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A empresários pernambucanos, Rubens Ometto diz que país sofre com insegurança jurídica, corrupção e falta de maior interação com o Governo

egundo Ometto, nos últimos anos os empresários se concentraram muito apenas no seu negócio e tem dificuldade de conversar entre si e entre os diversos segmentos.

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Fernando Castilho

Publicado em 20/03/2024 às 14:05 | Atualizado em 20/03/2024 às 21:51
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Na conversa que teve ontem, no CEO Breakfast (café da manhã) do Experience Club, no Recife, o empresário Rubens Ometto, presidente do Conselho de Administração da Cosan, Raízen, Compass, Comgás e Rumo defendeu que os empresários brasileiros voltem a construir canais com o governo além de suas entidades de modo a reconstruir pontes e expressar seus pontos de vistas, necessidades e projetos de investimentos estruturadores.

Ometto revelou que esse é um comportamento tradicional de países com democracias consolidadas onde o setor empresarial tem canais de acesso de forma ampla que vai além das instituições empresariais.

Segundo ele, nos últimos anos os empresários se concentraram muito apenas no seu negócio e tem dificuldade de conversar entre si e entre os diversos segmentos. Ele elogiou o comportamento dos empresários nordestinos, que pelas dificuldades estão mais próximos dos governos. "Não precisa ser político partidário, mas tem que ser político e conversar", disse o empresário.

Ao falar de sua experiência como empreendedor ele defendeu que o chairman do conselho seja full time e que fujam às rotinas de apenas uma reunião por semana. "O Brasil tem poucas empresas corporate (onde não há um acionista controlador) e por isso precisa que os seus conselheiros estejam acompanhando e auxiliando os executivos. Eu sou um chairman full time e gosto de ir à companhia todos os dias e ajudar nossos executivos", disse.

E falou sobre a questão da insegurança (pessoal e jurídica) e da corrupção. Esse disse que a questão da insegurança está fazendo as empresas cada vez mais transferirem recursos da operação fim para se proteger. O Brasil tem um nível de roubo de cargas altíssimo que é feito pelas empresas que acabam o inserindo nos seus custos.

E também abordou a questão da insegurança jurídica, relacionando-a também como decorrência desse afastamento do empresariado do governo nos últimos anos. Para ele as empresas estão sendo surpreendidas todos os dias por novas regras, portarias e leis que atrapalham o seu planejamento de médio e longo prazo.

Mas Ometto fez questão de elogiar o comportamento do trabalhador brasileiro que tem uma enorme disposição de colaborar com as empresas e que ao serem provocados respondem com uma identificação com as empresas que torna diferenciado em relação aos demais trabalhadores de países da Europa.

"Todos os dias somos surpreendidos pelo compromisso de nossos colaboradores com os objetivos da companhia. É verdade que nas nossas empresas o horizonte é de crescimento na carreira a que ajuda a manter talentos, mas considero o trabalhador brasileiro muito mais engajado com os projetos da empresa que o de outros países", disse o empresário.

E, finalmente, comentou sobre a mudança de comportamentos dos gestores de alto nível e diretores. Ele disse que há, de fato, uma nova tendência de os executivos passarem pouco tempo nas empresas procurando outras colocações. Isso também acontece porque as empresas não deixam claro onde eles podem chegar se apresentarem resultados.

"Há de fato uma tendência de jovens executivos de ficar pouco tempo nas empresas para ter experiências diferenciadas no mercado. Mas as empresas precisam definir claramente os caminhos de ascensão". esplicou Ometto.

Rubens Ometto participou da reunião do CEO Breakfast do Experience Club respondendo a perguntas da gCEO do UBS no Brasil e América Latina, Sylvia Coutinho que atuou como moderadora do encontro e também respondeu a perguntas de empresários pernambucanos. A governadora Raquel Lyra esteve presente no encontro realizado no Armazém Blunelle, na Rua da Fundição.

 

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