Maior aposta de Pernambuco na infraestrutura, Complexo de Suape mira inserção maior no mercado global

Novo estudo feito pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (ONU Comércio propõe novo posicionamento no mercado.

Publicado em 27/09/2024 às 0:05

Maior aposta numa plataforma estrutural de Pernambuco, o Complexo Industrial e Portuário de Suape completará 50 anos em 2028, portanto, daqui a pouco mais de quatro anos tendo uma marca de ser essencialmente uma aposta do governo do Estado, cujos governadores desde Eraldo Gueiros (1971-1975) que o idealizou e preparou as bases para sua constituição formal, em 1978, até hoje vem gestão após gestão colocando um novo ativo.

A história conta que ao ser perguntado por que estava lançando uma proposta (ele o anunciou antes de tomar posse numa entrevista ao jornalista Anchieta Hélcias, do Jornal do Commercio que assinava o mesmo espaço da coluna JC Negócios, na época) Gueiros disse que “governar é plantar carvalhos”. Numa alusão à ideia de longevidade que se exige o que o projeto vem perseguindo até hoje, como um empreendimento que precisa se fazer estrada todos os dias.

Revendo a História

A lembrança de Gueiros se faz necessária quando Suape anuncia os resultados da contratação de um novo estudo feito pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (ONU Comércio e Desenvolvimento) e pelo Observatório da Indústria do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Pernambuco (Senai/PE), para impulsionar as atividades econômicas no complexo industrial portuário no futuro de modo a adensar as cadeias produtivas ali existentes e apontar novas áreas que a administração do complexo portuário e industrial precisar perseguir na sua captação.

Como se viu na apresentação dos representantes da ONU Comércio e Desenvolvimento, isso pode acontecer apontados novos produtos em potencial em cada setor, são eles: máquinas e aparelhos mecânicos (geladeiras e freezers), produtos químicos (propileno), ferro e aço (produtos laminados, planos de aço inoxidável, barras de liga de aço), plásticos (policarbonatos em formas primárias, poliésteres saturados em formas primárias), máquinas e equipamentos elétricos (acumuladores elétricos, fontes de LED), veículos (airbags de automóveis e carros com propulsão diesel e elétrica).

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O estudo tem como objetivo identificar setores e produtos que complementam a cadeia produtiva de Suape. - Divulgação

Lista ambiciosa

A lista como se pode ver é grande demais e como todo estudo de proposta inclui produtos como indústrias da linha branca e marrom que, aparentemente, teriam que concorrer com cluster já estruturados noutros estados assim como veículos (airbags de automóveis e carros com propulsão diesel e elétrica) cuja existência de um projeto como o da Stellantis, em Goiana onde, além da montadora já existente 40 sistemistas e áreas do seu entorno são naturalmente mais adequadas que Suape.

Até porque quando, em 2010, o então Governador Eduardo Campos anunciou a planta da montadora, em Goiana numa área de 1.000 hectares pertencentes à Usina Santa Tereza, o motivo foi exatamente a inexistência de uma área desse tamanho em Suape.

Mas isso não torna o novo estudo menos importante até porque Suape tem outra marca, às vezes esquecida, que é a busca de projetos complementares e que se consolidaram no sítio ao longo dos anos sempre conquistados com a defesa de sua atratividade, oferta de bons incentivos fiscais, além de suas condições naturais e sua localização. Ou seja: no mercado é um produto que pode ser alçado à categoria de classe mundial.

Fora Lava Jato

E isso não tem nada a ver com o que aconteceu com o “modelo” de negociação desenvolvido nos projetos como a Refinaria Abreu e Lima, PetroquimicaSuape e Estaleiro Atlântico Sul que a despeito de estarem na área do complexo, deslocaram Suape das páginas de economia para as de noticiário policial na Operação Lava Jato.

A empresa Suape saiu ilesa dessas negociações. Mas eles custaram caro ao contribuinte brasileiro, embora hoje a PetroquimicaSuape hoje seja da mexicana, Alpek Polyester; a Refinaria Abreu e Lima esteja em processo de conclusão de seu segundo trem, enquanto o Atlântico Sul deve abrigar um Terminal de Uso Privativo da gigante marítima Maersh.

O relatório também aponta potencialidades para produtos das cadeias industriais voltadas à sustentabilidade, a exemplo de empreendimentos que façam uso do e-metanol, hidrogênio verde e outras fontes renováveis. O caso do e-metanol, aliás, já é uma realidade com o anúncio da planta no Complexo Industrial da dinamarquesa European Energy.

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Navio da BYD em Suape, descarregando carros importados - DIVULGAÇÃO

Mais atualizações

Uma das coisas que o novo documento apresenta é a proposta de atualizações de infraestrutura para melhorar a conectividade, a logística e a eficiência operacional. A necessidade de uma reestruturação é um fato e está numa das recomendações de outro estudo também pago por Suape, em 2022, relacionado à revisão do Plano Diretor do complexo, elaborado pelas consultorias Ceplan e Projetec que apontaram a urgência numa modernização gerencial do empreendimento em função da sua repercussão para a economia de Pernambuco.

Naquele documento, está proposta entre outras ações a implantação de um novo modelo de gestão que o estudo da ONU Comércio e Desenvolvimento apresentando nesta quarta-feira, aparentemente, válida quando aponta a necessidade de ampliação das exportações como oportunidade de negócios em praticamente todos os continentes, com ênfase para a Ásia e a Europa, com movimentação de US$ 47,2 bilhões e US$41,3 bilhões, respectivamente. E onde países como China, Índia e Japão (Ásia); e Alemanha, Itália e Holanda (Europa) estão apontadas.

Realidade pós reforma

Mas não deixa de ser importante para Pernambuco que Suape possa ter documentos que apontem para ações mais estruturadas de sua ação como complexo industrial e portuário. Inclusive definindo claramente o que deve ser buscado como negócios para áreas além da poligonal portaria onde podem ser atraídas plantas que necessariamente não demandam de cais. Casos como, por exemplo, o sucesso do pólo de logística como mais de um milhão de metros quadrados que existe adjacente ao porto.

O relatório é uma das ações desenvolvidas pelo núcleo de inteligência de Suape também mantém outra parceria com o Observatório da Indústria do Senai/PE, o que somados a estudos como o Plano Diretor certamente darão a companhia mais instrumentos de atuação no futuro. Especialmente, num cenário onde a oferta de incentivos fiscais deixará de existir e quando se tornará ainda mais necessário que complexos com a envergadura de Suape busque por novos negócios a partir do que, efetivamente, o torna atrativo como destino de novas plantas industriais e novos negócios.

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Entidades alertam govenro Lul sobre importações da China sem tributação. - Divulgação
 

Coalizão X China

A Coalizão Brasil (não confundir com A Coalizão é formada por empresas, organizações da sociedade civil e indivíduos interessados na promoção de uma nova economia de baixo carbono) divulgou um documento nesta quinta-feira (26) onde alerta o governo para os riscos da falta de uma atitude de maior proteção para ao menos 14 entidades de 13 setores da indústria da transformação, da construção civil e do comércio exterior estimando que importação de produtos da China vá comprometer os investimentos dos demais países no Brasil numa escalada de ao menos R$ 500 bilhões até 2027.

Produtos como automóveis elétricos, aço e brinquedos se queixam que os chineses estão mandando insumos e produtos acabados que não tem mercado na China que teve seu crescimento para países como o Brasil que não tem qualquer restrição de importação.

A entidade diz que a estratégia é desovar produção no Brasil o que acabam inibidos os investimentos previstos e advertem ao governo que aparentemente, não tem qualquer intenção de restrição de produtos asiáticos depois que o Governo Lula aceitou a proposta do Remessa Conforme para produtos de até R$50. Até agora, apesar das reuniões com vários ministros, o Governo faz cara de paisagem sobre o tema.

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Brasil imprta milhoes de prpdutos da China, parte desles desconehcidos - Divulgação

Marcas CSX Week

O Instituto Ricardo Brennand recebe grandes marcas como Mercedes-Benz, Cinemark, Riachuelo, Nissan e Gol no Week, evento sobre Sucesso e Experiência do Cliente, que acontece nos dias 23 e 24 de outubro. Fundadores, CEOs e Diretores de grandes empresas serão palestrantes e entre os destaques estão Dirlei Dias, da Mercedes-Benz, que aborda o tema "Marca centenária com o desafio de uma nova empresa" e José Luiz Belchior Júnior, da Gol, falando sobre "Atributos impactam na experiência do cliente".

Churras no Shopping

Neste sábado, no Terraço Carvalheira, no Shopping Recife, tem a 5ª Edição do evento Churrascarva. A distribuidora pernambucana Santista Food Business vai lançar os cortes 100% angus de origem uruguaia da marca ALaBrasa e a picanha australiana O’Connor, que serão distribuídos em cerca de 20 boutiques de carnes nobres do Recife a partir deste mês.

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Vertrau Cozinhas Profissionais na 6ª edição da HFN - Hotel &Food Nordeste - Divulgação

HFN - Hotel & Food

Marca líder em soluções para cozinhas industriais, no Norte e Nordeste, a Vertrau Cozinhas Profissionais estará na 6ª edição da HFN - Hotel & Food Nordeste, maior feira de gastronomia e hotelaria do Nordeste, que acontece entre 2 e 4 de outubro, no Pernambuco Centro de Convenções, no Recife. Vai detalhar seus planos de investimento e a inauguração de um novo showroom no Recife Para atender seus clientes de Pernambuco e estados vizinhos.

Show de Lácteos

Confirmado o 16° Show de Lácteos, que promove a valorização dos produtos locais. A mostra contempla o 9º Concurso de Lácteos, competição de produtores de Queijo de Coalho A; Queijo de Coalho B; Iogurte; Doce de Leite Pastoso; Manteiga e Produto Inovação. O Show de Lácteos acontece entre os dias 7 e 10 de novembro, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, na 31ª edição da Agrinordeste.

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ACFL patrocina veleiro catamarã na Refeno 2024. - Divulgação

ACLF na Refeno

A ACLF Empreendimentos é uma das patrocinadoras do Adrenalina Pura. O catamarã Adrenalina Pura é um destaque entre as 93 embarcações que vão participar da 35ª edição da Regata Recife-Fernando de Noronha (Refeno), com largada neste sábado (dia 28). A embarcação com mais vitórias na prova vai percorrer as 500 milhas náuticas, como representante pernambucano.

Talks no Paiva

Nesta sexta (27), das 14h às 18h, no Novo Mundo Empresarial tem o 2º Encontro de Networking da Reserva do Paiva quando o executivo Sinval Xavier, da Glichkeit vai falar sobre o tema “Gestão Inteligente: Como Decisões Certas Impulsionam Resultados”.

Sustentabilidade

A Advocacia-Geral da União (AGU) no Recife realizou descarte sustentável de 5,46 toneladas de papel oriundo dos arquivos da Procuradoria Regional Federal da 5ª Região (PRF), no bairro do Pina. São cópias de autos de processos anteriores ao sistema eletrônico da Justiça, que foram digitalizados e encaminhados para trituração e descarte. A beneficiária da doação no Recife foi a Cooperativa de Trabalho de Catadores de Resíduos Sólidos Recicláveis (Coopagres).

O Mascate

O Conselho Regional dos Representantes Comerciais de Pernambuco - Core-PE promove palestra com o CEO da Paixão por Vendas José Ricardo Noronha, considerado um dos maiores especialistas em vendas da América Latina para celebrar o Dia Pan-Americano do Representante Comercial. Na ocasião será entregue o troféu O Mascate, obra do artista plástico pernambucano Genézio Gomes a profissionais do setor. O evento, que conta com o apoio do Sircope e da Fecomércio-PE, será realizado no auditório do Senac, a partir das 18h.

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Os cigarros eletrônicos são uma precupaçao no Dia Mundial sem Tabaco - Divulgação

Cigarros eletrônicos

Estudo da Escola de Segurança Multidimensional (ESEM), do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da Universidade de São Paulo (USP) no workshop “Fronteiras do Crime: O Desafio do Crime Organizado em setores altamente regulados no Brasil” revela que em Pernambuco pesquisa diz que o estado deixou de arrecadar R$291,91 milhões em impostos estaduais e federais com o comércio ilegal de cigarros eletrônicos. Projeções baseadas na evolução do mercado apontam que a receita tributária arrecadada em 2028, em âmbito estadual e federal seria de R$427,39 milhões se os cigarros eletrônicos fossem legais.

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