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Queixa de falta de investimento no PIB brasileiro esquece falta de confiança nos governos Lula e Bolsonaro

O comportamento errático de Lula atrapalhou a sua briga sem sentido com Roberto Campos Neto foi apenas um dos motivos de estresse desnecessário na economia.

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Fernando Castilho

Publicado em 02/03/2024 às 0:06
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Com todo respeito que merecem nossos analistas de economia, mas culpar a falta de investimento nos anos de 2022 e 2023 que atende pelo nome de Formação Bruta do Capital Fixo (FBCF) desconsidera um enorme preconceito do empresariado nos dois presidentes, por motivos diferentes, mas que são determinantes na hora de tirar projetos da gaveta.

Voltando a 2019: Alguém pode perguntar se a vitória do "capitão" inspirou empresas de planejamento de longo prazo a se movimentar? E em 2022, havia clima de otimismo para que os empresários estivessem mais animados? Para começo de conversa se contava nos dedos os analistas que viam consistências na tese de Paulo Guedes que ele mesmo dizia serem liberais.

Desconfiança total

Ou alguém esquece a forma catatônica como ele (como o comandante da economia) lidou com a Covid-19? Resumindo: Ninguém apostava um real num crescimento econômico num eventual governo Bolsonaro II

Eleito Lula, o efeito de desconfiança mudou de lado. O comportamento errático de Lula atrapalhou a sua briga sem sentido com Roberto Campos Neto.

Superado o trauma do dia seguinte do 8 de janeiro, o mercado até março não via rigorosamente nenhuma atitude consistente do novo governo na direção de novos investimentos. E mesmo a confiança em Fernando Haddad não se construiu antes do final do primeiro semestre.

Motivos para confiar?

Então voltamos à velha questão: em dois anos o empresariado teve motivos e ações firmes do Governo que o estimularam no desenvolvimento de novos projetos?

Uma consulta simples nas agendas de Lula e até mesmo de Fernando Haddad os anúncios de investimentos são raros. No fundo, a conversa foi salva por Geraldo Alckmin que - como todos saquem - só virou ministro do desenvolvimento econômico porque Lula não encontrou ninguém.

Mas voltando a performance do PIB de 2023 que teve crescimento de Agropecuária em 15,1%, a Indústria com 1,6% e o setor de Serviços com 2,4%. Colocando em perspectiva o ambiente político, alguém minimamente honesto pode desconsiderar que o ambiente de negócios no Brasil não prejudicou a economia? O Brasil cresceu em 2023 porque o agronegócio foi tão eficiente que carregou o crescimento dos terceiro e quarto trimestres. Mesmo com o governo atrapalhando.

Foto: Ricardo Stuckert / PR
O presidente Lula no primeiro compromisso com o setor empresarial numa visita `a fábrica da Volkswagen do Brasil em São Paulo - Foto: Ricardo Stuckert / PR

Desconfiança geral

Uma analista pode colocar as questões estruturais. A Formação Bruta de Capital Fixo cresceu apenas 16,5% (em 2022 ela chegou a 17,8%) onde tivemos uma queda de 4,4% apenas no quarto trimestre de 2023, justificado pela queda tanto da produção interna quanto da importação de bens de capital. É verdade, mas aqui para nós e povo da rua: Com o cenário macroeconômico que o Brasil viveu no último ano de Bolsonaro e no tumulto gerado nos primeiros meses do primeiro de Lula havia confiança?

Então, sejamos razoáveis. Chegar a O PIB totalizou R$10,9 trilhões em 2023 como chegamos a R$9,9 trilhões em 2022 é uma vitória extraordinária nas potencializes do Brasil. No fundo representa uma resposta do empresário ao quadro de 24 meses de um período de indefinições do governo que atrapalham muito.

Explicar o Brasil

Empresários brasileiros e executivos mais preparados sempre buscam no passado experiências que os ajude a decidir o futuro e a superação das dificuldades mesmo depois dos 30 anos do real. Eles têm a memória e as estratégias. Mas e os CEOs de companhias internacionais?

Muitos não conseguem sequer entender o quadro geral e precisam de tradução de seus gestores no Brasil. Então, comemoremos uma formação bruta de capital em 2022 e 2023. É a prova de que apesar do governo o Brasil é um país diferenciado para se investir. E torcer para que a equipe de Fernando Haddad e o próprio Lula não afastem quem aposta no país.

Divulgação
O Paço Alfandega vira um empresarila de TI dentro do bairro do Recife e no Porto Digital. - Divulgação

Empresarial Paço

Com a inauguração na nova sede da América Latina da Liferay, multinacional norte-americana desenvolvedora de uma plataforma de experiências digitais, num espaço mais de 5.300 m² e 650 estações de trabalho que ocupa dois últimos andares do prédio histórico, o Paço Alfândega Shopping vira um novo empresarial de TI ancorado pela agência da Caixa Econômica, Uber, Mesa, Tempest  e Central IT com aproximadamente 1000 ´pstos de trabalho. Apenas a Liferay levou para lá mais de 300 colaboradores.

Investindo em EPI

Os setores de construção civil e incorporação imobiliária investiram quase R$300 milhões (R$296 milhões) ano baseados em práticas de integridade física de seus colaboradores, gastando 74% mais que em 2022. A Pesquisa Acidentes de Trabalho nas Obras, que ouviu gestores de SST (Saúde e Segurança do Trabalho) em 952 canteiros de obras por todo o Brasil mostra que o setor gasta mensalmente com cada funcionário próprio R$190 em equipamentos de proteção individual. O setor fechou o ano com 71.405 trabalhadores.

Reunião do GT

Nesta segunda-feira, no Auditório da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação no Cordeiro tem a primeira reunião extraordinária do grupo de trabalho criado para agilizar a contratação de mais de 10 mil empreendimentos habitacionais no Estado.

Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Energia eólica é aquela resultante da força dos ventos - Foto: Diego Nigro/JC Imagem

Que calor

O consumo de energia residencial dos brasileiros disparou e ajudou a elevar a demanda para 71.200 megawatts médios em janeiro, um aumento de 6,6% na comparação com 2022. Quase todos os estados registraram alta, influenciados por temperaturas acima da média, que impulsionam o uso de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado, e pela boa performance de alguns ramos de atividade econômica, que produziram mais e, consequentemente, usaram mais eletricidade.

Mary Elbe

A advogada tributarista Mary Elbe Queiroz participou nesta quarta-feira (6) no Plenário do Senado Federal, da Audiência Pública sobre o novo projeto de lei complementar do Código de Defesa do Contribuinte que está aguardando aprovação. O documento também estabelece deveres para o contribuinte. Mary Elbe integra a Comissão Temporária Interna de Juristas do Senado Federal.

Conexão TAP

Depois de anunciar novo recorde de voos (91) por semana, média de 13 por dia, a TAP que é a companhia aérea europeia com mais tráfego com o Brasil anuncia que vai operar 96 voos semanais no pico do verão Europeu. Serão 16 a mais do que os 80 voos semanais operados no verão passado.

Polo do Gesso

O diretor técnico da Copergás, Roberto Zanella, iniciou uma série de visitas às prefeituras, empresas do setor, Sindusgesso e Fiepe no Sertão do Araripe para dar continuidade à implementação do gás natural, que vai abastecer as indústrias do Polo do Gesso. O investimento inicial é da ordem de R$6 milhões e o projeto piloto será iniciado em abril. O governo zerou o ICMS do gás que será vendido para as indústrias do gesso.

Eólicas em disputa

Um contencioso territorial entre os estados do Piauí e Ceará promete mudar a geografia dos investimentos no setor de energia eólica no Brasil. Nessa disputa o Ceará perderia perder até 45 empreendimentos eólicos para o vizinho Piauí em função de uma eventual demarcação. Os equipamentos estão instalados ou têm autorização de construção em áreas de alguns dos municípios que estão em disputa territorial entre os estados há cerca de 300 anos. Atualmente, há 291 torres eólicas já instaladas nesses perímetros.

Perda de impostos

A Aneel começou a alertar os proprietários que por conta disso, projetos futuros podem ser impactados pela disputa. Se os empreendimentos passarem a ser no território do Piauí, o Ceará perderia além da arrecadação de ICMS, parte das cotas no Fundo de Participação dos Municípios".

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