Somos muitos leitores – e podemos ser mais

Pesquisa da CBL aponta que 16% dos brasileiros consomem livros, e muitos não compram por causa do preço, ou porque não há livrarias próximas

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Fábio Lucas

Publicado em 09/12/2023 às 19:44
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As editoras precisam de incentivo para publicar, porque autores e autoras, não faltam. As livrarias precisam de proteção, em um mercado desregulado, e também de estímulos para a abertura de espaços que vão muito além de pontos comerciais. Assim como as bibliotecas escolares devem estar para o aprendizado, as livrarias podem ser vistas como locais de irradiação cultural para os bairros e as cidades. Do mesmo modo que as bibliotecas nas escolas, as livrarias detêm grande potencial de ativação da cidadania.
E o leitor, precisa de que? Leitores querem livros. Uma pesquisa da Câmara Brasileira do Livro (CBL) realizada pela Nielsen BookData, divulgada há poucos dias, indicou que apenas 16% dos brasileiros formam o mercado editorial no país. Trata-se de fatia restrita de consumidores, relativamente ao tamanho do país. Mesmo assim, é muita gente. O animador é que pode ser muito mais, desde que surjam os movimentos certos, nos lugares adequados, para ampliar o acesso da população à leitura. Para os que não compram, livros são caros – independentemente da classe social a que pertençam. Outro obstáculo é a inexistência de livrarias na vizinhança, ou até na cidade em que se mora.
A expansão do hábito da leitura passa por um trabalho de sensibilização que começa na escola. E aí voltamos à biblioteca. A percepção do preço alto mudará quando houver maior acesso, e mais rotina criada desde cedo. Se dois terços da parcela mais rica da população não compraram nenhum livro em 12 meses, não foi porque o livro é caro. Há outros motivos, a serem investigados e combatidos. Na esfera legislativa, nos governos e nos órgãos do setor, como a CBL, o SNEL e a ANL, o trabalho articulado há de levar em consideração o tamanho do desafio. Mas sobretudo o tamanho do bem aguardando milhões de leitores que desejam livros nas mãos.

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A premiada Karine Asth - Divulgação


Jabuti para Karine Asth

Vencedora na categoria Romance de Entretenimento, Karine Asth ainda está sob o impacto da premiação com “Dentro do nosso silêncio”, publicado pela Bestiário. “Ganhar o prêmio Jabuti com meu primeiro romance está sendo uma experiência inexplicável. Às vezes ainda não acredito que de fato aconteceu. Só consigo sentir gratidão e transbordar felicidade”, conta a escritora. Siga no Instagram: @karineasth.


Jabuti para Paulo Fehlauer

Depois de levar o Prêmio Cepe Nacional de Literatura e ter seu livro publicado pela editora pernambucana, o paranaense Paulo Fehlauer ganhou o Jabuti com o romance “Extremo Oeste” na categoria de Escritor Estreante. Para o autor, a obra explora “temas muito próximos à minha experiência e às memórias da região em que cresci. Além do reconhecimento, o prêmio é um grande estímulo para a continuidade do meu trabalho com a literatura”. Siga no Instagram: @cepeeditora e @fehlauer.


Livro do ano e mais

Fabrício Corsaletti foi consagrado com o livro do ano por “Engenheiro fantasma”, de poesia, publicado pela Companhia das Letras. João Gilberto Noll foi escolhido na categoria Conto, e Antônio Prata, em Crônica. Ruy Castro levou em Romance Literário. Veja a lista completa dos vencedores em www.premiojabuti.com.br.

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Xico Sá esteve na Ria Livraria para o lançamento de Henrique Rodrigues - Divulgação


Áurea

Henrique Rodrigues lançou, na quinta, 7, em São Paulo, o romance “Áurea”, pela editora Estrela Cultural. “É um livro que me fez mergulhar na geração anterior à minha, especificamente de mulheres pretas e pobres, cujas trajetórias precisam ser conhecidas.
A protagonista é uma aluna de EJA (Educação de Jovens e Adultos), grupo geralmente desvalorizado no universo da educação. Aprendi na escola pública que todos precisam de vez, voz e verso. Eis aí uma contribuição para dar protagonismo a essas mulheres que, injustamente, carregaram (e ainda carregam) o país nas costas”, escreveu o autor nas redes sociais. A obra tem ilustrações de Christiane Mello. A noite de autógrafos foi na Ria Livraria.


Mais livrarias na paisagem

Alexandre Martins Fontes foi eleito o novo diretor-presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL) para o período 2024/2025. A chapa “Mais livrarias na paisagem de nossas cidades” tem ainda entre os integrantes da nova diretoria: Leandro Teles, Rui Campos, Bernardo Gurbanov e Monica Carvalho. No topo das metas da gestão, a aprovação e regulamentação da legislação para o setor, o novo Plano Nacional do Livro e da Leitura e o desenvolvimento de planos estaduais e municipais. Saiba mais no site: www.anl.org.br.


Bartolomeu Fragoso

José Paulo Cavalcanti Filho realiza palestra nesta segunda, 11, na Academia Pernambucana de Letras, sobre o primeiro poeta do Brasil, Bartolomeu Fragoso. O acadêmico e jurista apresenta sua pesquisa sobre o escritor que nasceu em Portugal, mas escreveu seus poemas no Brasil, entre 1576 e 1592. Na sede da APL, no Recife, a partir das 3 da tarde.


Cadernos de Pagu

Será na Livraria Martins Fontes, em São Paulo, o lançamento de “Os cadernos de Pagu”, de Lúcia Teixeira, nesta terça, 12. Com manuscritos inéditos, a obra é uma coedição Nocelli e Unisanta. O evento homenageia Patrícia Galvão na data de sua morte, em 1962, aos 52 anos. Na Avenida Paulista, a partir das 18h.


Rotina

A creperia Anjo Solto do bairro do Pina, no Recife, recebe o lançamento de “Rotina”, primeiro livro de contos de Camilla Inojosa, na terça, 12, às 7 da noite. A publicação é da Patuá.

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Capa do livro de crônicas de Maria Dolores - Divulgação


Na Soleira, os Sapatos

Crônicas que se debruçam no cotidiano de fevereiro de 2021 a setembro de 2023, de histórias que se passam em São Paulo e Três Pontas (MG), ganham o formato de livro em publicação da Penalux. “Na Soleira, os Sapatos”, de Maria Dolores, será lançado nesta quarta, 13, em Três Pontas, no Restaurante e Pousada Travessia, às 7 da noite. Escritora, produtora cultural e jornalista, a autora já escreveu “Travessia – A vida de Milton Nascimento”, “Mãe de Dois”, transformado em peça de teatro, e “A Lua no Terreiro”, romance que traz como pano de fundo a pandemia da Covid-19. A bela capa do livro é de Karina Tenório, sobre foto de Cíntia Duarte que inspirou a última crônica da obra.

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Mariana Ianelli tem antologia de crônicas - Divulgação


Turno da madrugada

Uma antologia com 130 crônicas de Mariana Ianelli chega pela Ardotempo. “Turno da madrugada” reúne textos escritos de 2010 a 2022, publicados na Internet e em quatro livros da autora. Para o crítico literário Ney Anderson, os textos formam mundos a partir de imagens. “A cronista joga o leitor para dentro da cena, sendo impossível não sair marcado de alguma maneira”. Mais informações pelo e-mail [email protected].


Fora de Padrão

Os editores do selo O Grito! HQ, Paulo Floro e Dandara Palankoff, estiveram na CCXP com o escritor e pesquisador gaúcho Chris Gonzatti, que assina o prefácio da edição brasileira de “Fora de Padrão: 40 anos de quadrinhos LGBTQIA+”, título de estreia do selo. A publicação foi organizada por Justin Hall, quadrinista dos Estados Unidos. O lançamento no Recife será no próximo dia 15, sexta, no Pajubar, na Boa Vista, a partir das 7 da noite. Mais informações no site www.revistaogrito.com.


Marilia Arnaud em inglês

Vencedor do concurso de tradução literária promovido pela editora americana Sundial House (Columbia University), “O livro dos afetos” de Marília Arnaud será publicado nos Estados Unidos em 2024. Os contos, originalmente publicados pela Editora 7Letras em 2005, foram traduzidos para a língua inglesa por Ilze Duarte, brasileira que mora na Califórnia há quase 40 anos. Siga no Instagram: @mariliaarnaud.


Leitura nas férias

A editora Verus está publicando os primeiros cinco volumes de “O diário de uma garota nada popular”, de Rachel Renée Russell, em edições de bolso avulsas, para o público infanto-juvenil ler durante as férias. A tradução é de Antônio Xerxenesky. A coleção teve o seu 15º volume lançado recentemente.


Línguas de fogo

Chega pela Nós uma nova edição do estudo da pesquisadora canadense Claire Varin sobre Clarice Lispector, fora de catálogo há duas décadas. “Línguas de fogo”, originalmente lançado nos anos 1980, visita as raízes judaicas de Lispector, “e passou por temas que a academia costuma deixar de lado, como o misticismo a emergir em seus escritos e nos detalhes da sua vida pessoal”, segundo a apresentação da editora. A tradução é de Lúcia Peixoto Cherem.


Alpendre Literário

Está disponível para download gratuito o primeiro volume da revista Alpendre Literário, com poemas, contos e entrevistas. No Conselho Editorial, Daniel Bicalho, Thaís Campolina, Hércules T. Corrêa, Sara Sousa, Paulo Fernandes, Júnia Paixão e Túlio Damascena. Para baixar, acesse o Instagram @revistaalpendreliterario.

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Fernanda Castro fez tarde de autógrafos de "Mariposa Vermelha" na Livraria Jardim - Divulgação

 

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