TERMINAL

Obras de dragagem em Suape mostram que terminal vai precisar de mais investimento do governo do estado para se manter competitivo

Acordo de R$ 480 milhões, celebrado por Paulo Câmara, pagoiR$ 340 milhões fara quitar a dívida com a Holanda e R$ 140 milhões para finalização da obras.

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Fernando Castilho

Publicado em 05/12/2023 às 0:05 | Atualizado em 05/12/2023 às 9:08
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A chegada da maior draga do mundo do tipo corte e sucção, Willem Van Rubroeck ao porto de Suape para completar em cinco meses o serviço de aprofundamento do porto externo em até 20 metros, deve colocar, de novo, o porto em posição de destaque no cenário mundial do setor e possibilitando a atracação de embarcações de grande porte com sua capacidade máxima.

E marca um momento de inflexão o terminal que nos últimos recebeu pouca atenção do governo em termos de maiores investimentos em infraestrutura que acabaram por limitar seu potencial.

Briga internacional

Suape, como se sabe, foi objeto de uma disputa judicial desde o Governo Eduardo Campos, entre o Estado de Pernambuco e a empresa holandesa Van Oord, que chegou ao nível de contenta internacional entre o Brasil e os países baixos uma vez que o serviço foi quitado à empresa pelo governo holandês.

Essa ação só foi resolvido com um acordo celebrado no último mês do governo Paulo Câmara que reduziu a causa de R$ 800 milhões para R$ 480 milhões onde R$ 340 milhões foram para quitação da dívida com a Holanda e R$ 140 milhões para finalização da obras que serão feitas a partir desse mês.

Como Suape não tinha esse dinheiro, foi o Estado, acionista controlador da empresa, que aportou os recursos que agora serão pagos à Van Oord que deslocou a gigante Willem Van Rubroeck ao porto pernambucano.

Alinhamento 

O acordo incluiu um alinhamento com a comunidade de pescadores da Colônia dos Pescadores Z-08 de Gaibu e da Associação de Pescadores e Pescadoras Profissionais em Atividade do Cabo de Santo Agostinho de modo a que a movimentação de 1.368.000 metros cúbicos de sedimentos do mar não danifica ainda mais o ecossistema local.

Com a conclusão prevista para cinco meses, Suape poderá voltar ao mercado de supernavios, inclusive, ajudando na operação das obras de ampliação da Refinaria Abreu e Lima que vai dobrar de tamanho.

A conclusão do aprofundamento do canal externo é um bom exemplo de como o complexo de 45 anos precisará de investimentos constantes do acionista controlador e como precisa se posicionar como destino de cargas internacionais.

Sem isso, o porto viu crescer o mercado de cabotagem de contêineres em especial desembarcados em outros portos no Sudeste quando poderia ter linhas direcionadas a Pernambuco e daí retribuir essas cargas.

Navegabilidade

A dragagem é fundamental porque garante a manutenção da navegabilidade em profundidade adequada para a segurança da navegação, manobras e operações do porto, que funciona ininterruptamente 24 horas por dia, durante os 365 dias do ano.

E a previsão de receber empreendimentos como o TUP da APM Terminals, subsidiária da A.P. Moller-Maersk, da nova planta da Blau Farmacêutica (um dos grandes nomes da indústria farmacêutica nacional) deverá ser instalada a partir de 2024 e dos Terminal de Regaseificação de GNL, a ampliação do Parque de Tancagem, e o Terminal de Granéis Sólidos de Suape já anunciados vai obrigar o Governo a gastar bem mais que o R$ 140 milhões que serão pagos pela dragagem.

Planta de reciclagem

A empresa pernambucana Baterias Moura, líder no mercado de baterias automotivas de chumbo fará uma nova planta no seu complexo fabril em Belo Jardim onde pretende reciclar 100% das baterias que entrega ao mercado nacional.

A Moura até como estratégia de garantia de suprimentos foi uma das primeiras empresas a adotar o conceito de engenharia reversa recolhendo baterias de onde recicla não apenas chumbo, mas a borracha e a solução líquida que ela contém. Segundo () o investimento previsto é de R$000 milhões e objetivo agregar junto aos operadores em Belo Jardim toda tecnologia de automação da planta inclusive nos softwares embarcados.

Diesel ruim

Durante a Clima (COP 28), em Dubai, nos Emirados Árabes, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse acreditar ser possível o Brasil chegar à mistura de 25% de biodiesel no combustível derivado de petróleo.  O problema é que a indústria produz biodiesel com plantas com mais de 20 anos segundo a CNI que aponta o setor como maior defasagem tecnológica.

Mas Silveira se tornou um porta voz do setor e aprovou Resolução nº 16 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a elevação, a partir de 1º de abril último, a mistura de de 10% para 12%; para 13% em 2024, para 14% em 2025 e 15% em 2026. Em dubai ele começou a falar de 25%.

Dívida Zero

O programa de redução de juros e multas dos impostos estaduais, Dívida Zero já chegou a R$ 1 bilhão negociados, proporcionando uma redução de mais de R$ 650 milhões em dívidas. O prazo de adesão foi estendido para até 27 de dezembro.

Bom para bancos

Vem aí a nova fase do A nova fase, Feirão Limpa Nome com mais parceiros, ofertas e novos descontos, e a possibilidade a 117 milhões de brasileiros quitarem dívidas por até R$100,00. O número é esse mesmo. Apesar do Desenrolar e das promoções do Serasa o número não é baixo. Na verdade o Desenrolar foi mesmo um bom negócio para os bancos. Os balanços do terceiro trimestre mostram que o que era provisão para devedores duvidosos se transformou em novos empréstimos.

 

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