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DE SUAPE A SANTO TIRSO. A história dos pernambucanos que tiveram sucesso ao migrar para Portugal

Em meio a crise da emigração de Portugal existe um grupo de profissionais com foco bem definido e qualificação de nível que não tem qualquer problema de recolocação, na verdade, estão sendo disputados pelas empresas.

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Fernando Castilho

Publicado em 12/11/2023 às 0:05
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Nos últimos anos, atraídos por novas oportunidades de trabalho num país integrante da Comunidade Europeia, cuja marca sempre foi a segurança, educação pública de qualidade e um serviço de saúde que funciona, ao menos 800 mil brasileiros decidiram migrar para Portugal, um país que tem aproximadamente o tamanho e população de Pernambuco, na esperança de uma vida melhor para suas famílias.

O que nem todos sabiam é que Portugal paga, proporcionalmente, os menores salários da UE, exige qualificação profissional provada legalmente, especialmente cursos técnicos e que privilegia quem está disposto a atuar em várias atividades não necessariamente as que o imigrante já teve experiência.

Milhares não se adaptaram. Outros foram para outros países (especialmente Espanha, Grécia e França), mas a maioria continua tentando se virar com o que consegue em Lisboa e nas grandes cidades onde, não raro, são vítimas de preconceito.

Mas existe um grupo de profissionais com foco bem definido e qualificação de nível que não tem qualquer problema de recolocação, na verdade, estão sendo disputados pelas empresas em função de suas carreiras no Brasil.

Eles são os que souberam escolher cidades do interior e fora do circuito Lisboa-Porto e estão hoje bem instalados em cidades como Santo Tirso a 22 quilômetros do Porto e 310 de Lisboa, um novo polo industrial e de logística para onde estão indo pernambucanos que fizeram sua formação em Suape na época do boom de empregos nos estaleiros Promar e Atlântico Sul, Petroquímica Suape e Refinaria Abreu e Lima e que ficaram desempregados com o fim do período de crescimento alto no Estado.

Serralheiros, soldadores, eletricistas de alta tensão, operadores logísticos no terminal de líquidos e até profissionais de beleza que fecharam seus salões e corretores de imóveis.

Não foi fácil, não ganham salários milionários, mas têm comodidades como dispor dos serviços públicos (saúde, educação e segurança), proximidade do trabalho e qualidade de vida, sequer comparada aos níveis hoje existentes em cidades como Jaboatão, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca. Para eles, a jornada da emigração deu certo.

FERNANDO CASTILHO
O casal Gleidson e Lethicia tiverma o terceiro filho em Portugal o que vai lhe permitir solicitar a cidadania européia em 2024. - FERNANDO CASTILHO

Gleidson e Lethícia quer Cidadania Europeia

O técnico em eletricidade de alta tensão Gleidson Machado da Silva, saiu do Instituto Federal de Educação no Cabo do Santo Agostinho direto para o mercado de trabalho. Era o boom de empregos em Suape, no governo Eduardo Campos e ele não teve dificuldades de colocação nas diversas empresas que operam no complexo.

Tudo ia bem, ele conheceu e casou-se com Lehtícia Dutra de Almeida e teve dois filhos (Clara e Bento) até que a crise provocada pela parada geral na economia de Pernambuco reduziu a oferta de trabalho e ele foi parar na fila do Auxílio Desemprego. Lethícia foi trabalhar numa loja de perfumes no Cabo de Santo Agostinho onde a família dividia um imóvel construído pelos pais de Gleison.

O casal resistiu com novas colocações até que em 2017 decidiu morar em Portugal com a esposa quando o irmão de Lethícia, Herbert Nascimento de Almeida Júnior fez uma oferta tentadora. Levar sua família para Lisboa.

Ele topou, e foi para Portugal apostando num futuro melhor para Clara e Bento. O sogro Herbert Nascimento e sua esposa Matilde que haviam se aposentado da Celpe se juntaram à família em março de 2019.

Junto com o sogro ele até tentou ser empresário numa cafeteria. Mas a pandemia inviabilizou o negócio presencial e ele conseguiu uma colocação numa empresa de Santo Tirso para voltar a trabalhar na sua área. A mudança para o Norte de Portugal mudou a vida das duas famílias que sempre moraram juntas.

Gleidson nunca mais deixou trabalhar um só dia por falta de emprego. Beto voltou a trabalhar na atividade de origem com serviços em países como Grécia, França e Espanha, alguns deles em campanha do genro que há dois anos tomou a decisão de trabalhar apenas na região de Santo Tirso.

“Eu decidi ver meus filhos crescerem. Ter a alegria de vê-los todo dia, levá-los ou ir buscá-los na creche e ajudar nas tarefas da escola. Poderia ganhar 50% ou até o dobro num outro país, mas preferi ficar em Santo Tirso. Até porque graças a Deus , nunca faltou emprego.

Atualmente ele é funcionário do laboratório de testes de motores elétricos da brasileira WEG depois de ter trabalhado na finalização do complexo hidrelétrico do Tâmega, é um dos maiores projetos de energia da história de Portugal, onde pode trabalhar de segunda a sexta-feira e dormir no acampamento. Na Weg, a rotina de Gleidson lhe permite estar no trabalho em apenas sete minutos e, não raro, pegar os filhos na escola.

Lethícia, que também é técnica em eletricidade, preferiu não colocar o currículo no mercado para a profissão em Portugal embora o suporte da moradia com a mãe e o pai pudesse levá-la a trabalhar numa das empresas da região com as mesmas condições de deslocamento que o marido. 

No ano passado, ela foi chamada para trabalhar no call center remoto da gigante Vodafone meio período (quatro horas) onde se loga de segunda a sexta feira enquanto Bento e Clara estão na escola.

“Para mim, o grande diferencial de morar em Portugal é ter segurança, um serviço de saúde que é bem estruturado e que funciona, E poder ter meus filhos numa escola de qualidade onde entram às sete da manhã e saem às 17hs. Por isso, não pagamos um cêntimo a mais, diz ao lado dos filhos.

Numa maternidade de Santo Tirso, no dia 14 de março de 2020, nasceu de parto natural o terceiro filho do casal Rafael. Graças a ele, o casal em 2024 poderá pleitear a cidadania portuguesa que lhe dará todos os benefícios sociais de sua família comuns a todos os cidadãos da União Europeia.

O sucesso da família de Gleison e Lethícia não é o padrão geral. Eles puderam contar com o suporte do sogro e da sogra e no ano passado conseguiram quitar o financiamento da casa de 160 m2 onde moram num condomínio urbano em Santo Tirso.

Eles também conseguiram se juntar a uma rede de outros brasileiros também vindos de Pernambuco, especialmente de Suape.Essa rede tem sido fundamental para resolver problemas de algumas das famílias brasileiras da pequena comunidade. E resume o que famílias brasileiras podem conseguir fora da região de Lisboa.

Entretanto, para Gleidson isso só não basta. “Vir trabalhar em Portugal exige foco. Planejamento de longo prazo e saber que não será como no Brasil. Aqui as pessoas exigem muito mais de você. Estão lhe observando e as empresas querem saber do que você pode fazer fora de sua documentação provada. Para quem tem certificação, de fato, existe oportunidade. Mas exige muito profissionalismo” resume ao lado de Letícia e do caçula Rafael.

FERNANDO CASTILHO
O casal Euclides, Aline e a filha de Euclides Clara chegaram Santo Tirso em 2022 e trabalham na empresa brasileira WEG. - FERNANDO CASTILHO

Aline e Euclides, o desafio da emigração

O casal Aline Gomes da Silva e Euclides França também mora em Santo Tirso e voltaram a se reencontrar com os Machado após anos, desde que ele e Gleison trabalham em Suape. O caso deles também é uma bela história de amor.

Aline, literalmente, o pediu em namoro e iniciou o relacionamento, depois de conhecê-lo no salão de beleza em que trabalhava na cidade Garapu para onde se mudou em 2012, aproveitando o boom de serviços de cuidados pessoais que a nova população que trabalhava na implantação dos grandes projetos.

“Ele frequentava o salão, em Garapu para cuidados pessoais e eu soube de sua vida. Euclides saíra de um relacionamento e decidi apostar nele. Eu realmente me apaixonei, mandei um “oi” para o seu celular e estamos juntos até hoje”, revela.

Ela é formada em Cosmetologia. No Recife, é especializada em tratamento fácil e de pele. Mas desde que chegou a Portugal, há 18 meses, não atua na profissão embora os colegas de trabalho não resistem aos seus cuidados.

Aline e Euclides são um caso clássico de que, com algum planejamento, é possível se colocar e trabalhar em Portugal. Mesmo que não seja, necessariamente, na atividade que faz no Brasil.
Euclides estava trabalhando na Ultracargo, que está no complexo pernambucano na área de tanques de combustíveis, quando recebeu uma sondagem para trabalhar em Santo Tirso numa nova planta da WEG em Portugal.

Essa planta está sendo preparada para ser o grande hub de distribuição da companhia para a União Europeia. Ele foi junto com Aline que precisou deixar o salão próprio que ainda possui em Jaboatão dos Guararapes. O negócio continua tocado por parentes.

Ele é um dos sobreviventes que no boom de Suape enfrentavam até quatro horas para chegar ao local de trabalho. Nos fins de semana, o tráfego entre a saída do Porto e Prazeres podia levar mais que isso. “Na sexta-feira, eu chegava tão cansado que só queria dormir", lembra o operador de terminais que hoje gasta 10 minutos de sua casa para chegar ao trabalho.

Para quem não sabe, quando as obras de implantação da Refinaria, instalação do Terminal de Líquidos do Porto, PetroquimicaSuape (hoje Alpak) e dos estaleiros Atlântico Sul e Promar foram construídas, exigiam longas horas de permanência na PE-60 e BR-101 Sul que faziam os operários ficarem dentro de um ônibus até 40 horas por semana. Essa situação absurda fez muita gente simplesmente se mudar para bairros como a Cidade Garapu onde acabou conhecendo Aline.

Hoje, o movimento em Suape não exige isso, de modo que o trabalho de Euclides na Ultracargo o permitia voltar para Jaboatão e passar mais tempo com Aline e sua filha Clara que, aliás, veio com o casal para Portugal. Ela é filha do relacionamento de Euclides com sua mãe e decidiu passar um período com o pai para se assegurar de que deseja realmente migrar.

O convite a Euclides Gomes de França foi feito quando ele trabalhava no Brasil e se confirmou com sua chegada em Santo Tirso. E, menos de um ano depois, Aline também foi convidada para trabalhar noutra planta da WEG especializada em motores de pequeno e médio porte que exigem atenção para a colocação de cobre. Ela foi contratada e o casal passou a trabalhar pouco metros um do outro, embora em setores diferentes.

Para Euclides foi uma mudança de vida radical nos últimos 18 meses. O casal e a filha moram num apartamento de dois quartos, têm carro próprio e se beneficiam dos serviços públicos oferecidos.

Eles descobriram que as empresas estão à procura de soldadores (inclusive na empresa onde trabalham) pagando três vezes mais que nas demais colocações em Portugal. O casal que, em Pernambuco nunca costurou um ponto de solda, está fazendo um curso no centro de treinamento da cidade que tem validade na União Europeia.

Aline disse estar impressionada como a WEG trata seus colaboradores e como a cultura criada pela empresa em Jaraguá do Sul permeia as relações com seus funcionários em Portugal. “E uma pedaço do Brasil bom em Portugal”, diz

Mas Aline admite não quer desistir do sonho de cosmetóloga em Portugal. Ela está estudando à noite numa faculdade da cidade que, em um ano, lhe permitirá abrir seu próprio salão e aproveitar o mercado que verá na sua porta.

“Eu sonhei ser profissional de estética, investir muito nisso no Brasil. E o que hoje me separa disso é um diploma que vou conseguir em breve, diz a profissional da beleza que não pensa em voltar para Pernambuco. “Apenas de férias”, diz com um enorme sorriso nos lábios.

Herbert voltou a trabalhar em Portugal

O técnico em eletricidade Herbert Nascimento de Almeida, o Beto é, certamente, uma das pessoas com maior visão positiva do mundo dos imigrantes que hoje estão na região de Santo Tirso. Ele se aposentou da então Celpe, amealhou um pequeno patrimônio e decidiu que iria para Portugal viajar e conhecer países que só via pela televisão.

Ele fez isso com a mulher Matilde em 2019 desembarcando em Lisboa onde, após seis meses sem ter o que fazer, decidiu montar uma cafeteria na área social do hospital. As coisas iam “mais ou menos” quando a pandemia fechou as portas de tudo e até mesmo no hospital que atendia pacientes de Covid-19 o movimento quase parou. Gleidson, Letícia e os dois filhos moravam com eles num apartamento de três quartos.

FERNANDO CASTILHO
O casal Herbert e Matilde Nascimento de Almeida na casa própria onde moram com a filha Lethica, o genro Gleidson e os três netos, - FERNANDO CASTILHO

Junto com sua mulher, Matilde, servidora da prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, mais a presença Gleidson, da filha Letícia e os netos se transformaram numa âncora. Foi quando a oportunidade de emprego para Gleison fez eles decidirem mudar para Santo Tirso depois que o genro confirmou a proposta de trabalho na área.

Desde então, a família só vai a Lisboa a passeio. Ou para pegar o avião para visitar o Brasil. Mas o espírito inquieto de Beto acabou o levando a voltar à profissão no setor elétrico.
Profissional certificado, tendo trabalhado numa empresa espanhola (Celpe hoje Neoenergia Iberdrola), ele confessa que não teve dificuldades em encontrar ofertas de trabalho. E não só no país como em países como França e Grécia cuja remuneração chega a quase o dobro em alguns contratos de empresas portuguesas.

A condição de aposentado no Brasil, portanto, com renda comprovada em Portugal, lhe dá algumas vantagens como empréstimos com taxas de juros menores, inclusive na área habitacional. Voltou para o trabalho de eletricista de alta tensão. Até porque a família lhe dava retaguarda quando cumpria contratos fora de Portugal.

“Ele é assim: um certo dia chega e diz para mim. Vou trabalhar na Grécia por seis meses e vai voltando a cada dois meses ou num feriado”, diz a esposa Matilde.

Para Beto essa estrutura é fundamental. “Família é tudo e nada paga a alegria de ver os netos crescerem junto da gente. Mas depois de trabalhar muito no Brasil e agora na Europa eu decidi reduzir o ritmo”. Dificilmente vou pegar trabalho em Portugal ", confessa.

Ele amealhou euros a ponto de em setembro de 2019, junto com o genro Gleidson, realizar um velho sonho no país: Comprar uma casa própria. A poupança dele e do genro os levou à aquisição da casa de 160 onde mora, onde habitam as duas famílias num condomínio que no Brasil seria de classe média alta.

Mas é aberto já que não faz sentido ter muros ou segurança privada. No final do ano passado, eles anteciparam o fim do contrato com o banco fugindo às altas taxas de juros a preço de mercado que se cobra no país.

E inventou de fazer queijo de coalho e carne charque em casa. Não raro, os amigos de Suape aparecem querendo o produto artesanal que não pode ser comercializado na cidade. “Eu vou acabar virando profissional nisso”, brinca revelando sua conhecida alegria.

Matilde ainda tem que voltar ao Brasil onde precisa fechar seu processo de aposentadoria como servidora pública. Mas disse que fez a escolha certa quando junto com o marido decidiu vir para Portugal.

“Quando chegamos eu e Beto ainda não existia a onda de crescimento das moradas. Mas a gente já sentia os preços do aluguel em Lisboa - onde moramos em apartamentos pequenos – subirem exageradamente devido à procura por imigrantes.

Entusiasta da ideia do pastor Rodrigo Cavalcanti em fundar uma nova comunidade religiosa, Matilde ofereceu sua casa e seu quintal para as primeiras reuniões. Com a oficialização da primeira Igreja Anglicana Brasileira de Portugal em Santo Tirso, ela será ministra auxiliar do pastor. “Deus nos guiou até aqui. Vai nos guiar para o futuro” resume emocionada lembrando que foi sob a tenda armada em sua casa, que a nova igreja virou realidade.

FERNANDO CASTILHO
O desenvolvedor de software e pastor evangélico, Rodrigo Cavalcanti e sua esposa Edilene Moreira de Souza. - FERNANDO CASTILHO

Rodrigo, técnico em TI, fundou uma igreja

O desenvolvedor de software Rodrigo Cavalcanti sempre conciliou no Brasil sua vida profissional com a de pastor auxiliar da Igreja Anglicana de Piedade, liderada pelo reverendo Miguel Uchoa, com quem, por anos, dividiu as tarefas sacerdotais. Foi na Igreja que ele conheceu sua esposa Edilene Moreira de Souza

Profissional de TI, Cavalcanti foi fortemente requisitado durante a pandemia e construiu uma carreira no setor até que em 2020 - quando a economia mundial estava voltando - recebeu uma proposta para migrar para Portugal para trabalhar exatamente na região do Porto.

Ele foi um dos primeiros brasileiros a entrar no país e precisou cumprir 15 dias de quarentena num hotel para poder se apresentar no escritório onde hoje trabalha home office com dois dias por semana de comparecimento presencial. O Banco francês Natixis transferiu sua área de TI para o Porto, hub de serviços no qual ele é demandado.

Sua mulher Edilene juntou-se a ele abandonando a carreira de corretora de imóveis onde trabalhou, especialmente, na Zona Sul para empresas como a Jairo Rocha e Hub Nogueira. O casal tem duas filhas que não estão com eles em Portugal.

Edilene voltou a profissão. Portugal não faz restrições para a atuação do setor de corretagens de modo que o CRECI não existe na UE. Isso a fez voltar ao mercado de corretagens de imóveis se ligando a empresa Blinving Real State que atua nas cidades circunvizinhas à Santo Tirso onde o casal tem residência “ainda alugada” diz Edilene revelando que assim como a família de Gleidson e Leticia ter residência própria.

O casal integrou-se ao grupo de pernambucanos no município e acabaram fundando a Igreja Anglicana Tenda de Portugal, cuja sede é em Santo Tirso. A sala de 40 m 2 foi inaugurada na primeira semana de novembro com apenas 30 membros que o pastor Rodrigo Cavalcanti deseja ampliar.

A Anglicana é uma comunidade tradicional no mundo criada no século XV e é bem diferente das igrejas neopentecostais que já chegaram em Lisboa, por exemplo. Basicamente reúne famílias de classe média e, no caso da Tenda, tem a curiosidade de ter reunido seus primeiros integrantes no quintal da casa que Beto e Gleison comparam na cidade quando aconteceram os cultos semanais sob uma lona plástica.

A condição de técnico em TI, numa empresa europeia e a facilidade de Edilene atuar no mercado de corretagens de imóveis torna a condição do casal bem diferente da maioria dos brasileiros que migraram para Portugal. Entretanto, não diminuiu os desafios de quem emigra para um país cuja única identidade real é a língua.

“Há uma enorme ilusão e difusão de notícias de que tudo é fácil em Portugal e que se ganha no Euro diz diz o pastor Rodrigo. Ora, aqui mas se gasta em Euro. E nós temos observado isso até mesmo aqui em Santo Tirso que é um polo de negócios em desenvolvimento esclarece, O que talvez explique por que muitos precisam até de ajuda do governo para pagar a passagem de volta ao Brasil, conclui.

O quadro pintado pelo pernambucano cuja sede da igreja fica em Piedade, Jaboatão dos Guararapes, é real. Portugal tem de fato necessidade de mais obras. Mas que mão de obra qualificada. E capacidade de adaptação e resiliência à falta da proteção da família que ficou no Brasil e dos amigos. O que só aumenta a responsabilidade que o pastor Rodrigo agora terá com a formalização de sua pequena igreja.

 

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Famílias de brasileiros se reúnem frequentemente para falar de suas vidas em Portugal e lembrar de Pernambuco. - Albumde Família

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