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Para Maílson da Nóbrega, Brasil está condenado a crescer pouco pelo que dispõe para investimentos

Segundo o economista é que o Brasil renunciou a um desenvolvimento mais forte para atender as prioridades sociais. "Nada contra, mas como nós nos concentramos nisso temos um custo.

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Fernando Castilho

Publicado em 13/03/2024 às 0:05 | Atualizado em 13/03/2024 às 6:56
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Na conversa que teve nesta terça-feira(12), com jornalistas no programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, o ex-ministro da Fazenda e consultor, Maílson da Nóbrega disse que o Brasil tem um sério problema para resolver e esse problema está centrado em duas questões: A primeira é a insustentabilidade do regime fiscal que gera incerteza para quem vai investir no longo prazo; e a segunda a queda da produtividade que é o principal fator de não geração de riqueza do país

Para ele, o Brasil só vai se tornar um país rico, se crescer mais rapidamente do que os outros países ricos. Para emparelhar com eles lá na frente. “Mas, atualmente, por conta dessas questões fiscais das intervenções desastradas do Governo na economia, isso não é possível”.

Crescer mais

Mailson da Nóbrega disse que, desde os anos 80 (a partir da promulgação da Constituição de 1988) o Brasil reduziu o seu potencial de crescimento. “O Brasil que já chegou a crescer próximo de 10%, ao ano, deveria estar crescendo 4, 5% se quisermos nos tornar um país rico”.

Mas na verdade, segundo o economista é que o Brasil renunciou a um desenvolvimento mais forte para atender as prioridades sociais. “Nada contra, mas como nós nos concentramos nisso temos um custo. E esse custo significa menor produtividade e menor potencial de crescimento. E é importante dizer que o Brasil tem gastos sociais proporcionais altos para sua a sua economia. Aliás, maior do que a Alemanha perto do que é Suécia”, disse o ex-ministro.

Tudo comprometido

Ele lembrou que 98% dos gastos federais são obrigatórios e se concentram em seis grupos de despesa: Pessoal, Previdência, Saúde, Educação, Programa Sociais como o Bolsa Família (que ninguém vai eliminar) e investimentos.

Então, no Brasil o governo federal dispõe de apenas 2% do orçamento para exercer nas atividades de pesquisa e investimento em diplomacia, justiça etc., alertou Nóbrega.

Situação insustentável

Ora, isso é absolutamente insustentável. A média no mundo é que os governos (Espanha, por exemplo) controlam metade do orçamento para definir suas prioridades. A outra metade é obrigatória em todo mundo, inclusive suas forças armadas, o poder judiciário, máquina pública, etc. Todo mundo tem mais recursos, disse Maílson da Nóbrega.

Entretanto, segundo ele, o governo brasileiro não tem condições de cortar gastos até porque quando ele corta através de contingenciamentos gera o que ele denomina de “efeito mola”. “Você diz que não vai ter aumento de salário para funcionário público, fica dois ou três anos assim e quando tem que fazer isso se torna insustentável”.

Pensamento do PT

Ele também disse que ter um crescimento mais forte exige ação do governo de cortar gastos. Entretanto, adverte, o presidente Lula e grande parte do PT não entendem que o que promove o desenvolvimento é a produtividade. Isso é reconhecido em todo mundo.

Nóbrega lembrou que mais de 80% do crescimento da economia americana - nos últimos 50 anos 70 anos - veio da melhoria da produtividade. “Mas na cabeça de Lula é o gasto que promove o crescimento da economia. Então, o Lula tem ojeriza a cortar gastos. Esse é o defeito de pensamento antiquado arcaico do PT”, diz o ex-ministro.

Taxar super ricos

Ele também falou sobre a proposta do ministro Fernando Haddad de que os países devem tributar mais os ricos. “Acho que a ideia de criar um imposto sobre grandes fortuna é um grande equívoco na minha avaliação”.

O super rico, esclarece o ex-ministro, normalmente recebe uma grande herança. Ou foi bem sucedido na sua atividade empresarial. Como investidor, ele acumulou patrimônio com esse rendimento, da herança ou dos lucros que ele tem na atividade privada. Só que para isso ela já pagou imposto e paga imposto. E pagará, no futuro. Porque a grande fortuna do indivíduo muito rico, quando ele falecer seus herdeiros vai pagar imposto de herança.

Não deu certo

Maílson da Nóbrega disse que é por isso que o imposto sobre grandes fortunas, foi criado numa dezena duas dezenas de países e, em todos os casos, (com exceção de um ou dois países desistiu-se de cobrá-lo.
“Primeiro, porque ele arrecada muito pouco, pela experiência mundial. Então, todo mundo foi desistindo” .

E essa experiência é conhecida e a Receita Federal que sabe disso e que a experiência mundial não recomenda criar muito, concluiu Maílson da Nóbrega.

Divulgação PCR
PPP das creches da PCR deve ser lançado em junho. - Divulgação PCR

João das creches
O TCE-PE aprovou o projeto Parceria Público-Privada Infância na Creche, da Prefeitura do Recife, etapa prévia ao lançamento do edital ainda neste semestre. Desenhado com o objetivo de até 2026 zerar a fila de vagas para crianças de zero a cinco anos na cidade, o Infancia creche teve estudo de viabilidade feito em parceria com o BNDES e está na fila para deliberação final da diretoria do banco.

A Prefeitura está avançando nas exigências burocráticas anteriores à publicação do edital da PPP como a regularização dos terrenos para a construção das unidades. O projeto foi orçado em, aproximadamente, R$500 milhões (R$385 milhões + Reinvestimento ao longo dos 25 anos de R$112 milhões).

Revenda Conectada

Hoje a amanhã em Petrolina tem a nova edição do Revenda Conectada, evento promovido pelo Sindicombustíveis-PE para postos revendedores de combustíveis e profissionais do setor. Será o primeiro na região sertaneja no Senac Petrolina, na Avenida Gilberto Freire, 650, Vila Mocó. O Revenda Conectada traz uma programação rica em palestras e espaço de exposição com foco em network e oportunidades de negócios numa ação liderada pelo presidente do Sindicombustíveis-PE, Alfredo Pinheiro Ramos.

Divulgação Cagece
Transposição àguas do Rio São Francico não está tendo água bombedas. - Divulgação Cagece

Transposição Ceará

O projeto de transposição do Rio São Francisco para o Ceará tem um sério problema e deixou de abastecer o Açude Castanhão. É que uma das duas bombas da Estação Elevatória de Salgueiro que estará recuperada em 15 dias vai permitir a volta do bombeamento. Mas a recuperação da segunda máquina só deve ficar pronta em dois anos ao custo de R$50 milhões. As bombas são as maiores do sistema e no caso do Ceará sustentam o fornecimento do açude que desemboca no Rio Jaguaribe que chega a Fortaleza

Companhia de Lazer

A empresa Cia do Lazer, referência no mercado de recreação e lazer no Nordeste, está completando 35 anos. Atualmente, o espaço, localizado em Ipojuca, na RMR, opera com 40% da capacidade e tem expectativa de chegar a 60%, até o fim deste ano. As atividades desenvolvidas no local como projetos pedagógicos; formaturas; projetos com igrejas e iniciativas sociais para até cinco mil pessoas.

NEOENERGIA
Contas de energia vencidas da Neoenergia podem ser negociadas no Feitão Serasa. - NEOENERGIA

Devendo a luz

A Neoenergia Pernambuco tem um pendura de quase 25% de seus clientes com débitos e inscritos no Serasa. A empresa está oferecendo mais de 960 mil ofertas na plataforma Limpa Nome da Serasa para ver se recebe parte deles. Segundo a empresa, o ticket médio dos débitos com energia dos moradores de Pernambuco chega a R$1.653,00. A Neoenergia Pernambuco atende a mais de quatro milhões de usuários em 184 municípios e o Arquipélago de Fernando de Noronha.

Masterclass 

Amanhã (14), no auditório do Rio Mar Trade Center, o escritório Rocha & Montarroyos, promove o “Masterclass - Os 7 Pilares das Empresas Lucrativas” para apresentar estratégias para as empresas alavancarem os seus negócios. O encontro é direcionado para os clientes da empresa liderada pelo contador Milton Rocha Montarroyos.

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