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Com 78 mil parceiros no Brasil, Amazon promete entrega em tempo mais curto e possibilidade de exportar

A Amazon é um case de como uma empresa americana consegue entender a complicada legislação de comércio do Brasil

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Fernando Castilho

Publicado em 16/04/2024 às 14:00 | Atualizado em 17/04/2024 às 7:58
Notícia

Dona de 15% das preferências de quem deseja fazer compras online no Brasil, a gigante Amazon apresentou o que chamou de Relatório de Impacto no Brasil, onde revela que ajudou com R$ 33 bilhões no PIB brasileiro - R$ 8 bilhões deles gastos pela empresa em investimentos em infraestrutura de armazenamento, logística, software de gestão e marketing, repetindo no país o sucesso que já tem em 22 países -.

A empresa está comemorando a parceria com outras 78 mil empresas de todos os tamanhos (crescimento de 54% sobre 2022). Um de seus programas logísticos oferecidos, o FBA - Logística da Amazon está disponível para o todo pais desde 2020 e permite que vendedores parceiros enviem seus produtos para nossos Centros de Distribuição para cuidarmos de todo o processo, da armazenagem ao atendimento ao consumidor.

Neles, os vendedores cadastrados no programa multiplicam suas vendas, em média, até 5 vezes, pois seus produtos se tornam elegíveis ao selo Prime, garantindo a entrega grátis em até um dia útil para mais de 200 cidades e em dois dias úteis para mais de 1.300 cidades. Ano passasado, ela implantou um avanso do FBA em Porto Alegre e São Paulo que permite que um centro de distribuição reuna as operações num mesmo local dos produtos de varejo e do marketplace

Estoque direto

A FBA - Logística da Amazon é uma marca nos Estados Unidos, mas no Brasil, pela dificuldade de legislação fiscal, ainda deve levar um tempo para que os 11 estados onde opera tenham esse tipo de negócio que faz o comerciante cuidar apenas da venda.

Pernambuco ocupa o segundo lugar nos investimentos da companhia de Jeff Bezos no Brasil, que já trouxe em equipamentos e tecnologia de gestão e treinamento de vendedores, apenas para São Paulo, onde está sua sede, mais de R$22 bilhões.

A Amazon é um case de como uma empresa americana consegue entender a complicada legislação de comércio do Brasil, já que vende para os 27 estados com nota fiscal e recolhe 100% dos impostos.

Recolher impostos

E se orgulha disso, embora não comente as práticas de outras empresas da concorrência, onde a simulação de venda entre pessoas físicas levou o governo a criar uma política de tolerância com importações de produtos em até U$50, especialmente da China.

O relatório de impactos tem números bem interessantes, quando revela que gera 18 mil empregos diretos, mais de 165 mil a partir da porta de saída de seus Centros de Distribuição, e que na companhia no Brasil mais de 57% da força de trabalho é formada por mulheres.

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Parceiros da Amazon no estande sobre a FBA lasnçado em São Paulo e Rio Grande do Sul. - FERNANDO CASTILHO

Políticas de inclusão

E dá atenção especial às políticas de inclusão social com programas na vizinhança de suas bases de operações, além de investimentos em cultura com financiamento de produções no Brasil.

O presidente da empresa no Brasil, Daniel Mazini, revela que a companhia está analisando novos investimentos na sua operação no Cabo de Santo Agostinho, onde trabalham 1.100 pessoas - ele recebeu no ano passado a medalha Josué de Castro pelo seu ambiente diversificado de trabalho.

E revela que a operação Brasil pela sua complexidade tributária está sendo adaptada por outros países entre eles a Índia e México a partir da segurança de informações fiscais que o fisco dos estados exigem e que levaram a empresa investir pesado para funcionar regularmente.

Tributação de equipamentos

Ele revela ainda que por uma dessas esquisitice da legislação a Amazon precisou pagar tributação de todos os equipamentos de operação nos seus centros de distribuição, o que obrigou a empresa a rapidamente procurar e ajudar fornecedores nacionais para substituir as máquinas de separação de bilhões de pacotes, assim como reorganizar seus pedidos às indústrias de embalagem em função de compromissos ambientais.

Saori Yano, gestora de sustentabilidade da Amazon no Brasil, conta que a empresa eliminou o plástico bolha e passou a comprar caixas de papelão para suas entregas, que na verdade são uma forma direta de mostrar compromisso com um menor pegada de carbono - que precisa começar no início da cadeia de vendas e terminar na casa do cliente. Mas reconhece que a caixa da Amazon é um instrumento de marketing ambiental.

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Daniel Mazini, presidente da Amazon no Brasil. - FERNANDO CASTILHO

Pegada ambiental

E essa pegada ambiental na linha de ESG, segundo a diretora de marketing da companhia, Camila  Nunes, virou elemento de afirmação da empresa no Brasil pela sua comunicação que a fizeram liderar o Top of Mind com 15% de lembrança dos brasileiros quando procuram uma plataforma de e-commerce.

Faz sentido as marcas da empresa virarem líderes em certos tipos de fidelidade, como o serviço Prime que garante frete grátis nas compras para quem pagar R$19,90 por mês e acesso a todos demais serviços da plataforma, entre eles o Prime Video, que rivaliza com a Black Friday quando faz sua promoção de descontos.

Camila Nunes anunciou que este ano a empresa vai lançar um novo serviço reunindo fornecedores de produtos naturais inteiramente certificados, oferecendo a possibilidade que eles possam entrar no mercado internacional.

Parceria ecológica

Esse é o caso da empresária e bioquímica Tamires Arruda, que na pandemia criou uma linha de produtos naturais recebeu ajuda da empresa num programa junto com o Sebrae e já exporta os produtos da linha Ebony.

Daniel afirma que a questão do frete grátis assim como o parcelamento da compra levou a empresa a explicar na página inicial da plataforma a vantagem, já que ela no Brasil é determinante.

De fato, no país que inventou o cheque pré-datado para o parcelamento ,que chegou ao cartão de crédito, a informação é tão importante como o frete grátis. “Isso é bem Brasil", diz o presidente da companhia que aposta no PIX pré-datado depois do sucesso do meio instantâneo de pagamento.

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Novas empresas procurma parcerias com a Amazon - FERNANDO CASTILHO

Sucesso com PIX

O PIX já é a forma de pagamento de mais de 15% das compras feitas na Amazon. Para Daniel o fato de no Brasil o sistema ter sido implantado pelo Banco Central foi determinante e acabou virando uma forma extraordinária de entrada de capital de giro nas empresas parceiras que vendem pela Amazon.

Esse ano a Amazon trouxe ao evento Amazon Connect um grupo de empresas que se destacaram por incorporar a cultura da plataforma para desenvolver negócios para clientes Amazon. Funciona como uma grande consultoria de graça para empresários que já operam com a empresa ou que pensam em se associar.

Na verdade, é uma grande network que permite à empresa mostrar seus executivos e gerentes em palestras e apresentações de orientação e comemorar seus números robustos.

A conversa serve também para mostrar o que ela está fazendo para cumprir a promessa de entregar uma compra cada vez mais rápido.

Em 1.300 cidades ela consegue isso em dois e com outras 200 em até 24 horas. No Brasil já são 64 bases e a empresa contrata mais de 400 empresas para que finalizam a chegada da mercadoria na casa do cliente,

O que a Amazon chama de agregação de R$ R$25 bilhões é o fato de além de seus investimentos diretos ter pago R$17 bilhões em salários a seus funcionários e pagamentos externos a funcionários de empresas fornecedoras.

O jornalista viajou a convite da Amazon Brasil

 

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