João Campos desiste de agregar edifícios ao terreno do Aeroclube e novo parque ganha novas áreas de lazer
A área de 11,4 hectares foi liberada depois da construção da Via Mangue - entregue por Geraldo Julio - que começou um trabalho de regularização do terreno
O prefeito do Recife, João Campos (PSB) desistiu de seguir o projeto inicial de destinação de parte do terreno do antigo Aeroclube de Pernambuco à construção de edifícios em 12 terrenos que seriam oferecidos aos mercado imobiliário, e está incorporando metade deles às áreas de lazer do equipamento enquanto analisa o destino da parte restante
O projeto, desenvolvido no final da gestão Geraldo Julio, previa que além dos habitacionais, uma creche e um Compaz e a área reservada ao parque urbano haveria a venda de 12 lotes na área norte do terreno, cuja comercialização sustentaria a própria construção do equipamento e as obras de acesso.
O modelo conceitual era de oferta de todo o projeto ao mercado imobiliário, de modo que a empresa que adquirisse as áreas pagasse recursos suficientes para a construção do parque e acessórios. Desta forma, a Prefeitura praticamente não faria desembolsos, já que os valores arrecadados seriam suficientes para bancar o complexo.
Mas desde o começo, o mercado imobiliário viu problemas com a inclusão na parte sul de dois habitacionais e a seguir do Compaz e da creche. Não houve interesse de aquisição dos terrenos, de modo que o prefeito acabou por decidir construir o parque com recursos públicos estimados em R$ 62 milhões - abandonando a ideia de agregar mais área construída ao espaço.
Na manhã desta quarta-feira, Campos apresentou o projeto cuja ordem de serviço foi dada já há dois meses quando o terreno começou a ser preparado para o implantação do equipamento denominado Parque Eduardo Campos, sem novos adensamentos imobiliários.
A área de 11,4 hectares foi liberada depois da construção da Via Mangue - entregue por Geraldo Julio - que começou um trabalho de regularização do terreno visando fazer uma troca de área por um novo parque a ser entregue à cidade.
Apesar das pressões do setor imobiliário, o prefeito optou por um projeto misto, combinando as três finalidades: um parque, dois habitacionais com serviços sociais e um conjunto de terrenos, cuja venda geraria recursos para bancar a construção do complexo, gerando uma nova centralidade urbana.
Também houve restrições dos investidores a colocação dos habitacionais nas margens da Rua Tomé Gibson, que ocuparam as áreas que seriam mais adequadas aos futuros edifícios. Geraldo Julio terminou a sua gestação anunciando a contratação dos dois habitacionais que o prefeito João Campos vai entregar este ano.
Segundo o prefeito, este será o maior parque da cidade do Recife, focando na construção de uma cidade justa e inclusiva. Ele afirmou que o foco absoluto da Prefeitura é realizar uma obra de qualidade e uma urbanização em uma área que precisa.
Ao lado dos habitacionais Encanta Moça 1 e 2, que contam com 600 apartamentos, haverá ainda um parque infantil, parque para pessoas com mobilidade reduzida (PMR) e uma fonte interativa. Para manter viva a memória do antigo Aeroclube, será construído um Espaço Memória, onde haverá uma exposição fixa com fotos, vídeos e textos contando a história do local.
Para implantar o complexo, a Prefeitura do Recife está investindo R$ 223,2 milhões na região. Além dos habitacionais e do Parque Público, está sendo construído um Centro Comunitário da Paz (Compaz), duas creches e uma Upinha. A prefeitura incluiu no complexo a passarela sobre a Avenida Herculano Bandeira, que está sendo transformada em biblioteca digital.