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Inauguração de Fábrica de Recombinantes é vitória à série de ataques que Hemobrás vem sofrendo desde que Pernambuco a conquistou

Hemobras está sendo novamente atacada numa controvérsia a partir da PEC 10/2022, que permite a comercialização de plasma humano.

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Fernando Castilho

Publicado em 04/04/2024 às 0:05
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Por trás da festa de inauguração da Fábrica de Medicamentos Complexo Industrial da Hemobrás, localizado no Parque Fabril de Goiana (PE) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra da Saúde, Nísia Trindade existe uma história de um dos mais arrojados de incorporação de tecnologia para a produção de hemoderivados com drástica redução de custos para o Sistema Único de Saúde.

A Hemobrás é um case de resiliência de uma empresa estatal estratégica que ao longo dos anos teve a construção de seu complexo industrial paralisado pelos mais diversos motivos entre eles o de não ter legislação para a transferência de tecnologia pelo seu fornecedor original; ter sido envolvida por ataques de gestores corruptos como o caso do presidente jogando pacotes de dinheiro pela janela do seu apartamento quando de sua prisão pela Polícia Federal.

Planta no Paraná

Ela também esteve ameaçada pela ação de um ministro da Saúde que simplesmente queria transferir a planta que está sendo inaugurada hoje para o Paraná onde era deputado federal. E mesmo agora quando está sendo finalizado o prédio que vai processar hemoderivados a partir de plasma está sendo novamente atacada numa controvérsia a partir da PEC 10/2022, que permite a comercialização de plasma humano com o argumento de que a Hemobrás não possui, nem possuirá, capacidade para atender a demanda interna de medicamentos derivados do plasma.

Certamente no meio da festa da inauguração do Bloco 7 do complexo industrial da Hemobrás que será responsável exclusivamente pela produção de medicamentos feitos por biotecnologia, inicialmente o Hemo-8R (Fator VIII Recombinante da Hemobrás), utilizado para o tratamento de Hemofilia A.

Ministério da Saúde
Ministro da Saúde Ricardo Barros tentou levcar a fabrica de Hemo-8R (Fator VIII Recombinante da Hemobrás), utilizado para o tratamento de Hemofilia A para o Paraná. - Ministério da Saúde

Tecnologia francesa

Pouca gente vai lembrar que no início da implantação da empresa surgiu uma controvérsia a partir da contratação de seu fornecedor de tecnologia a empresa francesa LBF (Laboratório Francês de Fracionamento e Biotecnologia) que ameaçou de cancelar o projeto porque não havia no Brasil uma legislação que permitisse que ela trouxesse dos fornecedores de equipamentos que a ajudaram a construir a tecnologia a ter repassada ao Brasil. E foi preciso que a empresa construísse um caminho legal para viabilizar o empreendimento.

Também poucos vão querer lembrar o “inusitado” caso da investigação policial que a empresa sofreu por suspeitas de corrupção quando o seu então presidente Romulo Maciel Filho, já falecido jogou pela janela de seu apartamento dois pacotes de dinheiro na área de lazer de uma das torres gêmeas no Cais de Santa Rita, o que acabou originando um procedimento padrão de abordagem da Polícia Federal de ter agentes no térreo dos endereços de seu cumprimento de ordens judiciais.

Dinheiro pela janela

Mas certamente nenhum ataque foi tão violento ao projeto Hemobrás como do então ministro da Saúde Ricardo Barros que cortou todas as verbas para a construção do edifício hoje inaugurado porque estava em tratativas com uma empresa internacional que desejava se instalar no Paraná. Felizmente a sua gestão terminou antes de ele concluir o projeto de modo que a fábrica pudesse ser mantida em Pernambuco.

Na verdade, se hoje estamos vendo a inauguração nova fábrica e do Projeto Buriti, destinado a medicamentos biotecnológicos e recombinantes e cujo prédio será inaugurado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi porque mesmo no governo de Jair Bolsonaro foi possível assegurar os recursos para construção, implantação e validação pela Anvisa dos seus processos.

PEC é o novo ataque

Entretanto uma nova ameaça existe hoje no Congresso. Com apoio da Associação Brasileira de Bancos de Sangue (ABBS) uma proposta de Emenda Constitucional (PEC 10) que contesta a tecnologia para fracionar o plasma brasileiro via transferência de tecnologia com o Laboratório Francês de Fracionamento e Biotecnologia – LFB.

Na verdade, a fábrica de hemoderivados estará pronta em 2025, deve ser validada pela Anvisa no final do primeiro semestre quando receberá ao menos 30% do plasma que hoje é processado na França iniciando a eliminação da importação.

Preparnado plasma

Hoje a Hemobrás já cuida de implantar um padrão mais ajustado do controle da captação de sangue o que acaba havendo um grande descarte por estarem fora do padrão o que tem provocado reações do setor privado que opera banco de sangue e que acaba não tendo mais plasma processado.

Isso quer dizer que apesar da festa de conclusão de mais um bloco de seu complexo a Hemobrás continua sob ataque o que vai exigir da bancada de Pernambuco no Congresso a manutenção da vigilância para a defesa de um projeto estratégico para o Brasil.

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Hall de acesso do novo hospital Memorial Star no Recife - Divulgação

Memorial Star

O Grupo Evipar, em parceria com a Orea Empreendimentos e Rede D’Oro estão entregando um novo hospital ao Nordeste. O Memorial Star custou R$500 milhões e será o primeiro da Linha Star na região. O prédio recebeu as mais modernas tecnologias de engenharia, entre eles três "bunkers" no subsolo para abrigar os setores de medicina nuclear e de radioterapia onde as paredes chegam a 1,5 metro de espessura.

A Evipar é liderada por Marcelo Vieira cuja família que fundou os hospitais Santa Joana e Memorial São José teve contribuição importante na consolidação do Pólo Médico do Recife e hoje atua como investidora em operações de grande porte hoje atua na área de “smart money” que combina serviços de saúde e hotelaria como grupo investidor imobiliário.

Dentistas EUA

O Departamento de Estatísticas do Trabalho (Bureau of Labor Statistics), identificou uma procura no país por dentistas com previsão de que o emprego cresça 4% entre 2022 e 2032 o que representa vagas para 5 mil novos profissionais a cada ano, em média, ao longo da próxima década. Um outro levantamento feito pela empresa de mobilidade global Hayman-Woodward revelou que entre 2021 e 2023 houve um aumento de 480% no número de pedidos de green cards para dentistas nos EUA.

Tendências do varejo

Hoje (4) das 8h às 10h, no auditório do JCPM Trade Center, no Pina tem uma conversa sobre Inovações e boas práticas do mundo do varejo a partir da NRF BIG SHOW 2024, considerado o maior evento do varejo mundial, que abriu o calendário este ano, em Nova York (EUA). O encontro é para empresários e empreendedores numa realização da CDL Recife, em parceria com a Apesce, Aloshop, Sindilojas e FCDL PE.

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A Lojas Ameircnas vendeu 13 milhões de ovos de Pascoa em 2024. - Divulgação


Ovos  da Americanas

A Americanas é um case extraordinário de como uma marca forte resiste aos mais agressivos ataques contra ela por maus gestores. Nesta Páscoa a empresa vendeu R$1 bilhão em chocolates na Páscoa e bateu a meta anunciada pela companhia no início do mês de março de crescer 20% no evento, na comparação com a Páscoa de 2023.

Ela vendeu 160 milhões de unidades de produtos como ovos (Só de ovos e itens temáticos foram 13 milhões), chocolates e caixas de bombom, além de pelúcias (chinesas) nas mais de 1.600 lojas físicas espalhadas pelo País, site e app da marca.

Sport na Mood

A Moura Dubeux, patrocinadora do Sport, aposta na visibilidade dos últimos duelos do Pernambucano para reforçar a chegada da Mood no uniforme do time rubro-negro. A nova empresa da companhia vai lançar, neste mês, o primeiro empreendimento focado no médio padrão num terreno da Avenida Cruz Cabugá.

Mais sustentável

A fábrica da Votorantim Cimentos, no município de Paulista (PE) avançou em suas metas de descarbonização para 2030 e encerrou 2023 com resultado global de emissões de 556 kg de CO2 por tonelada de cimento produzido, uma redução de 4% na comparação com 2022. A empresa aumentou o uso de combustíveis alternativos, de novos materiais em substituição ao clínquer na produção de cimento e a realização de investimentos em energia renovável.

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As tecnologias 2G e 3G vão ser extintas no Brasil. - Divulgação

Fim da 2G e 3G

A Anatel fará consulta pública sobre o futuro das redes 2G e 3G, atualmente cerca de 177 redes 2G e 3G já desligadas ao redor do mundo, em mais de 59 países. Além disso, 73 operadores em 43 países já completaram ou estão na fase final do desligamento do 2G, enquanto 52 operadoras em 33 países estão fazendo o desligamento da rede 3G. Outros 24 operadores em 15 países também estão fazendo o fechamento do desligue ainda esse ano.

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