Gabriel Galípolo diz a Haddad que tese de ataque especulativo é reclamação sem consistência e confirma aumento da Selic

A função de Fernando Haddad é essa mesmo. Defender seu projeto de gestão das contas públicas do governo Lula e pressionar por juros menores

Publicado em 20/12/2024 às 0:05
Google News

Paul Volcker foi presidente do Federal Reserve (Fed), o Banco Central Americano entre 1979 e 1987 e ficou conhecido por ter elevado de forma drástica os juros americanos após o segundo choque do petróleo, em 1979, o que impactou os países da América Latina especialmente Brasil e México.

Tão grande que precisou monitorar crises da dívida em países e desenvolvimento tendo apoiado a expansão das reservas do Fundo Monetário Internacional (FMI). Seu prestígio era tão forte que Jimmy Carter trocou o então secretário do Tesouro Werner Blumenthal por George William Miller depois que ele se queixou que Volcker estava apertando demais.

Força do BC

O diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo não tem a força do lendário Volcker e, certamente, o presidente Lula, não programa substituir seu ministro da Fazenda , Fernando Haddad que está reclamando admitindo que a possibilidade de que movimentos especulativos estejam promovendo a alta recente do dólar, mas disse acreditar que as intervenções do Banco Central e do Tesouro devem ajudar a acalmar os ânimos.

Mas o comportamento de Galipolo ao dizer que a ideia de um ataque especulativo contra o real como movimento coordenado não explica bem a situação do câmbio neste momento porque não é correto tentar tratar o mercado como um bloco monolítico, como se fosse uma coisa só, que está coordenada, andando em um único sentido.” mostra como é bom para a Democracia e para a Economia ter funcionários públicos que não podem ser demitidos por contrariar os interesses imediatos do governo.

Tarefa de ministro

A função de Fernando Haddad é essa mesmo. Tentar animar a economia, representar a opinião do governo (que nem sempre é a de Lula e do PT) e defender seu projeto de gestão das contas públicas, às vezes usando os argumentos do próprio Banco Central para reduzir a pressão do partido do governo sobre ele para gastar mais.

A função de Galipolo é defender a moeda da inflação. E para isso já votou a favor das duas novas altas na Taxa Básica de Juros nas duas próximas reuniões do Copom, quando o Brasil terá o mesmo percentual que o mesmo Copom adotou no começo da crise que levou ao impeachment.

Força institucional

Ontem, ele disse que a autoridade monetária está dando grande demonstração de força institucional com a sinalização de elevação dos juros e que “não sobra nenhuma dúvida de que o Banco Central deu um passo claro na direção de colocar a taxa de juros em um patamar restritivo com alguma segurança”.

Embora soe como gesto de independência, é importante não considerar que ao futuro presidente do Banco Central não resta outra opção que não dizer o que disse. E ainda dizer que o Banco Central tem toda a autonomia, tem toda a confiança do presidente da República também.”

Certa confiança

Lula pode até não ter essa confiança toda nele, ou tenha em algum momento que ele lhe seria grato fazendo um gesto de liderar um movimento para baixar a Selic, mas ele sabe que presidente do BC quando tem o nome aprovado pelo Senado é feito ministro aprovado pelo STF. Não deve nada ao ex-chefe, embora possa ajudar o governo.

Aliás, quando falou ao lado de Roberto Campos Neto, que está deixando o cargo, Galipolo disse também é fã de “guidance” que a impressão, em inglês, que indica como o Banco Central vai atuar no futuro. Ou seja, dá previsibilidade que é uma coisa que as ações do Governo que Fernando Haddad representa não dá.

Colégio de líderes

Então, o problema não é o Galípolo. O problema é o fato de o presidente Lula achar que poderia governar com um colégio de líderes do Congresso que ele fechasse um acordo e a bancada votasse do jeito que estava combinado. Isso não existe mais. E mesmo Arthur Lira quando fecha um acordo tem que primeiro defender o interesse da Câmara e só depois do Governo.

Uma passada pelos dois anos de mandato dele na presidência da Casa mostra que ele cuidou com extrema eficiência do interesse dos deputados. Não há rigorosamente nenhuma votação em que Lira tenha contrariado os interesses dos que votaram nele para comandar a casa.

Fator Arthur Lira

Dois anos depois, o presidente Lula deve (ao sim) irritado com o jeito que precisou lidar com Arthur Lira e até mesmo Rodrigo Pacheco com aquele jeito de dizer que o Senado ajuda ao governo, quando ajuda a chamada Casa Revisora referendar tudo o que Lira definiu.

Depois de dois anos Lula já sabe que, ao contrário do passado, nada acertado tem valor de face. Lula tinha acertado que a LDO teria corte nas emendas e no Fundo Partidário além de retorno do DPVAP com o nome de SPVAT, os deputados não cumpriram nada e para aprovar os projetos colocaram um sobrepreço. O Governo teve que pagar.

A consequência disso foi um dólar a R$6,30 porque, ao contrário da palavra de deputado e senador, vale o que está escrito. Se o governo fizer um balanço do que pagou para aprovar os seus projetos e até o Orçamento Geral da União precisou pagar mais caro.

Ficou mais caro

Então de certa forma sobra para Galípolo e o BC apertar e dar “uma real” no Governo e o próprio Lula “acordarem para Jesus” e entender que esse comportamento errático está custando muito caro. Deixar para aprovar os projetos estratégicos no final do ano permitiu ao Congresso “formatar” preço e cobrar mais caro ao governo. Só que isso custou ainda mais caro para o país que está pagando uma conta absurda com o efeito de um dólar a R$6,30.

No fundo, a conta desse comportamento equivocado do Governo - estourando as contas públicas - não chegou apenas com as faturas de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco cobrando emendas. Custou muito mais caro para o país cuja expressão imediata é a explosão da cotação do dólar, mas no futuro no aumento da dívida pública.

Petrobras
da Unidade de abatimento de emissões atmosféricas (SNOX) da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Ipojuca (PE). - Petrobras

Das emissões do refino ao ácido sulfúrico,

A Petrobras iniciou nesta quinta-feira (19) a operação da Unidade de abatimento de emissões atmosféricas (SNOX) da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Ipojuca (PE). O processo permitirá que a refinaria aumente o processamento atual em 27 mil barris por dia (bpd), passando de 88 mil bpd para 115 mil bpd.

A SNOX é a primeira unidade de abatimento de emissões do refino brasileiro e das Américas com a capacidade de transformar óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (NOx) em ácido sulfúrico, adicionando assim um novo produto no portfólio a ser comercializado pela companhia. No processo de eliminação do SOx, a unidade produz também energia na forma de vapor, que será utilizada nas instalações da refinaria reduzindo o consumo de gás para produção de energia, contribuindo para tornar a RNEST mais eficiente energeticamente.

Dois milhões no ano

O Brasil consolidou-se definitivamente como o melhor mercado para a TAP Air Portugal. A companhia alcançou mais um marco histórico nas suas operações entre Portugal e o Brasil. Pela primeira vez na sua história ela ultrapassou a marca de dois milhões de passageiros transportados em um único ano entre os dois países.

A TAP foi eleita por 11 anos consecutivos a Companhia Aérea Líder da Europa para a América do Sul pelos World Travel Awards, mas a marca de dois milhões de embarques é um feito histórico. A TAP Air Portugal voa directamente para 13 cidades do Brasil (15 rotas, de Lisboa e Porto) que a TAP liga directamente a Portugal.

Divulgação
Trapuá Shopping Park. - Divulgação

Trapuá Shopping

A Petribu Desenvolvimento Urbano (PDU) iniciou as obras do Trapuá Shopping Park, projeto imobiliário que está sendo construído em Carpina com o objetivo de transformar a Mata Norte de Pernambuco em um novo polo imobiliário. O empreendimento promete atrair diferentes perfis de consumidores, movimentando o setor econômico da região.

Energia elétrica

A Secretaria de Administração está encerrando 2024 com economia de R$17,6 milhões (menos 22%) na conta da energia elétrica que abastece 52 prédios públicos, resultado da aquisição de energia de fontes renováveis no Mercado Livre de Energia desde junho de 2023. Essa energia foi usada no Hospital da Restauração, nos Hospitais Regional do Agreste, Dom Malan, no Presídio de Itaquitinga e na Penitenciária Agro-Industrial São João, entre outros órgãos.

Vital do Tax Free

O Vice-Presidente do Senado Federal, Senador Veneziano Vital do Rêgo (PMDB-PB), comemora a aprovação pelo Congresso Nacional na Reforma Tributária do programa “Tax Free” para restituir a turistas estrangeiros, quando de sua saída do País.
Parques eólicos

A SPIC Brasil anunciou nesta quinta-feira, 19 de dezembro, a instalação de dois novos parques eólicos no Rio Grande do Norte (RN) com investimentos de R$ 755 milhões nos complexos Paraíso Farol e Pedra de Amolar, no município de Touros. Serão 17 aerogeradores no total, com capacidade instalada de 105,4 MW, o suficiente para abastecer 280 mil residências por ano. As turbinas GWH 182 6.2MW marcam a primeira entrega da recém-inaugurada fábrica da Goldwind em Camaçari (BA.

Divulgação
Unidades de Processamento de Gás Natural Guamaré. - Divulgação

PetroReconcavo

Também no estado do Rio Grande do Norte, a PetroReconcavo anuncia parceria com a Brava Energia para a aquisição de 50% dos ativos de gás natural no RN. Os ativos contemplados na transação incluem as Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGN) II e III de Guamaré, com capacidade total de processamento de 3 milhões de metros cúbicos diários além do gasoduto que conecta as instalações da PetroRecôncavo ao Ativo Industrial de Guamaré e as esferas utilizadas para o armazenamento do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) produzido nas UPGNs.

Solar fotovoltaica

A GreenYellow, multinacional francesa especialista em transição energética, implementou fazenda solar fotovoltaica na cidade de Milagres (BA) com capacidade equivalente ao abastecimento de mais de 6.200 casas, a usina fotovoltaica de Milagres produzirá, anualmente, 12,4 GWh, contendo uma potência máxima de 6,93 MWp.

Saúde mental

A partir de 2025 passa a vigorar a atualização da Norma Reguladora 1 (NR-1) promovida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que aumenta a responsabilidade das empresas com a saúde mental dos empregados. Com a mudança, as empresas deverão incluir no Programa de Gerenciamento de Risco (PGR) a identificação e o gerenciamento de riscos psicossociais.

Tags

Autor