Escrevendo o mundo desde cedo

Estudantes premiados em concurso de redação serão recebidos hoje na Academia Pernambucana de Letras

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Fábio Lucas

Publicado em 20/09/2023 às 0:00
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Como a leitura e a escrita podem mudar o mundo? A pergunta foi o mote do concurso literário Faz & Conta, para estudantes de escolas públicas e privadas no Recife. Uma estimulante provocação à criatividade, que terá a premiação nesta quarta, a partir das 3 da tarde, na Academia Pernambucana de Letras (APL), em evento aberto ao público.
“A leitura permite o adquirir de conhecimento sobre os viveres, culturas, conceitos e múltiplas interpretações. Ter a Academia Pernambucana de Letras, com sua magnífica representação, simbologia e espaço, proporcionando a esses jovens praticarem o seu aprendizado, aprofundando a escrita, leitura, conhecimento de mundo, é muito importante, principalmente, quando se dispõe a valorizar a todas as classes sociais e gêneros”, diz a coordenadora-geral da Associação Rumo à Universidade, Luciana Nunes. A estudante Tamirys Farias do PRÉ-PRU, projeto social, foi a terceira colocada no concurso, em empate com Laís Batista Maranhão de Miranda, do Colégio Apoio. “A valorização da educação, dos seus profissionais, estudantes e, consequentemente, da sociedade, merecem o reconhecimento dessas iniciativas. Estamos muito felizes!”, comemora Luciana.
Para a coordenadora pedagógica do Apoio, Camila Vieira, o tema do concurso chamou a atenção e possibilitou a criação de histórias ricas, criativas e contextualizadas. “Vivências como esta possibilitam a apropriação cada vez maior da escrita, que é um sistema de representação complexo e que exige muitas idas e vindas e reflexões constantes”, avalia. “Além de fomentar o desejo e o prazer pela leitura e escrita, ampliando o repertório linguístico e a compreensão de mundo, para que façam inferências com segurança e autonomia e atuem de forma crítica e consciente nos diferentes espaços em que convivem”.
O segundo lugar do concurso foi para Ana Theresa Accioly, do Colégio Damas. Para a coordenadora Terezinha Rodrigues, o gosto pela leitura e escrita precisa ser sempre cultivado: “É a partir também dessa habilidade de descobrir o mundo e descrevê-lo sob nossa percepção, que despertamos emoções, além de vivências diversas e experiências de vida. Concursos como esses fomentam o poder criativo dos jovens e a capacidade de posicionar-se sobre os acontecimentos do cotidiano”.
A redação escolhida como vencedora é de Letícia Nunes, da ABA. O evento também terá a participação dos escritores mirins Guilherme Mendonça, Maria Luiza Feitosa e Catarina Novelino. Para a organizadora do concurso, Bruna Maciel Borges, o momento da premiação é de grande importância para estimular quem está começando a escrever.

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A idealizadora do concurso, Bruna Maciel Borges - Divulgação

“Apesar de trabalhar com as palavras, não consigo descrever a minha enorme paixão pela escrita. Lembro-me do dia em que, aos 14 anos, venci um concurso literário. Aquele reconhecimento fez com que eu me enxergasse como escritora e me sentisse capaz de transformar o mundo inteiro através das minhas ideias. A minha felicidade por poder proporcionar este mesmo impulso aos escritores mirins de hoje reflete a minha crença que, em um futuro próximo, eles estarão transformando o mundo, palavra a palavra. Incentivar a leitura e a escrita é uma missão que se iniciou como um sonho de infância e foi além: tornou-se o meu propósito de vida. A minha forma de acreditar que, sim, é possível construir um mundo melhor através de histórias”.
Para o presidente da APL, Lourival Holanda, o acolhimento aos novos escritores é motivo de festa. “Novíssimos escritores? Possivelmente. A APL fica feliz em abrir suas portas à geração que já começa a criar, escrever, produzir, o que, possivelmente, será a literatura de amanhã. E a melhor forma de ser generoso com esse futuro, é acolhê-lo; e com alegria”.
Além de premiações em dinheiro e certificados, os quatro estudantes irão receber um kit de livros oferecidos pela Companhia Editora de Pernambuco – Cepe. Um incentivo a mais para fazer do hábito da leitura a base da própria escrita. Iniciativas como essa podem se espalhar, nas escolas, nas bibliotecas públicas e comunitárias. A literatura pode começar cedo – e junto com a educação, colaborar para uma nação inteira ir mais longe, mudando a vida de quem lê e escreve o mundo.

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