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ECONOMIA PRATEADA - Apesar do discurso inclusivo, empresas ainda contratam poucos profissionais sêniores

Estudo inédito sobre etarismo nas empresas brasileiras mostra que é preciso aprofundar as discussões, identificar gargalos no processo de contratação de talentos seniores

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Fernando Castilho

Publicado em 24/10/2023 às 15:00
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Apesar de todo o discurso politicamente correto das empresas no sentido de estarem atentas às questões inclusivas de seus colaboradores, uma pesquisa da consultoria da Robert Half, empresa reconhecida por trabalhar a igualdade, cultura e diversidade nas empresas revela que o etarismo impacta profundamente os diferentes aspectos da gestão de pessoas no Brasil.

E mostra como os processos de recrutamento e desenvolvimento profissional estão profundamente marcados por vieses inconscientes que criam barreiras invisíveis para que ampliemos significativamente a absorção, retenção e valorização da potência do talento sênior.

O chamado jovem centrismo também se observa na disponibilização de treinamentos nas empresas. Quase 65% das empresas não possuem iniciativas de desenvolvimento profissional voltadas para a fase madura dos empregados Para muitos deles, a única opção aparente é considerar a transição, saída ou aposentadoria. Embora 12% das empresas já reconheçam a importância de programas voltados para essa finalidade. A longevidade é desigual.

A pesquisa foi realizada em junho de 2023, por meio de questionário online com 258 empresas onde 56,76% tinham faturamento até R$500 milhões/ano e 33,24% acima desse valor. E que o crescente aumento da expectativa de vida dos brasileiros caminha numa contínua exclusão de profissionais mais velhos.

Concluiu-se que as empresas do Brasil precisam fazer ações concretas, campanhas educacionais, casos inspiradores e ferramentas eficazes para acelerar a inclusão produtiva de talentos sêniores. 

 

 

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Contratação de trabalhadores seniores exige preparação das empresas. - DIVULGAÇÃO

A “economia prateada” abrange uma variada gama de setores e indústrias, incluindo saúde, tecnologia, lazer, turismo, moradia e serviços financeiros. À medida que mais pessoas envelhecem, a demanda por produtos e serviços adaptados a essa faixa etária também cresce.

E eles se mexem. Levantamento feito em agosto pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), mais de 66 mil pessoas com mais de 50 anos efetuaram matrícula em cursos profissionalizantes no Brasil no primeiro semestre deste ano, um aumento de 2% comparado ao mesmo período de 2022.

E estão se conectando. Ao verificar o perfil dos consumidores que realizaram essa movimentação em direção aos bancos digitais, a consultoria Bain identificou que pacientes acima de 50 anos são os que mais aumentaram a busca por outras instituições financeiras - um crescimento de 19%. A Bain & Company auxilia empresas e organizações a promover mudanças que definem o futuro dos negócios

E tem atenção internacional como o método Buurtzorg, que foca na descentralização e na desburocratização do atendimento à saúde, Esse método conseguiu há 15 anos remodelar o sistema de saúde para absorver o grande número de idosos que impactava a rede de atendimento sendo utilizado em mais de 20 países. O modelo holandês foi trazido há três anos para o Brasil pela Laços Saúde.

A realidade nas empresas, entretanto, é bem diferente. Mais de 52% das companhias consideram que o tema de preconceito contra idade precisa ser disseminado internamente. Embora 50% admitam que ainda não tenham uma política de comunicação anti-etarismo.

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Profisisonais com mais experiência podem ser uma solução para problemas nas empresas. - Divulgação

VEJA A PESQUSIA DA ROBERT HALF E LABORAt Half e Labora

Tem mais: O levantamento da consultoria da Robert Half revela outra dura realidade: para profissionais com mais de 50 anos que também enfrentam outros fatores de vulnerabilidade, como mulheres, negros, pessoas com deficiência e membros da população LGBTQIA+, a batalha por inclusão no mercado de trabalho não é apenas difícil, mas sobretudo complexa. Nesse cenário, torna-se ainda mais evidente que esses grupos enfrentam oportunidades significativamente escassas em comparação a homens brancos da mesma faixa etária.

Até porque apenas 5,5% das empresas afirmam ter estabelecido parcerias com organizações especializadas nesse tema, um número que destaca uma oportunidade significativa de colaboração e crescimento na promoção da diversidade geracional.

Para o consultor, uma mudança de atitude começa pelo compromisso da alta liderança da empresa para apoiar e promover um ambiente de trabalho livre de etarismo. Isso exige montar equipe que inclua representantes de diferentes áreas da empresa para desenvolver soluções além de políticas e procedimentos que abordem o etarismo, desde o recrutamento até o desenvolvimento de carreira e a aposentadoria.

 

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