Uma vírgula salvou o pólo automotivo de Goiana e o discurso do carro híbrido da Stellantis
Adição da expressão "movidos a etanol" que o relator da reforma tributária, Eduardo Braga (MDB-AM) incluiu no texto resolveu o problema criado na Câmara Federal.
No mercado automotivo brasileiro, o discurso que o VP de Assuntos Regulatórios da Stellanis para América do Sul, João Irineu vem fazendo pelo Brasil sempre foi visto como uma estratégia da gigante automobilístico que enfrentar a onda de carros elétricos puros chineses que já chegaram no Brasil e encantam o consumidor que nem sabe que no futuro a questão do carregamento rápido vai lhe criar problemas na hora que rodar mais de 400 quilômetros.
Em nome da Stellanis, João Irineu diz que a melhor solução em termos de sustentabilidade seria o carro 100% elétrico (BEV) abastecido com energia brasileira (etanol de cana-de-açúcar) que emitiria apenas 21,45 kg CO2 equivalente.
Menos poluente
Ele seria até melhor que o veículo movido apenas a etanol (E100) que emitiria 25,79 kg CP² e ainda melhor que os próprios veículos 100% elétricos (BEV) abastecido com energia européia com 30,41 kg CO2 equivalente.
Esse discurso da Stellanis ficou muito forte com a adição da expressão “movidos a etanol” que o relator da reforma tributária, Eduardo Braga (MDB-AM) incluiu no texto que deve ser votado nesta quarta-feira (8) e que resolveu o problema criado na Câmara quando o destaque que tratava disso foi recusado por apenas um voto do deputado Fernando Monteiro.
Com isso, o projeto do complexo automotivo da Jeep Goiana assegura (até 2032), o pacote de incentivos fiscais concedidos por Pernambuco no Governo Eduardo Campos e que expira em 2025.
Sobrevida do Flex
A Stellanis quer esse tempo, primeiro, para vender seus veículos flex produzidos em Pernambuco e que não tem qualquer problema de vendas no mercado. Depois de consolidar a tese de que o Brasil precisa percorrer o caminho do híbrido elétrico com etanol que pretende colocar no mercado hoje praticamente ocupado pela Toyota com seu modelo Altis Premium Hybrid 1.8 (Flex).
Em todos os pronunciamentos da Stellanis até aqui, ela insiste que o Brasil tem uma condição diferenciada por ter uma tecnologia de motores a etanol (na verdade a gasolina e etanol) que tem o potencial de servir de passagem até o veículo total elétrico, que ela ainda não oferecer no mercado como os chineses.
Competitividade
No fundo, a briga da Stellanis era para se manter competitiva no mercado dos seus veículos produzidos em Goiana enquanto se prepara para sua transição para o elétrico puro. Isso quer dizer que com a continuidade das isenções na planta de Goiana a Stellantis continua forte no mercado para desespero das concorrentes que entram no embate para limitar os incentivos até 2025.
Do jeito que a tecnologia está mudando, esses oito anos podem significar a salvação do projeto que a Stellanis está implantando em Goiana e onde pretende gastar mais de R$1,5 bilhão. De qualquer forma com a Reforma Tributária a empresa ganhou força no seu discurso verde de oferecer veículos movidos a etanol de cana de açúcar que em breve poderão ser híbridos elétricos movido a energia solar e eólica, inclusive armazenada para o reabastecimento fora da rede de distribuição de energia elétrica.
Veículo mais barato
A prorrogação de incentivos fiscais para montadoras instaladas no Nordeste e Centro-Oeste é uma vitória da Stellantis, dona das marcas Fiat, Peugeot, Citroën e Jeep, essa última com fábrica em Goiana (PE), inaugurada em 2015. Segundo as montadoras do Sul e Sudeste com o benefício, modelos da marca fabricados na região ficam até 20% mais baratos na hora da venda.
Entretanto, a prorrogação vai ajudar ainda a fabricante de autopeças Moura, também de Pernambuco e mais duas montadoras, Caoa/Chery e HPE/Mitsubishi, ambas de Goiás que passaram a receber incentivos em 2020 quando o Centro-Oeste foi incluído no regime especial, porém em condições bem mais modestas.
GM, Toyota e Renault
O grupo liderado por Volkswagen, General Motors, Toyota e Renault, com apoio de outras empresas das duas regiões usou um estudo recém concluído pela Tendências Consultoria e pelo FCR Law/Fleury, Coimbra & Rhomberg Advogados, que afirma que a política de incentivos reduziu em R$ 43,9 bilhões a arrecadação federal e em R$ 25 bilhões os fundos constitucionais a Estados e municípios.
Não foi sem razão que três senadores de São Paulo (Astronauta Marcos Pontes, do PL), Minas Gerais (Carlos Viana, do Podemos) e Distrito Federal (Izalci Lucas, do PSDB) apresentaram emendas contrárias à extensão do prazo para fabricantes que já usufruíram dos incentivos. Entretanto, prevaleceu a pressão do presidente Lula que defendeu a continuidade dos incentivos até 2032.
Energia eólica
A AES Brasil anunciou a conclusão da Fase 1 do Complexo Eólico Cajuína, no Sertão Central Cabugi, no Rio Grande do Norte, já com 100% de operação comercial e 314 MW de capacidade instalada. A operação e a manutenção locais dos 55 aerogeradores Nordex do Complexo serão integralmente conduzidas por mulheres. A AES Brasil tem portfólio de ativos 100% renovável, com capacidade instalada total de 5,2 GW, sendo 2,7 GW hídrico, 2,2 GW eólico e 0,3 GW solar.
Duplicação da BR
O presidente Lula e o ministro dos Transportes, Renan Filho, assinam nesta quarta-feira, ordem de serviço da duplicação da BR-423 (43,1 quilômetros) entre os municípios de São Caetano e Lajedo, no Agreste.
Paulo Miranda
Com apresentação da executiva Cintia Buzzacarini, a Paulo Miranda num evento liderado pela diretora, Renata Miranda apresentou a investidores pernambucanos a possibilidade de investir no mercado imobiliário em São Paulo com o suporte de gestão da Vitacon, a incorporadora que revolucionou o conceito de comprar imóveis com gestão da propriedade podendo chegar a zero as taxas de condomínio. A Vitacon é um case de sucesso com investidores de 40 países numa única região de São Paulo.
Prêmio MV
A empresa MV, especializada no desenvolvimento de soluções de gestão hospitalar, recebeu selo de qualidade CMMi3 – Capability Maturity Model Integration, Nível 3 pelo SOUL MV, que contempla o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP MV. A certificação é reconhecida internacionalmente e esta é a segunda vez no ano que a MV alcança a certificação. Em agosto foi para a área de tecnologia responsável por Medicina Diagnóstica.
Morar Bem
O Programa do Governo do Estado Morar Bem Pernambuco - Entrada Garantida ganhou o prêmio Selo de Mérito, promovido pela Associação Brasileira de Cohabs (ABC Habitação). Até agora ao menos sete empreendimentos estão habilitados junto à Caixa para o Programa Entrada Garantida.
Ônibus elétrico
O aeroporto de Congonhas, administrado pela Aena, vai operar o embarque ou o desembarque remoto, realizado com ônibus. São veículos elétricos Higer Azure A12BR desenvolvidos exclusivamente para o mercado brasileiro em parceria entre a TEVX Motors, a Higer e a Engie com zero emissão de gases e ruídos, com autonomia de 270 km.