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Uma vírgula salvou o pólo automotivo de Goiana e o discurso do carro híbrido da Stellantis

Adição da expressão "movidos a etanol" que o relator da reforma tributária, Eduardo Braga (MDB-AM) incluiu no texto resolveu o problema criado na Câmara Federal.

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Fernando Castilho

Publicado em 08/11/2023 às 0:05
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No mercado automotivo brasileiro, o discurso que o VP de Assuntos Regulatórios da Stellanis para América do Sul, João Irineu vem fazendo pelo Brasil sempre foi visto como uma estratégia da gigante automobilístico que enfrentar a onda de carros elétricos puros chineses que já chegaram no Brasil e encantam o consumidor que nem sabe que no futuro a questão do carregamento rápido vai lhe criar problemas na hora que rodar mais de 400 quilômetros.

Em nome da Stellanis, João Irineu diz que a melhor solução em termos de sustentabilidade seria o carro 100% elétrico (BEV) abastecido com energia brasileira (etanol de cana-de-açúcar) que emitiria apenas 21,45 kg CO2 equivalente.

Menos poluente

Ele seria até melhor que o veículo movido apenas a etanol (E100) que emitiria 25,79 kg CP² e ainda melhor que os próprios veículos 100% elétricos (BEV) abastecido com energia européia com 30,41 kg CO2 equivalente.

Esse discurso da Stellanis ficou muito forte com a adição da expressão “movidos a etanol” que o relator da reforma tributária, Eduardo Braga (MDB-AM) incluiu no texto que deve ser votado nesta quarta-feira (8) e que resolveu o problema criado na Câmara quando o destaque que tratava disso foi recusado por apenas um voto do deputado Fernando Monteiro.

Com isso, o projeto do complexo automotivo da Jeep Goiana assegura (até 2032), o pacote de incentivos fiscais concedidos por Pernambuco no Governo Eduardo Campos e que expira em 2025.

Sobrevida do Flex

A Stellanis quer esse tempo, primeiro, para vender seus veículos flex produzidos em Pernambuco e que não tem qualquer problema de vendas no mercado. Depois de consolidar a tese de que o Brasil precisa percorrer o caminho do híbrido elétrico com etanol que pretende colocar no mercado hoje praticamente ocupado pela Toyota com seu modelo Altis Premium Hybrid 1.8 (Flex).

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Altis Premium Hybrid 1.8 (Flex) UNICO HIBRIDO NO MERCADO. - DIVULGAÇÃO

Em todos os pronunciamentos da Stellanis até aqui, ela insiste que o Brasil tem uma condição diferenciada por ter uma tecnologia de motores a etanol (na verdade a gasolina e etanol) que tem o potencial de servir de passagem até o veículo total elétrico, que ela ainda não oferecer no mercado como os chineses.

Competitividade

No fundo, a briga da Stellanis era para se manter competitiva no mercado dos seus veículos produzidos em Goiana enquanto se prepara para sua transição para o elétrico puro. Isso quer dizer que com a continuidade das isenções na planta de Goiana a Stellantis continua forte no mercado para desespero das concorrentes que entram no embate para limitar os incentivos até 2025.

Do jeito que a tecnologia está mudando, esses oito anos podem significar a salvação do projeto que a Stellanis está implantando em Goiana e onde pretende gastar mais de R$1,5 bilhão. De qualquer forma com a Reforma Tributária a empresa ganhou força no seu discurso verde de oferecer veículos movidos a etanol de cana de açúcar que em breve poderão ser híbridos elétricos movido a energia solar e eólica, inclusive armazenada para o reabastecimento fora da rede de distribuição de energia elétrica.

Veículo mais barato

A prorrogação de incentivos fiscais para montadoras instaladas no Nordeste e Centro-Oeste é uma vitória da Stellantis, dona das marcas Fiat, Peugeot, Citroën e Jeep, essa última com fábrica em Goiana (PE), inaugurada em 2015. Segundo as montadoras do Sul e Sudeste com o benefício, modelos da marca fabricados na região ficam até 20% mais baratos na hora da venda.

Entretanto, a prorrogação vai ajudar ainda a fabricante de autopeças Moura, também de Pernambuco e mais duas montadoras, Caoa/Chery e HPE/Mitsubishi, ambas de Goiás que passaram a receber incentivos em 2020 quando o Centro-Oeste foi incluído no regime especial, porém em condições bem mais modestas.

GM, Toyota e Renault

O grupo liderado por Volkswagen, General Motors, Toyota e Renault, com apoio de outras empresas das duas regiões usou um estudo recém concluído pela Tendências Consultoria e pelo FCR Law/Fleury, Coimbra & Rhomberg Advogados, que afirma que a política de incentivos reduziu em R$ 43,9 bilhões a arrecadação federal e em R$ 25 bilhões os fundos constitucionais a Estados e municípios.

Não foi sem razão que três senadores de São Paulo (Astronauta Marcos Pontes, do PL), Minas Gerais (Carlos Viana, do Podemos) e Distrito Federal (Izalci Lucas, do PSDB) apresentaram emendas contrárias à extensão do prazo para fabricantes que já usufruíram dos incentivos. Entretanto, prevaleceu a pressão do presidente Lula que defendeu a continuidade dos incentivos até 2032.

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Complexo Eólico Cajuína, no Sertão Central Cabugi (RN). - Divulgação

Energia eólica

A AES Brasil anunciou a conclusão da Fase 1 do Complexo Eólico Cajuína, no Sertão Central Cabugi, no Rio Grande do Norte, já com 100% de operação comercial e 314 MW de capacidade instalada. A operação e a manutenção locais dos 55 aerogeradores Nordex do Complexo serão integralmente conduzidas por mulheres. A AES Brasil tem portfólio de ativos 100% renovável, com capacidade instalada total de 5,2 GW, sendo 2,7 GW hídrico, 2,2 GW eólico e 0,3 GW solar.

Duplicação da BR

O presidente Lula e o ministro dos Transportes, Renan Filho, assinam nesta quarta-feira, ordem de serviço da duplicação da BR-423 (43,1 quilômetros) entre os municípios de São Caetano e Lajedo, no Agreste.

Paulo Miranda

Com apresentação da executiva Cintia Buzzacarini, a Paulo Miranda num evento liderado pela diretora, Renata Miranda apresentou a investidores pernambucanos a possibilidade de investir no mercado imobiliário em São Paulo com o suporte de gestão da Vitacon, a incorporadora que revolucionou o conceito de comprar imóveis com gestão da propriedade podendo chegar a zero as taxas de condomínio. A Vitacon é um case de sucesso com investidores de 40 países numa única região de São Paulo.

Prêmio MV

A empresa MV, especializada no desenvolvimento de soluções de gestão hospitalar, recebeu selo de qualidade CMMi3 – Capability Maturity Model Integration, Nível 3 pelo SOUL MV, que contempla o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP MV. A certificação é reconhecida internacionalmente e esta é a segunda vez no ano que a MV alcança a certificação. Em agosto foi para a área de tecnologia responsável por Medicina Diagnóstica.

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Programa do Governo do Estado Morar Bem Pernambuco - Entrada Garantida - Divulgação


Morar Bem

O Programa do Governo do Estado Morar Bem Pernambuco - Entrada Garantida ganhou o prêmio Selo de Mérito, promovido pela Associação Brasileira de Cohabs (ABC Habitação). Até agora ao menos sete empreendimentos estão habilitados junto à Caixa para o Programa Entrada Garantida.

Ônibus elétrico

O aeroporto de Congonhas, administrado pela Aena, vai operar o embarque ou o desembarque remoto, realizado com ônibus. São veículos elétricos Higer Azure A12BR desenvolvidos exclusivamente para o mercado brasileiro em parceria entre a TEVX Motors, a Higer e a Engie com zero emissão de gases e ruídos, com autonomia de 270 km.

 

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