Dia dos Pais com João Alberto: o olhar cuidadoso para além da saúde
A coluna homenageia histórias inspiradoras de pais e filhos nesta data especial
O Dia dos Pais é uma data que vai além das trocas de presentes e mensagens de carinho. É o momento de reconhecer e agradecer aqueles que desempenham um papel fundamental todos os dias. Para homenagear esses heróis, a coluna trará à tona o sentimento paterno que passa pela porta de casa e aflora outros âmbitos, como o profissional.
O paraibano de nascimento e pernambucano por amor, Fernando Ventura escolheu a medicina oftalmológica como sua profissão em 1976. O médico investiu no seu conhecimento, construiu uma carreira sólida e, em 2015, fundou a clínica IOFV, ao lado dos dois filhos, Alexandre e Catarina Ventura, e do genro Carlos Gustavo Gonçalves. Já são mais de cinco gerações dos Ventura na área. Além do amor que rodeia o pai e seus filhos, a profissão também faz parte deste laço, pois todos são oftalmologistas.
PATERNIDADE
“Filhos são bênçãos de Deus e pude ser pai três vezes, com Alexandre, Fernanda e Catarina. É um orgulho muito grande ver os adultos que se tornaram e, para ampliar esse amor, também sou avô, então acabo sendo ‘pai duas vezes’, afirma Fernando. Ele ainda reforça que se orgulha de ter conquistado um patamar profissional reconhecido, mas, acima de tudo, também pela família que construiu.
Fernando reforça que ser pai é uma sensação única que todos deveriam ter. “Gerar um filho é o melhor sentimento do mundo. Meu filho mais velho, Alexandre, veio em um momento em que eu estava iniciando na oftalmologia, na década de 70. E sinto muito orgulho que ele e Catarina tenham seguido essa linda área”, relata.
LEGADO FAMILIAR E PROFISSIONAL
A caminhada dos filhos no ramo médico fluiu de forma natural. “Alexandre sempre quis seguir na área de oftalmologia, já Catarina teve um pouco de dúvida. Deixei-a bem à vontade, ela pensou em seguir outros rumos, mas acabou se especializando na saúde dos olhos. E Fernanda, que não seguiu na área da saúde, é arquiteta, mas com especialização em arquitetura hospitalar. Então, todos acabam fazendo parte do trabalho em família”, explica Fernando.
Filho mais velho, Alexandre diz sempre ter tido proximidade com o pai e enxerga nele um companheiro. “Me lembro de muitas atividades que a gente fez junto, passeando de carro quando eu dava trabalho para dormir ainda criança. E lembro muito bem quando ele ia fazer o curativo, ver os pacientes dia de sábado de manhã na clínica. Ele me levava e eu ficava brincando, ou na clínica, com o cachorro que tinha lá, um pastor alemão, ou no quintal do ambulatório da Polícia Militar, debaixo de um pé de manga. Lembro disso com muita clareza, apesar de ter naquela época 4 ou 5 anos de idade”, diz Alexandre emocionado.
“Sou fã do meu pai. Ele me influenciou com ética e disciplina, cresce naquilo que acredita, influencia outras pessoas. E a gente tinha, na verdade, ainda tem um contato com ele muito bacana. Eu brinco que talvez a primeira palavra que eu aprendi na vida não foi nem papai, nem mamãe, mas talvez catarata, miopia, óculos, cirurgia de olho”, relata Alexandre. Além disso, ele reforça "é fantástico continuar o trabalho dele e ver os pacientes que o acompanham há anos. Eu tenho quase 20 anos de oftalmologia e também estou construindo isso. Isso reforça como é prazeroso poder ajudar outras pessoas e crescer profissionalmente”.
Irmã de Alexandre, Catarina também trabalha com o pai e com o irmão no IOFV e diz ter visto no pai uma referência, não só na profissão, mas na perseverança. Ela também relembra que sua lembrança mais legal com ele na infância foram momentos passeando na praia e andando de barco.
No entanto, o orgulho ultrapassa o amor paterno e a preencheu como profissional. “Eu sempre quis fazer algo na parte de saúde, de ajudar as pessoas. Estava em dúvida entre medicina e odontologia e os seus conselhos me deram segurança para decidir. Mesmo enxergando a oftalmologia como uma opção, eu vivenciei tudo que a faculdade poderia me trazer em diferentes áreas para eu poder fazer a melhor escolha”, reforça Catarina.
Por fim, Catarina reforça a importância de dar continuidade ao legado que foi construído por gerações e que Fernando seguiu sendo um pilar para os filhos. “É muito gratificante a gente poder seguir o mesmo caminho, carregar esse legado que ele nos deixou e está deixando, mas também uma grande responsabilidade de manter o caminho que ele abriu e que mantém até hoje”, finaliza a oftalmologista.