Mercado está decepcionado com Haddad, mas o apoia por medo de uma troca que seja pior para a economia
A desconfiança do setor financeiro em Haddad foi diminuindo ao longo do ano de modo que, em dezembro, ele tinha mais prestígio que Lula na Faria Lima
O ministro Fernando Haddad tem provocado um carrossel de emoções no mercado. Da desconfiança na posse para ser o queridinho dos agentes econômicos até o final do ano e agora, no primeiro semestre de 2024, ter uma mudança quase radical.
Ex-ministro da Educação, candidato à regra três de Lula em 2018 e petista com uma fidelidade canina ao partido Embora não possa ser carimbado como representante de nenhuma tendência interna, Haddad tem a vantagem de ter uma reconhecida boa vontade por parte da imprensa.
Capital político
Quando foi escolhido ministro da Fazenda, os jornalistas de Brasília puderam constatar o seu enorme prestígio entre os colegas que cobriam o ministério da Educação e isso deu “um certo capital positivo” ao ex-prefeito de São Paulo.
Assim, ao longo dos 12 meses de 2023 a desconfiança do setor financeiro foi diminuindo de modo que, em dezembro, Fernando Haddad tinha rigorosamente mais prestígio que Lula na Faria Lima, na CNI, CNA e na Fiesp. E isso, naturalmente, provocou ciúmes dentro do partido.
O lado malvado
Mas em 2024, na verdade, desde a virada do ano em 2023, Fernando Haddad virou uma chave que primeiro surpreendeu, depois irritou e agora virou proteção do mercado que teme que ele seja substituído por alguém que traga o padrão Dilma de governar.
É por isso que o empresariado está uma fera com o ministro, mas nem pensa numa eventual substituição por medo do que pode vir.
Eu sou do Fisco
O danado é que Haddad parece ter incorporado o espírito Receita Federal na coluna da arrecadação além do modelo Lula na coluna da despesa.
Dito de outra forma: Fernando Haddad está cada vez mais seguindo, no ministério da Fazenda, a linha de produtos fiscais gestada na Receita Federal que por natureza tem um banco de projetos para arrecadar mais. Embora, eles tenham um enorme custo político.
Lição do partidão
Mas também parece ser verdade que o ministro optou pela cartilha do velho Partido Comunista Brasileiro( o antigo PCB) de dar dois passos à frente e um para trás de modo a avançar um. Embora não se saiba de qualquer ligação de Haddad com Roberto Freire que liderou o PCB no Brasil por décadas.
Isso levou a uma prática que se pode traduzir assim: Primeiro se levanta suspeita de que maus empresários estão enganando o Fisco, depois se edita uma MP “arrasa quarteirão” suspendendo a legislação vigente e depois se negocia algum ganho no Congresso.
MPs da maldade
Foi assim com a MP da desoneração dos 17 setores que mais empregam, com o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), como a importação das compras de US$50 e agora com a questão do PIS e Cofins.
Estabeleceu-se um padrão. Se joga para o Congresso uma MP que trava o tema e depois o Fernando Haddad se apresenta como negociador. Até agora o governo tem se dado bem pois sempre avançou na arrecadação.
Aí deu ruim
O fato novo em relação à MP 1.227 de 2024, que visa a compensar a desoneração da folha de salários das empresas e dos municípios por meio da mudança dos créditos tributários do PIS/Cofins é que ela realmente uniu todo mundo contra.
Primeiro, porque apenas o Ministério da Fazenda e a Receita Federal (que escreveu o texto) sabiam dela. Depois, pegou de surpresa até os líderes do governo nas duas casas e, finalmente, porque atacou o setor exportador.
Toma que é teu
No que deu. O presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco, devolveu ao Poder Executivo parte da MP embora o restante do texto continue em vigor e seja analisado por Câmara e Senado. Com a devolução, a parte impugnada perdeu validade desde a edição da medida, em 4 de junho.
Por isso Haddad e Lula não esperavam. Tanto que estão tentando devolver a bola para o Congresso, mas estão no lucro, pois agora o Senado é quem está trabalhando num projeto de lei a ser apresentado pelo senador Efraim Filho (União-PB) e que terá como relator o senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado.
Filha bastarda
Vai ser bom de todo jeito para Lula. O Senado tem tradição de ser conciliador. E o gesto de devolução vai acabar resolvendo o problema que o próprio governo criou. Ou seja: os dois passos à frente do Executivo vão resultar num para trás e o Governo avançou um pouco mais.
Ruim é para o pagador de impostos quem até agora está pagando a conta que ainda vive o dilema de não ter coragem de abandonar o companheiro que lhe maltrata temendo um novo amor que seja ainda mais malvado.
Os batista ajudando Lula
Na última segunda-feira (10), a mbar Energia, uma empresa do grupo J & F, liderado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista assinou acordos para a aquisição do portfólio de usinas termelétricas da Eletrobras envolvendo a aquisição de 12 usinas a gás natural em operação. Mas uma frase chamou atenção do mercado no comunicado: a transação tem o valor de até R$4,7 bilhões, sendo R$1,2 bilhão em earn-out.
Earn-out é o nome em inglês na tradução livre de um mecanismo de contrato utilizado em fusões e aquisições de empresas e corresponde à parte do pagamento que é concluído ao longo do tempo, mediante o cumprimento das metas de desempenho previstas nas cláusulas.
A explicação veio três dias depois com a MP 1.232 de 2024 sendo assinada pelo presidente interino, Geraldo Alckmin, e pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. A MP transforma os contratos de compra e venda de energia das termelétricas da região Norte agora sob controle da Ambar em CER (Contratos de Energia de Reserva).
Isso quer dizer que os contratos deixam de ser assinados entre a Amazonas Energia e as térmicas e passam a ser geridos pelo SIN (Sistema Integrado Nacional). Com isso, os custos serão absorvidos pela CCC (Conta de Consumo de Combustíveis), um subsídio que integra a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), que por sua vez é um encargo pago pelos consumidores de energia de todo o país por meio das contas de luz.
Não foi a primeira vez que os irmãos Joesley e Wesley Batista fizeram negócios com o Governo Lula. No final do ano passado, a mbar Energia iniciou a importação de energia gerada na Venezuela para o Brasil substituindo, por cerca de metade do preço, a energia fóssil utilizada hoje no estado de Roraima. E resolvendo um velho problema do Governo.
A Venezuela cuidou da modernização da linha de transmissão que conecta o país vizinho a Roraima, que estava desativada. Pelas contas da mbar a importação de até 120 MWh, significará uma economia de até R$1 bilhão ao ano na conta de luz dos brasileiros que assim como usinas termelétricas da Eletrobras terá parte dos custos integrados a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético).
Nos governos anteriores de Lula, a política de formação de campeões nacionais ajudou a JBS, da holding J & F, a se internacionalizar transformando na maior processadora de carnes do mundo. Agora é a JBS quem se dispõe a resolver os dois maiores problemas do governo na Eletrobrás (agora privatizada) na Amazônia. Naturalmente, aos custos do pagador de impostos embutidos na Conta de Desenvolvimento Energético.
Masterboi na Abad
A Masterboi foi novamente reconhecida o maior atacadista e distribuidor em Pernambuco, de acordo com o ranking desenvolvido pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados e pela Nielsen, empresa de análise de dados e audiência. A premiação foi entregue durante a ABAD 2024 - 43ª Convenção Anual em São Paulo. A Masterboi é uma das maiores indústrias frigoríficas do país e exporta para mais de 110 países.
Bosques da Carrilho
A Construtora Carrilho está entregando o primeiro de três empreendimentos da sua linha Home na cidade de Paulista. O Aurora dos Bosques terá 272 unidades e está tendo sua entrega antecipada em mais de seis meses para os clientes. Até o final deste ano serão entregues mais de 520 apartamentos em outros dois empreendimentos que serão entregues, o Aurora do Parque e o Aurora das Praças, também em Paulista. Os três empreendimentos estão sendo entregues antes do previsto.
Prestígio de Orobó
Na liberação de R$32 milhões que a governadora Raquel Lyra fez aos municípios como emendas parlamentares chamou a atenção o envio de R$4,250 milhão ao município de Orobó, município do Agreste com 24 mil habitantes. Como trata-se de emenda parlamentar, certamente o prefeito Severino Luiz Pereira de Abreu tem um enorme prestígio na Assembleia Legislativa. Depois dele só prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia que é presidente da Amupe contemplado com R$2,060 milhões. A lista dos municípios contemplado está na edição eletrônica da JC Negócios
Sala VIP Ceará
O W Premium Group,líder no segmento de hospitalidade em aeroportos, iniciou o soft opening de
duas novas salas VIP no Aeroporto Internacional de Fortaleza..O W Premium
Lounge - Fortaleza está localizado dentro da área de embarque ao lado do DufryShopping, na área restrita e tem 368 metros quadrados de espaço Premium.