CD de cocaína para Europa, Equador expõe risco do Brasil em não combater a partir das prisões que abrigam lideranças do tráfico
Equador virou m maior ditribuidor de cocaina para a Europa.
Esgrimido entre a Colômbia que produz 36% de toda cocaína no mundo e o Peru que produz 26%, o Equador virou uma grande Central de Distribuição da droga sendo atualmente o maior fornecedor para a Europa a despeito de não plantar coca e nem processar a produção.
No Equador, os traficantes por influência dos grandes cartéis do México, escolheram o modelo de negócio focado na distribuição cuja margem é muito maior que a produção dos três maiores produtores de pasta base e refino que são a Colômbia, o Peru e a Bolívia que, também, se especializou em produzir maconha sendo atualmente do grande fornecedor do Brasil.
O que ajudou nessa construção foi a saída do Equador para o Pacifico e a proximidade por ele com o México, de onde veio a expertise de entrega da cocaína produzida nos três grandes produtores no mundo e que estão na América do Sul.
O modelo de negócio do Equador é um alerta para o Brasil que também virou um distribuidor no atacado tanto para a Europa como para África e países asiáticos além dos Estados Unidos. Ele se estruturou nas prisões de onde os líderes gerenciam todo o negócio e que a seguir passaram a se associar com as milícias que depois do tráfico são hoje o maior desafio do estado brasileiro que não tem uma estratégia clara de combate aos dois problemas.
A denuncia do prefeito Eduardo Paes que denunciou a cobrança de R$500 mil de uma milícia para que a construtora que venceu a licitação não tivesse problemas é um exemplo da ousadia dos criminosos.
Claro que Eduardo Paes sabe dos negócios das milícias no Rio de Janeiro que nos últimos anos se associaram ao tráfico. Ele sabe que em uma parte importante do Rio de Janeiro o estado foi substituído pelas milícias que cobram taxa de proteção e mais recentemente por serviços de distribuição de gás, água mineral, eletricidade e serviço de banda larga e TV a Cabo. Mas até agora eles não tinham enfrentado a Prefeitura do Rio de Janeiro.
As milícias do Rio de Janeiro não estão atuando isoladamente. Elas agora fazem parte do ecossistema de distribuição de cocaína. Elas têm conexões com os traficantes E é aí que a semelhança com o negócio no Equador preocupa.
As facções que comandam o tráfico no Equador segundo o próprio governo em número de 22 na prática controlam parte do território do país. Elas são capazes de organizar reações nacionais como fez com a fuga do líder da principal facção criminosa do Equador, conhecida como Los Horneros, teria fugido "horas antes" de uma operação de revista no domingo no presídio onde cumpria pena.
Talvez o único fato novo é a percepção do presidente do Equador Daniel Noboa, um jovem menino rico de 36 anos que estudou em Miami e que se elegeu presidente sem ter qualquer ideia mais consistente de como os negócios se enraizaram no seu país enquanto ele estudava.
Noboa se elegeu prometendo coisas inusitadas como barcos-prisão e mega penitenciária 'modelo Bukele', criada pelo presidente de El Salvador, Nayib Bukele, que construiu a maior prisão do país, com capacidade para 40 mil pessoas.
O desafio de projeto tão grande é que uma vez capturado o comando dessa prisão se captura parte do sistema de prisões do país.
E Daniel Noboa não tinha ideia de que era isso a vencer as eleições bancadas pelo seu pai.
Mas esse é um problema do Equador. O que isso tem a ver com o Brasil é que as prisões brasileiras já estão nas mais grandes facções. Ela tem ainda o controle de parte das milícias no Rio de Janeiro e controla parte da capital.
Os dirigentes de tráfico sabiam que os aloprados que invadiram uma emissora seriam presos e poderiam até ser mortos. Mas eles queriam dar um recado do que podem fazer. Talvez pensando na repressão que os Estados Unidos podem fazer no próprio Equador. Ou seja, quando alguém atira uma pedra no vidro do vizinho é preciso cuidar mais da suas próprias janelas.