A Agro FTI, uma das mais prestigiadas empresa do setor agropecuário com centenas de premiações e reconhecida nacionalmente com uma das maiores performances genética nas raças, de ovinos Santa Inês e bovinos, da raça Sindi e Nelore está comemorando 30 anos.
A empresa liderada pelo empresário Marcelo Tavares de Melo vai promover de sexta-feira a domingo, na sua sede em Bezerros em uma série de atividades que inclui o Concurso Touro do Futuro FTI, na sexta-feira(4); o leilão virtual de Touro FTI 30 Anos no domingo (6), às 13h com animais das raças Sindi e Nelore do plantel da empresa e uma palestra com o presidente do Grupo Masterboi, Nelson Bezerra sobre a nova planta frigorífica inaugurada em Canhotinho e apresentação das doadoras e time pista FTI.
No sábado (5), na Fazenda Coroatá, fundada pelo empresário Luiz Felipe Brennand (1995-2017), em Gravatá, a Agro FTI vai homenageá-lo reeditando o Leilão Marrão do Futuro 2023 criado por ele, na década de 90, e considerada um marco da implantação da raça Santa Inês no Nordeste.
A FTI vai oferecer 30 animais de alta linhagem (Puro de Origem) com preços fixos como uma homenagem a parceira da FTI com a Coroatá. Também está prevista uma palestra do pesquisador Saul Galdencio Neto que liderou o projeto de clonagem de FTI Vicente TE 1669 no laboratório Fortgen Biotecnologia Animal, de Fortaleza (CE).
Os leilões serão organizados pela Agreste Leilões Rurais com transmissão pelo Agreste Stúdios.
HISTÓRIA DE SUCESSO
A história da marca FTI (Fazenda Três Irmãos) começa quando o empresário Marcelo Tavares de Melo esteve com seus três filhos na tradicional Exposição de Animais de Pernambuco, no Parque do Cordeiro, e adquiriu três carneiros da raça Santa Inês (um macho (Pelé) e duas fêmeas (Bianca e Madona) iniciando a construção de um plantel que hoje passa de 300 animais com um série de premiações que fizeram a FTI ser consecutivamente a melhor criadora da raça desde 2016.
Tavares de Melo estava dando materialidade a um antigo interesse pela pecuária iniciado na infância já que sua família já possuía gado criado em regime de confinamento quando começou a conviver como a atividade. Mas a experiência com os ovinos era uma coisa nova espacialmente pela oportunidade de trazer a raça Santa Inês para a realidade do Nordeste participando do seu melhoramento genético na Região.
À compra dos primeiros animais seguiu-se a compra de outras fêmeas puras de origem (P.O.), até a aquisição no ano seguinte de um Grande Campeão da mesma exposição (com cerca de 75 kg). O investimento inicial dos três animais seguiu-se o interesses pela raça, teste com outras sempre focando melhoria em pastagens, nutrição, genética, e aposta firme em tecnologia, com a implantação de inseminação artificial, transferência de embriões e congelamento de sêmen, todos realizados em laboratório próprio.
Entusiasmado com as possibilidades Tavares de Melo ao lado do empresário Luiz Felipe Brennand, considerado um dos pioneiros na introdução e melhoria genética na nova geração de ovinos no Nordeste brasileiro foi conhecer experiências de manejo na África do Sul que os levou a trazer embriões das raças Boer e Dorper que foram testadas na unidade sede da FTI e depois descontinuadas.
O interesse pela Santa Inês se consolidou nos anos seguintes com a presença de mais animais iniciando a série de fêmeas e machos Grandes Campeões. A marca FTI virou referência nacional pela excelência do seu plantel, mas especialmente pelo conceito de investimento em melhoramento genético que resultava na produção de animais cada vez mais adaptados à Região, cujo descendentes poderiam ajudar no melhoramento da ração na ponta pelo pequeno produtor de carne e de leite.
Por 20 anos o negócio foi tocado por Tavares de Melo até que há 10 ano ele decidiu entregar a gestão da área de ovinos para seu filho João Carlos, que crescera acompanhado a criação de Santa Inês, que acabou por consolidar a marca no mercado nacional chegando ao estado da arte no segmento com a introdução da tecnologia de clonagem ano passado.
PAIXÃO PELO GADO SINDI
Marcelo decidiu entrar numa nova área da pecuária, desta vez no segmento de bovino apostando na raça Sindi com a mesma proposta que iniciara há 20 anos com a ovinocultura: produzir animais de pura linhagem voltados para melhoramento genético que possa ser usado pelo produtor rural na ponta.
Ainda em 2013, ele comprou as primeiras matrizes da raça SindI (um plantel de 15 fêmeas) provenientes dos criadores Pompeu Borba e Rodrigo Vasconcelos. Em final de 2014, começoui também uma criação de gado Nelore, com matrizes oriundas, em sua maioria, do afixo CCAB do empresário Cornélio Brennand.
A raça Sindi é uma zebuína originada do Paquistão. Ela foi forjada na região desértica ao norte da província Sind, possui dupla aptidão (carne e leite), sua rusticidade e precocidade se destacam no mundo do zebu e em especial pela docilidade impressiona de modo que hoje é a raça zebuína que mais cresce no Brasil.
O Sindi é um gado de porte médio, com pelagem na cor vermelha e tem chamado atenção dos criadores por ser vir se adaptando às regiões mais extremas do Brasil, alcançando rapidamente a modelo frigorífico precocemente ( pode ser abatido em até 30 meses), com rendimento de carcaça superior a 56%, característica atestada pelos diversos abates técnicos realizados pelo Brasil.
Além disso o leite o Sindi é diferenciado porque 90 % dos seus indivíduos são positivos para Beta Caseína A2A2, o produto lácteo com essa característica possui valor agregado, sendo muito procurado por parte da população que possui intolerância à lactose.
IDEAL PARA O NORDESTE
Segundo Marcelo Tavares de Melo ele tem condições de se tornar uma referência no Nordeste pela rusticidade e por ser um usado tanto para a pecuária de corte como na de leite ajudando o pequeno produtor a ter mais uma renda quanto o animal vai crescendo.
O conceito da FTI é, portanto, usar todo o conhecimento e tecnologia disponível para entregar animais de manejo mais simples de modo a que o chamado espalhamento da raça se dê na ponta.
A experiência na caprinovinocultura foi levada para o plantel de Sindi de modo que em apenas uma década a marca FTI chegou ao reconhecimento devido a participações e grandes conquistas nas principais Exposições da raça, incluindo a Expozebu.
Para Tavares de Melo as perspectivas da raça Sindi são muito boas no Nordeste porque com o trabalho de vários melhoradores já espalhados pelo Brasil a raça começou a ter evolução de sua carcaça de modo que em breve ela será uma alternativa para a raça Nelore, dominante no Brasil com mais de 250 milhões de animais e que sustenta a liderança do Brasil na liderança mundial de proteína animal.
Quando se observa o crescimento das características do Sindi no Brasil e em especial no Nordeste onde estamos participando pode-se ver como ela vem evoluindo e como tem potencial de ser uma opção real de corte e de leite.
Em menos de 20 anos o perfil do Sindi de um gado de porte pequeno vem evoluindo chegando a carcaças maiores que permitem a entrega para o abate com até 500 quilos que remunera bem o produtor rural.
Naturalmente, o Sindi é um animal menor que o Nelore, mas ele está chegando a um perfil que passa a ser economicamente muito interessante para o produtor do Nordeste que não tem a oferta de água e pasto de outras regiões do Brasil.
A FTI também passou a criar a raça Nelore originada na região de Ongole na Índia, sendo atualmente a mais difundida no Brasil, presente em 85% dos rebanhos brasileiros, tornando-se base para diversos cruzamentos industriais.
Segundo Tavares de Melo, a adaptação dessa nova geração pura do gado Sindi - resultado desse melhoramento da raça original - permitiu que ele começasse a chegar na ponta com as pastagens disponíveis graças à melhoria genética e de tecnologias da implantação de inseminação artificial, transferência de embriões e congelamento de sêmen.
Para o empresário, o trabalho da FTI tem esse foco: chegar ao produtor. As premiações são muito importantes. Elas são o reconhecimento do trabalho e a dedicação das nossas equipes, diz. Mas nós sempre estamos focados em como fazer que mais criadores da raça Sindi possam ter mais rendimento de modo a permitir o espalhamento dela na Região.
O MARCO DA CLONGAEM
João Carlos Tavares de Melo estava com o pai - na hoje histórica - visita à Exposição de Animais no Parque do Cordeiro, em 1993, quando junto com seus irmãos (Marcelo e Renato) viu o pai comprar o reprodutor Santa Inês, Pelé e as duas fêmeas Bianca e Madona.
Ele acompanhou de perto todo o processo de evolução da FTI de modo que quando a gestão da raça de ovinos lhe foi entregue já tinha experiência como essa parte dos negócios de sua família.
Dez anos depois, a FTI no segmento de ovinos acumula uma extraordinária série de premiações e comercialização de animais e sêmen para centenas de criadores de vários estados do Nordeste e até de fora da Região até apresentar o primeiro clone de ovinos registrado do Brasil.
A apresentação, em janeiro deste ano, dos primeiros clones de ovinos do Brasil veio com a entrega ao mercado do sêmen do clone do icônico FTI Vicente TE 1669, um animal muitas vezes premiado e que faz parte da história da ovinocultura brasileira. Ele foi tri grande campeão nacional e foi o melhor reprodutor do ranking nacional nos últimos dois anos.
ANIMAL DIFERENCIADO
Esse foi um projeto liderado pelo próprio João Carlos Tavares de Melo. O clone do FTI Vicente TE 1669 foi desenvolvido pelo laboratório Fortgen Biotecnologia Animal, localizado em Fortaleza (CE), visando a produção de um clone capaz de reproduzir as mesmas características do animal clonado com certificação das autoridades e protocolos da Associação Brasileira de Criadores De Ovinos (ARCO).
Para o empresário foi um marco para a ovinocultura nordestina, embora isso não signifique que a FTI vai criar uma linha de produção de clones. O FTI Vicente TE 1669 foi um animal icônico. Somente se aparecer outro animal tão excepcional poderemos repetir a clonagem.
Isso quer dizer que a empresa vai continuar focando seu trabalho de pesquisa na tecnologia da implantação de inseminação artificial, transferência de embriões e congelamento de sêmen que é o eixo do negócio.
Com mais de 300 animais de pura linhagem, Tavares de Melo diz que o objetivo é permitir que mais criadores possam melhorar seus rebanhos e entregar melhores animais para o abate com maior precocidade, já que o mercado é muito atrativo.
