Corrupção ancora rejeição de evangélico a Lula por pautas identitárias, comunismo e falta de apoio a economia do setor
Evangélicos não se veem representados porque associam o PT e lulismo a questões de apoio do governo a causa LGBT sem reconhecer desvios da Lava Jato

Na conversa que teve ontem(20) no programa Supermanhã da Rádio Jornal, comandado pela jornalista, Natália Ribeiro, o cientista político Adriano Oliveira esclareceu um dos maiores desafios do governo do presidente Lula da Silva, que é a aproximação com a comunidade evangélica.
Essa aproximação fez com o segmento votasse em Jair Bolsonaro em 2018 e em 2022 e se mantém distante do governo liderado pelo PT que não descobriu um canal de aproximação com esse segmento da população que, segundo estimativas sobre o Censo de 2022, chegou a 31% da população.
Forte rejeição
Segundo ele, dentro das várias pesquisas qualitativas eleitorais que seu instituto realiza sobre de avaliação e rejeição de governo, essa rejeição se manifesta, essencialmente, sobre questões identitárias, medo do comunismo e falta de apoio ao seu empreendedorismo.
Isso compõe o pano de fundo de forte reação à corrupção que eles associam aos governos anteriores do PT, a partir da Lava Jato que, aliás, outros segmentos não evangélicos também associam.
Pauta identitária
Oliveira avalia que a dificuldade de uma aproximação está, em primeiro lugar, mais forte à pauta identitária. “Os evangélicos não se veem representados por Lula, não se veem representados pelo PT. Porque associam o PT e o lulismo a questões de apoio LGBT e o associam a questão da defesa do aborto - que eles repudiam fortemente.
“Então o ponto principal (fundamental) dessa assimetria entre o lulismo e os evangélicos é a pauta moral. Eles reclamam do governo Lula, porque partem do princípio de que o governo Lula não defende as pautas morais dos evangélicos”, diz.
Medo do comunismo
Segundo o cientista político, o segundo ponto é a questão da narrativa do comunismo. “Quando conversamos com evangélicos que estão cotidianamente na igreja, eles têm pavor com o comunismo.
Esse medo está incrementado na mente de muitos evangélicos de que o PT é um partido comunista. E que, se ele é comunista, não merece o voto dos evangélicos ", interpreta.
Empreendedores
Ainda segundo Oliveira, em terceiro lugar - e aí está um ponto muito importante - é de que os evangélicos são empreendedores. A sua marca está basicamente nas cartas C, D e E. É lá que estão os evangélicos e também nesse ponto eles não se sentem apoiados.
Segundo uma nota técnica, intitulada "Crescimento dos Estabelecimentos Evangélicos no Brasil nas Últimas Décadas", é de autoria de Fernanda De Negri e Eric Jardim Cavalcante com base nos dados do censo demográfico conduzido recentemente pelo IBGE, os evangélicos representavam em 2010 cerca de 22% (aproximadamente 42 milhões) dos brasileiros.
Em 2022, eram cerca de 31% dos brasileiros que se identificavam como evangélicos. O Censo de 2022 também registrou uma expansão das igrejas evangélicas no país.
Grande avanço
Foi um avanço extraordinário, pois em 1991, essa proporção era de apenas 9%. A pesquisa inclui diversas correntes evangélicas, como missionários e pentecostais e neopentecostais o segmento que mais cresceu.
Adriano Oliveira avalia os evangélicos pelo seu comportamento de vida. “Eles são disciplinados, organizados e trabalhadores. Eles se diferem das demais pessoas pelo seu estilo de vida. Em vez de eles estarem no domingo no samba ou tomando uma cerveja, esses evangélicos estão economizando dinheiro e indo para a igreja”.
“Então eles melhoram de vida, eles têm uma qualidade de vida melhor daqueles que podem estar, por exemplo, mergulhados no alcoolismo”, esclarece.
Desaprovação
Os dados de Adriano Oliveira são corroborados pela nova pesquisa Quest sobre o desempenho do governo Lula, divulgada em dezembro, onde 56% dos evangélicos desaprovam a gestão do presidente, enquanto 42% aprovam. Entre os católicos, é exatamente o inverso: 56% aprovam, e 42% rejeitam.
Esse comportamento, aliás, vem sendo analisado por vários pesquisadores sociais que identificam traços bem típicos dessa comunidade como prática empreendedora.
Comida na mesa
Primeiro, em relação à alimentação saudável; depois no comércio atacadista, serviços e, finalmente moda que se tornou um segmento à parte com milhares de empresas modelando e produzindo roupas para o segmento feminino. Eles também são percebidos como trabalhadores com baixo nível de absenteísmo nas empresas.
“Então, prossegue Adriano Oliveira, eles entendem que a forma de vida deles é uma forma empreendedora. É uma forma individualista, que traz para eles progresso, que traz para eles bem-estar social. Daí reclamarem, obviamente, de que o governo só vive de bolsa (relacionados aos vários programas sociais das gestões Lula), o governo só quer tratar dos coitadinhos. E assim eles passam a reclamar da política cotidiana, no caso, da política econômica.
Forte auto estima
O cientista político chama atenção para a questão da auto estima desse segmento. “Eles se veem como pessoas que são bem-sucedidas pelo seu esforço individual. E que não dependem do governo para ter esse sucesso individual que eles têm. Por conta de quê? Por conta dos seus atos de vida provocados pela religião e disciplina financeira. Então, esses três elementos, eles fortalecem a rejeição ao lulismo.
Adriano Oliveira chama atenção para um pano de fundo que corrobora e consolida essa rejeição. E que não só com os evangélicos. Independente da religião existe o fato de o PT ter uma marca (apesar de ser um partido respeitado, apesar de ser o maior partido da história brasileira em termos de ser um partido popular) ser uma marca associada à corrupção no governo e que ainda está fortemente incrementada ao partido”.
Sem autocrítica
Essa percepção faz sentido porque Lula e seus partidários nunca fizeram qualquer autocrítica dos desvios ocorridos a partir da Petrobras, Na verdade, o presidente insiste em defender uma narrativa de que foi vítima de uma ação deletéria do juiz, Sérgio Moro, a despeito do reconhecimento internacional e devolução de R$ 6 bilhões à estatal de Petróleo.
Aderência crítica
Então, na avaliação do cientista político todo esse conjunto de percepções quando vem uma discussão ocorrida na semana passada de taxar o PIX o eleitor, automaticamente, associa que o governo Lula deseja arrecadar mais. O que o leva à pergunta: Arrecadar mais para quê? Para roubar?
Adriano Oliveira avalia que para dificultar essa aproximação existe o fato de o governo Lula não vir fazendo novas entregas. E não há entregas, consequentemente, isso desgasta muito a imagem do governo.
BCB no Tik Tok
Acostumados com a precisão das informações, especialmente, relacionadas às Atas do Copom, a maior parte do políticos, empresários e até mesmo deputados da base do governo entranharam quando o Banco Central pôs no ar um post no Tik Tok alertando para as críticas a Instrução Normativa de Receita Federal numa linguagem que no site não era conhecida.
Na verdade, não tinha nada a ver com o disciplinado site (bcb.gov.br) e não teria mesmo que ter. Desde que o Tik Tok está no Brasil o Banco Central tem uma conta onde faz suas postagens na linguagem do aplicativo uma vez que ele é direcionado aos usuários da plataforma, não ao mercado financeiro. O vídeo virou o campeão de audiência (560 mil visualizações) da conta e não há mesmo razão para ser retirado. É que o governo analógico do PT não sabia deles.
Imposto Sindical
Embora o ministro Luiz Marinho considere a grande realização da sua administração o envio de um projeto de lei voltando com o Imposto Sindical são próximos de zero. Fora Marinho ninguém vê utilidade na volta do tributo para financiar a base sindical do país extinta no governo Michel Temer. Mas vai ver que Marinho convence Lula?
PIX e DREX
Certamente dentro do Palácio do Planalto pouca gente sabe que o Banco Central está prestes a entrar com uma nova fase do projeto-piloto, o Drex, como foi batizada a moeda digital oficial do Banco Central (CBDC), deve passar por um processo semelhante ao PIX quando ele foi lançado.
O Drex foi idealizado para facilitar o acesso a serviços financeiros, como investimentos, empréstimos e seguros totalmente digital. Além de permitir a troca entre ativos, por meio de contratos inteligentes (smart contracts), nos quais pessoas físicas e empresas podem realizar transações intermediadas. A entrada em vigor do Drex pode ocorrer ainda neste ano.
Como o Pix, o nome Drex vem da combinação de letras em uma palavra com som forte e moderno. As letras "d" e "r" fazem referência ao Real Digital, o "e" vem de eletrônico e o "x" traz a ideia de conexão, associada à tecnologia utilizada.
Mas depois do caso do PIX que num único dia, 6 de dezembro, foram realizadas 250,5 milhões de movimentações, totalizando volume financeiro de R$124,3 bilhões, está todo mundo com medo no Governo.
Risco de Haddad
Ao afirmar que acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus filhos estão por trás da onda de “fake news” envolvendo o Pix e que ele e seus filhos têm problemas com a Receita Federal, devido ao caso das joias e aos processos envolvendo compra de imóveis e a suposta prática de rachadinha por Flávio Bolsonaro, o ministro da Fazenda Fernando Haddad abriu uma avenida de possibilidades de ações judiciais.
O problema é sua condição de ministro da Fazenda que tem acesso a informações financeiras embora não possa acessar as protegidas por sigilo fiscal. Mas a simples menção do ministro da Fazenda Fernando Haddad a foi um enorme equívoco.
Dente falso
A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) lançou uma cartilha sobre prevenção e combate a fraudes em planos odontológicos depois que registrou um aumento de 10% em relação a denúncias de golpes contra as operadoras que atuam no segmento. O setor passou de 24,7 milhões para 33,4 milhões de clientes em 2024, mas identificou o crescimento de irregularidades envolvendo clínicas, dentistas e corretores de seguros.
Femope
O Recife Expo Center sediará a Feira de Móveis de Pernambuco (Femope), que ocorrerá de 13 a 15 de fevereiro um dos maiores do setor e que espera atrair 3 mil visitantes, entre lojistas e profissionais do mercado de móveis, colchões, estofados e eletrodomésticos. Terá 50 expositores de diversas partes do Brasil, a feira deverá gerar cerca de R$80 milhões em negócios.
Drones na obra
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), estima que o crescimento do ano de 2024 pode chegar a 3,5%.Mas um estudo da PwC, aponta que os drones usados para monitoramento podem aumentar a produtividade em até 20%. Já a McKinsey & Company afirma que o uso de Inteligência Artificial tem potencial para aumentar a produtividade em até 50%. Segundo a Associação de Profissionais de Agrimensura e Topografia o setor da construção é um dos mais está incorporando novas tecnologias nos processos produtivos.
Burguer do Nô
O Shopping Guararapes recebe iniciou as operações da nova loja Burger do Nô, projeto do Zirpoli Arquitetura, inspirado nas hamburguerias clássicas, mas com um toque contemporâneo. Esta será a primeira unidade em praça de alimentação da rede.
Catchup Premium
A Tambaú Alimentos, empresa com sede em Custódia, no Sertão de Pernambuco, registrou um crescimento de 12,4% em receita e de 3,5% de toneladas em 2024 em relação a 2023. Ao longo de 2024, a marca reforçou o portfólio trazendo ao mercado cinco lançamentos e um relançamento. O Catchup Premium é líder de vendas pelo 9º ano consecutivo, como o catchup mais consumido do Nordeste do Brasil.