça social e corrija distorções que foram se acumulando ao longo do anos. Outro é manter o projeto da ferrovia Transnordestina.

Com Marcelo Silva, que foi presidente do Grupo Bompreço e hoje é conselheiro do Grupo JCPM, João Carlos respondeu a perguntas sobre ações pioneiras que a rede de supermercados desenvolveu no Brasil.

O empresário afirmou que uma das marcas da companhia sempre foi perseguir o benchmarking. "Mas eu logo percebi que fazer benchmarking não era apenas copiar o que era o melhor, mas a partir dele ser melhor", explicou.

Preocupação com as pessoas

João Carlos disse que uma das lições que guarda do pai é a importância de se preocupar com as pessoas. Foi isso que o levou de volta à Serra do Machado, onde a empresa da família começou, para criar um projeto de atendimento à população.

A iniciativa serviu de inspiração para o Instituto JCPM de Compromisso Social, que tem bases de atuação no entorno dos empreendimentos comerciais do Grupo JCPM e já impactou a vida de 58 mil pessoas.

Marcelo Silva ressaltou que a preocupação com as pessoas é uma marca do empresário sergipano, que sempre investiu em iniciativas de proteção social. Ele citou o fato do Grupo Bompreço ter sido a primeira empresa do Nordeste com um plano de atendimento médico feito sob encomenda para seus colaboradores, além de ter sido pioneira na distribuição de lucros e ações e implantado um plano de previdência privada que foi levado ao Grupo JCPM após a saída da sociedade com o grupo holandês Royal Ahold.

João Carlos contou que começou a trabalhar aos 9 anos. Aos 14, teve sua carteira assinada, e, mesmo depois de ter se "aposentando pelo INSS", continuou trabalhando e empreendendo.

Ele entendeu sua vontade de empreender como uma espécie de vocação, e disse que isso não tem como se aprender. "Precisa se sentir bem e ter emoção com o gesto de gerar negócios, empregos e oportunidades e mudar a vida das pessoas".

O empresário relatou aos gestores presentes no evento da Amcham que também errou em algumas apostas, como a abertura de operações do Bompreço nos estados do Pará e no Espirito Santo, onde a falta de conhecimento da cultura local fez a companhia não performar. "A emoção é muito boa. Mas ela não pode dominar a decisão do empreendedor", advertiu.

João Carlos disse que sempre acreditou na sua capacidade de empreender, e revelou que, quando veio para Pernambuco e inaugurou sua primeira loja do Bompreço, em Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, a publicidade dizia que tratava-se de "uma loja para servir toda a cidade", provocando risos na plateia.

Governança ambiental, social e corporativa

João Carlos Paes Mendonça também respondeu a uma provocação de Marcelo Silva sobre a performance das suas empresas dentro ideia de ESG (environmental, social & governance, em inglês).

Marcelo Silva disse que o conceito de ESG foi sempre foi uma preocupação central do JCPM "porque a governança e o respeito ambiental sempre estiveram presentes na ações da empresas onde houve atuação do empresário. Tanto nas lojas do Grupo Bompreço, que sempre incorporavam esse cuidado, quanto nas operações de shopping. Alguns já nasceram com essa preocupação no desenvolvimento dos projetos", disse.

O presidente do Grupo JCPM lembrou que o RioMar Recife, por exemplo, recebeu um Prêmio Aqua já na sua construção e, a seguir, na operação. Marcelo Silva revelou ainda sua preocupação com a atuação midiática de algumas empresas com a questão do ESG para destacar que o Grupo JCPM é um bom exemplo no Brasil, porque essa atitude vem por decisão do acionista controlador, que já praticava o conceito no seu dia a dia há décadas.

No fórum, João Carlos Paes Mendonça também disse que o motivo da sua saída do grupo holandês Royal Ahold está relacionado com a questão da retenção de talentos. Ele disse que uma das marcas de suas empresas é a de nunca perder um talento e apostar no seu crescimento, lembrando de executivos que cresceram na companhia, entre eles o próprio Silva e o CEO do Grupo JCPM, Jaime Queiroz.

JCPM disse que entrou no board do grupo holandês com 7% de rentabilidade e três anos depois estava com 4%. "Mas eu comecei a ver que as pessoas que tinham feito a marca do grupo e com quem eu tinham relacionamento estavam sendo desligadas por terem 60 anos. Então, eu disse que se a rentabilidade não era mais a mesma e não conheço mais os líderes que fizeram a marca da companhia, estava na hora de sair."

Ações baseadas em princípios éticos, morais e legais

Marcelo Silva afirmou ainda que uma das linhas que norteava a companhia e ainda hoje está presente é de acreditar na ação empreendedora e basear ações em princípios éticos, morais e legais, e que foi por isso que esteve no grupo por 22 anos como executivo e há três anos voltou como conselheiro.

João Carlos encerrou sua participação no CEO Fórum homenageando empreendedores pernambucanos com quem teve grandes operações. O empresário disse que o segredo é se cercar de boas pessoas e bons parceiros, e que sempre se orgulhou de ter dividido com eles ações que os tornaram líderes.

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