Balanço da Caixa é positivo, mas expõe estrago que o governo Bolsonaro fez com a instituição em relação ao FGTS
iNSTITUIÇÃO contratou R$331,3 bilhões na sua carteira comercial e mais R$185,4 bilhões no crédito imobiliário.
A Caixa Econômica Federal publicou seu balanço de 2023 com um lucro de R$10,6 bilhões de um crescimento nas operações de crédito de R$733,3 bilhões no crédito imobiliário.
Também fechou R$232,2 bilhões nas operações de crédito comercial mostrando que a instituição totalmente controlada pelo governo já consegue sair da cômoda posição de grande central de serviços sociais e funcionar como verdadeira instituição bancária.
Ano passado, ela entregou R$9,2 bilhões em serviços típicos de governo dentro dos R$25,8 bilhões obtidos apenas com serviços.
A Caixa contratou R$331,3 bilhões na sua carteira comercial e mais R$185,4 bilhões no crédito imobiliário, potencializada pelo fato de carregar R$358,3 bilhões dos depósitos totais da caderneta de poupança.
A Caixa ainda é o grande agente do crédito imobiliário do Brasil com 67,3% do share do financiamento habitacional, o que é, também, motivo de grande preocupação do presidente da Caixa, Carlos Vieira que, na apresentação dos resultados nesta quarta-feira (28) alertou que, em 2025, a queda bruta dos depósitos na caderneta será um problema no setor.
Explica-se: 2023 fechou com a caderneta de poupança com saldos de R$985,0 bilhões depois de 10 dos 12 meses com captação negativa de R$57,8 bilhões. O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) , que é quem financia a classe média, também teve um ano com déficit de R$ R$72,3 bilhões e fechando com R$747,0 bilhões.
A Caixa continua liderando as contratações no crédito imobiliário, mas com as demandas do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) - que o governo Lula deseja turbinar - analistas do setor já vêem com preocupação se o saldo do FGTS de R$ 720 bilhões (estimado em 2023) e com um patrimônio líquido de R$ 120 bilhões vai aguentar o tranco das demandas.
O problema é que nos quatro anos do governo de Jair Bolsonaro, o saldo do FGTS foi repetidamente atacado com uma série de autorizações de saque Elas foram erodindo o patrimônio do fundo que deveria ser direcionado ao financiamento da habitação.
Esse ataque começou com a retirada da gestão do FGTS da Caixa, prosseguiu com o saque aniversário e extraordinário e a transferência de todo o subsídio à construção imobiliária no Brasil para o saldo do FGTS.
Para se ter uma ideia do que foi isso basta dizer que, em 2021, o saque aniversário consumiu 17,3% de todo o saque efetuado no fundo, enquanto o saque extraordinário consumiu mais 19,5%. Apenas essas duas novas modalidades extraordinárias consumiram mais que o saque por demissão sem justa causa (33,3%) do total liberado.
Por outro lado, no governo Bolsonaro também caíram os investimentos de Saneamento e Infraestrutura, em 2023 eles chegaram a R$98,4 bilhões contratados com R$15,4 bilhões a mais (91,0%) que em 2022.
De qualquer forma, o balanço da Caixa de 2023 mostra a importância da discussão sobre o financiamento imobiliário com recursos da poupança quando se considera que, com a democratização de investimentos para a baixa renda, existem outros instrumentos que concorrem com a caderneta.
O ano de 2023 foi de recordes para a Caixa: ela registrou R$544,3 bilhões em contratações de crédito, (+ 6,8%) em relação a 2022, o maior patamar da história. Com as captações resolvidas e a troca de governo, a Caixa voltou a conceder crédito com maior velocidade.
A carteira geral do banco cresceu 10,6% em um ano e chegou a R$1,1 trilhão no final de 2023. Ajudou a alta de 14,6% no crédito imobiliário e 27,3% no crédito para o agronegócio, um segmento que, em tese, deveria ser ocupado apenas pelo Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia e que a instituição começou a atuar mais recentemente.
Ventos da YPÊ
A Ypê, empresa 100% brasileira e líder em importantes categorias do segmento de higiene e limpeza, liderada pelo empresário Jorge Eduardo Beira fechou com a Casa dos Ventos - liderada pelo empresário Mário Araripe- e dona do maior portfólio de projetos eólicos e solares do País e 30 GW, um contrato de R$ 250 milhões para autoprodução remota de energia renovável gerada no Complexo Eólico Rio do Vento, no Rio Grande do Norte.
O complexo tem capacidade de 1.038 MW, capaz de evitar a emissão de dois milhões de toneladas de CO2 por ano na atmosfera. O contrato com duração até 2039, posiciona a Ypê como acionista do empreendimento.
Inovação do Recife
O novo secretário de Ciências e Tecnologia do Recife, Rafael Figueiredo é o convidado do LIDE Digital numa conversa hoje (29) no Centro de Inovação da Accenture, no Recife Antigo, para falar sobre “Transformação digital do Recife, seus conhecimentos e oportunidades”.
Mangai Ceará
O tradicional restaurante Mangai abriu ontem (28) nova unidade, desta vez em Fortaleza. Fundado em 1989, em João Pessoa (PB), o Mangai tem operações em Natal, Brasília, Recife e agora em Fortaleza. Fica na Rua Coronel Linhares com Ana Bilhar, 291, no bairro Meireles, na capital cearense.
Brasil limpinho
A produção industrial de saneantes fechou 2023 com alta de 5,6%, segundo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene e Limpeza (ABIPLA). A alta, recupera a queda de 5,7% de 2022. Entretanto, em diversos produtos houve deflação no período, como detergente (-0,70%), sabão em barra (-5,68%) e esponja de limpeza (-4,57%).
Beleza cara
A indústria de beleza de prestígio também obteve bons resultados em 2023. O segmento movimentou R$3 bilhões e cresceu 13%, se comparado a 2022. A categoria de maquiagem foi o destaque com R$1 bilhão e crescimento de 25%. As marcas La Vie Est Belle (Lancôme), Good Girl (Carolina Herrera) e Sauvage (Dior) lideraram na linha de fragrâncias. As marcas Studio Fix (M.A.C), Mineralize (A.C) e Radiant Nars ( Nars) lideraram na de maquiagem.
Energia hidráulica
Enquanto o mercado de projeto de geração de solar e eólico explode no Brasil, o setor de projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) reclama da burocracia para tirá-los do papel.
De acordo com a Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch), o tempo médio para a liberação dos empreendimentos para participar de leilões de energia é de nove anos. Desde 2015, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) registrou 130 atos para a autorização ou concessão de PCHs, com potencial inferior a 30 MW.