Coluna JC Negócios

Itaipu ajudou a baixar conta em julho, mas beneficio único faz IPCA subir 0,23% em agosto

No mês de julho a empresa Itaipu Binacional repassou aos consumidores a chamada tarifa "Bônus Itaipu"

Imagem do autor
Cadastrado por

Fernando Castilho

Publicado em 12/09/2023 às 13:06
Notícia
X

Quem leu a informação do IBGE informando que a O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,23% em agosto, 0,11 ponto percentual (p.p.) deve ter achado muito estranho que um dos motivos que justificaram o aumento foi o fato de que no grupo Habitação (1,11%), a maior contribuição (0,18 p.p.) veio da energia elétrica residencial (4,59%), influenciada pelo fim da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas do mês anterior.

Mas é fácil explicar. O que aconteceu foi que no mês de julho a empresa Itaipu Binacional repassou aos consumidores a chamada tarifa “Bônus Itaipu” que decorre do saldo positivo na Conta Comercialização da Energia Elétrica de Itaipu, em 2022.

Esse resultado é administrado pela Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A. (ENBPar) e a tal “Conta de Itaipu” resulta de todos os créditos e débitos que a ENBPar tem com a comercialização de energia produzida da Itaipu Binacional.

Segundo o explica o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri esse é um recurso a mais que a empresa repassa às distribuidoras no ano passado. “Ao fechar os cálculos, sobraram mais de R$ 405 milhões que serão diluídos para milhões de consumidores e consumidoras do País”

“É uma maneira de a Itaipu participar da redução de energia de boa parte da população brasileira”, diz Verri. Graças a ela foram beneficiados os consumidores do Sistema Interligado Nacional (SIN), das classes residencial e rural, que tiveram ao menos um mês, em 2022, consumo faturado inferior a 350 KWh.

Foi tão importante que influíram nos reajustes foram aplicados em três áreas de abrangência do índice: de 2,92% em uma das concessionárias pesquisadas em Porto Alegre (-4,51%), a partir de 19 de junho; de -1,13% em uma das concessionárias pesquisadas em São Paulo (-5,54%), a partir de 04 de julho; e de 10,66% em Curitiba (3,53%), a partir de 24 de junho. Mas esse valor foi repassado apenas de uma vez e por isso em agosto os reajustes voltaram a influir nas contas.

No mês de agosto dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta no mês de agosto. O maior impacto positivo (0,17 p.p) e a maior variação (1,11%) vieram de Habitação. Destacam-se, ainda, as altas de Saúde e cuidados pessoais (0,58% e 0,08 p.p.) e Transportes (0,34% e 0,07 p.p.).

No lado das quedas, o grupo Alimentação e bebidas caiu pelo terceiro mês consecutivo (-0,85% e -0,18 p.p.). Os demais grupos ficaram entre o -0,09% de Comunicação e o 0,69% de Educação.

 

Tags

Autor