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Energia eólica perde competição para solar e setor enfrenta crise de demanda para novos empreendimentos

Segundo a ABEEólica, com 28 Gigawatts o setor tinha ao final de 23% 14% da matriz energética brasileira e injetava 12,4% de toda energia consumida no país.

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Fernando Castilho

Publicado em 15/05/2024 às 0:05 | Atualizado em 15/05/2024 às 8:50
Notícia

Uma nota da Aeris Energy, fabricante de pás eólicas, no Complexo do Pecém comunicou nesta segunda-feira (13) a demissão de 1.500 funcionários da empresa depois do fim do contrato com a Siemens Gamesa, empresa hispano-alemã de engenharia eólica.

Não foi um fato isolado. Embora nos documentos do Governo da geração energia eólica ainda seja uma dos destaques da capacidade do Brasil de produzir energia limpa e renovável o fato é que a competitividade da energia eólica se acentuou com a instalação de cada vez mais plantas de energia solar de modo que os preços despencaram e fizeram os investidores reverem todos os seus projetos especialmente no Nordeste para onde foram levados os maiores parques brasileiros.

Energia demais

Isso não quer dizer que o negócio micou. Mas quer dizer que terá que se adequar à nova realidade do mercado brasileira que já tem duas vezes capacidade produtiva para o seu consumo médio.
Não é pouca coisa. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) com 28 Gigawatts o setor tinha ao final de 23% 14% da matriz energética brasileira e injetava 12,4% de toda energia consumida no país. Entre 2010 e 2010 o setor investiu R$220 bilhões e evitou que 30 milhões de CI1 fossem enviados à atmosfera.

Mercado livre

O problema é que a geração de energia eólica entrou no Brasil no ambiente regulado, com subsídios e contratos longos. Isso deu perspectivas, mas com o crescimento do mercado livre os preços para quem não estava protegido despencaram enquanto crescia a produção de um concorrente de peso. A energia solar e sua geração distribuída por milhões de tetos de residências em empresas além das plantas de geração de grande porte.

Em 2023, a geração de energia solar foi de 38 GW com 26 GW deles em geração distribuída, além dos 11GW de geração centralizada em grandes parques, parte deles debaixo dos terrenos locados para as torres de eólicas. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) estão outorgados mais de 144 GW de projetos de geração de energia.

Divulgação
Brasil debate uma lei para instalação de turbina offshore na sua costa . - Divulgação

Base para o H2V

Isso não quer dizer que a produção de energia eólica tenha ficado inviabilizada. Tanto que o grande debate no setor é a definição das regras de produção offshore que podem suportar a futura demanda de geração de hidrogênio verde. Embora ainda não esteja resolvida uma questão básica para o uso do H2V que é o seu preço final de modo a justificar o uso (em mega blocos do consumo) de energia renováveis.

Há tecnologia para que megablocos de energia eólica e solar sejam usadas nos processo de geração de H2V com fornecimento firme se ao lado dos parques e plantas de geração sejam colocado sistemas de armazenagem de energia de modo a que mesmo sem vento e sol o fornecimento para as plantas de hidrogênio verde funcionem 24 horas por dia. Mas a questão ainda é: a que custo?

Uso pelo ONS

Uma consulta ao ONS é possível saber que no Brasil ontem (14) às 17 horas 10.3% de toda energia consumida no país tinha sido gerada por eólicas e 5,8% por solar. Mas sendo ambas intermitentes, a partir desse horário sua presença naturalmente é reduzida no Balanço Geral.

Entretanto, a questão da eólica permanece. Não há encomenda de novos projetos o que provocou a demissão de operários no Ceará com já havia acontecido em Jacobina (B) em dezembro do ano passado quando a planta da Torres Eólicas do Nordeste, joint venture entre a brasileira Andrade Gutierrez e a americana GE foi fechada.

Falta de encomendas

Problema de falta de encomendas deve atingir toda uma cadeia produtiva no Brasil que vai das empresas de construção civil que fazem as estradas e as bases das torres à indústrias das peças da turbina como torres, pás, rotor e flanges. Se o setor deixar de comprar para novos projetos as empresas desses setores no Brasil tendem a fechar.

É um quadro bem diferente do setor fotovoltaico formado por dois mercados bem mais simples já que seja num telhado seja num parque com milhares módulos fotovoltaicos (placas) a geração acontece do mesmo jeito e com a China sendo o principal fornecedor. Especialmente na geração distribuída que hoje tem uma cadeia de pequenas empresas que instalam sistemas em apenas uma semana com financiamento cuja economia na conta de energia da concessionária paga a prestação.

Pensando grande

Isso não faz a Abeolica pensar pequeno. No momento, trabalha na aprovação do projeto de Lei das eólicas offshore (PL 11.247 de 2018) e dos primeiros licenciamentos para projetos dessa fonte no Ibama e na Comissão Especial para Debate de Políticas Públicas sobre Hidrogênio Verde do Senado. Ela também mira colocar o Brasil na Global Offshore Wind Alliance que trabalha para que o crescimento para a energia eólica offshore no mundo chegue a 323 GW de parques construídos até 2030.

Ou seja, apesar da crise e da concorrência a geração de energia eólica no Brasil ainda pode virar um grande negócio. Empreendimento que não é para empresa pequena já que cada um GW de capacidade instalada, são necessários R$12 bilhões (US$2,5 bilhões) em investimentos iniciais em parques eólicos.

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De Caruaru para o mundo

O São João de Caruaru realmente atingiu níveis internacionais em termos de hospedagem. Um casal que deseje se hospedar na cidade, no charmoso JasmiManga Pousada, localizado no Alto do Moura no primeiro fim de semana de junho pagará, segundo ofertas nos sites de hospedagem, o mesmo que se ocupasse uma das suítes dos hoteis Mercure Paris Centre Tour Eiffel, na capital da França; no Lancaster Hall Hotel, próximo a city de Londres ou no Turim Boulevard Hotel, na Avenida Liberdade, em Lisboa. Naturalmente, sem a oportunidade de ouvir um autêntico forró pé de serra.

Francisco Brennand

O Banco do Nordeste é o novo patrocinador fixo da Oficina Francisco Brennand. Se junta às marcas Deloitte, Vivix e Atiaia. Transformado em Instituto desde 2019, o espaço cultural na Várzea tem no patrocínio e vendas de cerâmicas a principal fonte para se manter em funcionamento.

Prejuízo de veículos

A empresa Copart, que atua na organização de leilões extrajudiciais de veículos montou uma operação para dar suporte aos veículos afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul visando auxiliar as seguradoras a realizarem o resgate e o processamento de automóveis.

Ela instalou 20 pontos de assistência distribuídos por 15 municípios do estado incluindo Canoas e a capital Porto Alegre com frota logística composta por caminhonetes 4x4, guinchos, carregadeiras, trailers e até caminhões cegonha. Os veículos serão encaminhados para os locais onde os peritos das seguradoras farão a avaliação dos danos de maneira otimizada. Após a conclusão desse processo, os automóveis são então encaminhados para os pátios da empresa onde serão em breve leiloados.

ZERO HORA
Imagem de carros submersos em Porto Alegre - ZERO HORA

Tacaruna 27

O Shopping Tacaruna inicia revitalização que inclui diversas áreas do empreendimento, começando pela Praça de Alimentação Olinda. Em 27 anos de operação, o shopping já passou por duas expansões e duas revitalizações. Com investimento de R$20 milhões, as Praças de Alimentação Olinda e Recife foram totalmente renovadas, além de reforma da fachada num projeto do arquiteto Paulo Baruki. O Tacaruna completará 20 anos em 2027.

Desenrola Brasil

A Federação do Comércio de São Paulo (FecomercioSP) avalia que o programa Desenrola Brasil, do governo federal, não surtiu os efeitos esperados , ao menos levando em conta a realidade das famílias paulistanas. Dados de abril, da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) mostram uma estabilidade no fenômeno da inadimplência.

Quase nove em cada dez famílias (87.9%) estão endividadas com a fatura do cartão de crédito. O crédito pessoal é o segundo maior motivador de endividamento (15,9%). E dois em cada dez paulistanos (18,3%) pensam em pedir um empréstimo nos próximos três meses.

Foto: Ricardo Stuckert / PR
Presidente Lula da Silva, durante reunião sobre as novas medidas relacionadas ao Rio Grande do Sul, Brasília - Foto: Ricardo Stuckert / PR


Endividamento RS

O Governo Federal anunciou nesta segunda-feira (13) a suspensão por três anos da dívida do Rio Grande do Sul com a União, o que em teses liberaria R$11 bilhões para um fundo para a reconstrução do estado. E o perdão de mais R$12 bilhões referentes a juros do estoque total da dívida. É bom, mas não resolve. É que desde 2017 o RS já não paga nada de sua dívida à União protegido por uma decisão do STF e em 2021 pediu a adesão ao programa de Recuperação Fiscal.

Portanto, os R$11 bilhões existem porque já não estavam sendo pagos. A única notícia boa é que dos R$12 bilhões referentes à abertura de crédito extraordinário, R$7 bilhões são para subsídio ao crédito, de modo isso implica em linhas de crédito que podem atingir de R$35 a R$50 bilhões na ponta. Mas como não tem Capag B o RS continua sem poder tomar novos empréstimos. Ou seja, depende do que a União pode transferir voluntariamente.

Consórcio Nordeste

O Consórcio Nordeste está levando um grupo de 30 pessoas numa Missão Internacional à Europa que até o próximo sábado (18), visitará Holanda, Bélgica e Alemanha. Vão para o World Hydrogen Summit, em Rotterdam, na Holanda, num encontro global sobre hidrogênio verde e sua cadeia de valor.

Posteriormente, as delegações seguirão para Bruxelas, na Bélgica, e Berlim, na Alemanha, onde se reunirão com membros da Comissão da União Europeia, incluindo o vice-presidente executivo e responsável pelo Pacto Verde Europeu, Maros Sefcovic.

Pernambuco mandou seis pessoas, entre elas a secretária de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha, Ana Luiza Ferreira e o CEO do Complexo Industrial de Suape, Márcio Guiot. Sudene mandou o seu superintendente, Danilo Cabral. Além dos governadores Fátima Bezerra (RN), presidente do Consórcio Nordeste e Elmano Freitas, governador do Ceará.

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