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Dia do Biscoito: indústrias brigam no Brasil, considerado melhor mercado do mundo

O País está entre os 20 maiores fornecedores globais de mais de 30 tipos de biscoitos, em sua maioria doces sem coberturas

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Fernando Castilho

Publicado em 20/07/2023 às 15:30 | Atualizado em 20/07/2023 às 18:08
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O dia 20 de julho não é apenas o Dia do Amigo, é também o Dia do Biscoito no Brasil, um mercado que é considerado o melhor do mundo na categoria “biscoito e chocolate”, que junta uma grande variedade de produtos com o sabor da farinha de trigo com o derivado do cacau.

Não por acaso, nesta quinta-feira, a gigante Nestlé fará um investimento de R$ 2,7 bilhões em sua operação de chocolates e biscoitos entre este ano e 2026. O objetivo é modernizar e ampliar linhas de produção, com destaque para a fábrica de chocolate de Caçapava (SP), que produz a marca KitKat para o mercado brasileiro e para outros vinte países.

Faz sentido. Em maio, como parte de sua estratégia de crescimento, a Mondelez Brasil anunciou que investirá R$1 bilhão na ampliação da capacidade produtiva de suas fábricas em Curitiba, no Paraná, e em Vitória de Santo Antão, em Pernambuco. O investimento, que será 70% maior que o valor aplicado pela companhia no último ano segundo Liel Miranda, presidente da companhia no país.

Esse é uma briga de gigantes. Segundo o vice-presidente de chocolates e biscoitos da Nestlé, Patrício Torres nas vendas totais da companhia, considerando todos os tipos de alimentos e bebidas, o mercado brasileiro fica em terceiro lugar, atrás de Estados Unidos e China. Mas em chocolates e biscoitos, o Brasil é o campeão de vendas, informou o executivo. A Nestlé faturou R$ 20,3 bilhões no Brasil em 2022.

De acordo com o painel Retail Index da Nielsen1, no comparativo 2021 versus 2022, o mercado brasileiro de biscoitos caiu 2,3% em volume de vendas, passando de 1.224 para 1.196 toneladas. Mas em valor - que observa o montante financeiro movimentado nessa categoria de produto - ocorreu um aumento de 22,1%, passando de R$ 18,41 para R$ 22,48 bilhões.

Liel Miranda da Mondelez diz que as linhas de chocolate foram responsáveis por 30,8% do market share da companhia no ano passado - e biscoitos. A fábrica localizada em Vitória de Santo Antão (PE) crescerá em 50% a capacidade de produção das linhas de Bis, Sonho de Valsa e Ouro Branco.

Divulgação

Dia do Biscoito Chocolate e amantegados - Divulgação

Segundo o CEO global da Mondelez, Dirk Van de Put que visitou o Brasil no ano passado “A percepção de que o estresse provocado pela pandemia tinha acabado e de que voltaríamos à vida normal durou pouco”. Com a guerra na Ucrânia e a Covid-19 ai2019, o Brasil ocupava a posição de 4º maior vendedor mundial de biscoitos em toneladas, com registro de 1,27 (milhões de ton), comercializadas em 2019, segundo os dados da ABIMAPI e Euromonitor. Em 2022 passou a ser o terceiro.

O mercado de biscoitos prospera em momentos de maior ansiedade. Isso vira gatilho para o sentimento de indulgência, que torna aceitáveis hábitos antes associados à culpa, como comer guloseimas. Graças a esse fenômeno, os consumidores reforçaram as compras dos chocolates, doces e biscoitos produzidos pela multinacional norte-americana.

Isso talvez explique porque a Nestlé vai direcionar 40% do investimento total para a fábrica de chocolates Garoto em Vila Velha, no Espírito Santo depois que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou em junho, após vinte anos, a aquisição da Garoto pela Nestlé.

Mas embora a Nestlé esteja ampliando seus negócios ela ainda é a terceira colocada num mercado onde a brasileira M. Dias Branco lidera o mercado, com 29,6%, a Bauducco encontra-se em segundo lugar com participação de 8,6%, e assim sucessivamente com Marilan (8,0%), Mondelez (8,0%) e Pepsico (5,4). O restante do mercado encontra-se fragmentado entre um grande número de empresas.

No Brasil, estão os principais players do mundo na categoria de biscoitos. O país está entre os 20 maiores fornecedores globais de mais de 30 tipos de biscoitos, em sua maioria doces sem coberturas.

Destaca-se os biscoitos recheados nos seus mais diversos sabores, formatos e marcas, a categoria mais fabricada pelo Brasil. E considerando apenas o segmento de wafers, o Brasil é ainda melhor no mercado externo, entre os 15 maiores exportadores do mundo.

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Dia do Biscoito Brasil - Divulgação

 

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