A leitura de livros na tela
Números sobre a leitura digital reforçam que o acesso pela tecnologia pode ampliar a fronteira para um Brasil de mais leitores
A tecnologia que favorece o acesso mais amplo à literatura no Brasil, pode e deve ter o reconhecimento pelo seu papel na democratização da leitura. Mesmo que seja preciso afastar o preconceito, e até um viés tecnofóbico, para enxergar nos números da leitura digital um crescimento que favorece o gosto pelos livros. Como no caso do aplicativo Skeelo, plataforma de conteúdo multiformato para o celular, que encerra o ano com mais de 220 mil títulos digitais, incluindo e-books, audiobooks e minibooks. Em apenas quatro anos de existência, a ferramenta, que tem parceria com as principais operadoras de telefonia no país, contabiliza 1,3 bilhão de minutos consumidos, 365 milhões de páginas lidas, 88 milhões de minutos em audiobook e acima de 11 milhões de instalações.
Iniciativa pioneira no país, a Biblioteca Digital do Estado de São Paulo – BibliON, por sua vez, já possui 230 mil associados gratuitos, que registraram cerca de 525 mil empréstimos de livros em pouco mais de um ano e meio de funcionamento. Para Pierre André Ruprecht, da SP Leituras, que cuida da gestão da BibliON e das duas bibliotecas estaduais físicas daquele estado, “a leitura digital é um fato. E é diferente, sim, da leitura presencial. Na nossa visão, existe espaço para ambas. Um leitor deve experimentar ambas, e usar aquela que lhe chega mais à alma, no momento em que ele puder fazer uma escolha madura”, lembrando que não a organização não estimula a leitura digital para crianças de até 10 anos. “A questão do corpo do livro, para crianças, é fundamental. Porque tela, para elas, é tudo a mesma coisa. Tela é uma coisa só. Livro, cada um é uma coisa”, diz, em entrevista que será publicada pelo JC nos próximos dias.
A dimensão digital não exclui nem esmaga o livro físico. Num país com tamanhas desigualdades, e onde mesmo quem poderia comprar mais títulos não o faz, o acesso através das telas é um atrativo, feito portal que ilumina o caminho para bibliotecas, livrarias e palavras impressas na tecnologia insuperável dos livros.
Nélida Pinõn
A Record promoveu, na última quinta, o lançamento de “Os rostos que tenho”, livro póstumo com 147 crônicas inéditas de Nélida Piñon. A atriz Beth Goulart e a escritora Carla Madeira leram trechos da obra, em evento na Janela Livraria do Shopping da Gávea, no Rio de Janeiro. Na ocasião, também teve bate-papo das duas com o escritor e editor Rodrigo Lacerda.
Inscrições para o Clipe
A Casa das Rosas, de São Paulo, vai abrir inscrições para o 12º Curso Livre de Preparação de Escritores – Clipe, no próximo dia 2. Os interessados têm até 2 de fevereiro para se candidatar a uma das 25 vagas da turma presencial de poesia, das 25 da turma presencial de prosa, ou das 50 em formato online, para os dois gêneros literários. Todas as vagas são gratuitas. Os formulários do processo seletivo estão disponíveis no site www.casadasrosas.org.br.
Antígona
Andrea Beltrão lançou seu primeiro livro pela Paz & Terra – “Antígona: Ela está entre nós” traz detalhes do processo de criação do monólogo de Sófocles, encenado em releitura pela atriz, com direção de Amir Haddad. A montagem levou mais de 40 mil pessoas ao teatro e lhe valeu o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA).
Pedras Ternas
Sidney Rocha e Patricia Cruz Lima estiveram na Livraria do Jardim, na sexta, para cumprimentar Geórgia Alves no lançamento de seu novo livro, “A qualquer hora da noite enquanto piso em Pedras Ternas”. Publicação da In-Finita.
Certeza do agora
A literatura filosófica de Juliano Garcia Pessanha ganha nova edição de “Certeza do agora”, primeira das obras da tetralogia que a Nós irá publicar do autor. “Reinscrita nos percalços, frustrações e dúvidas de um ser singularizado, a filosofia ganha a luminosidade que só pode lhe vir de fora”, escreve Vinícius de Figueiredo na orelha do livro. Visite www.editoranos.com.br e conheça outros lançamentos.
Ida e volta
É da Perspectiva a coleção Ida e Volta, com a proposta de publicar “obras paradigmáticas do cenário da crítica literária no campo da literatura infantil e juvenil”. Já chegaram às livrarias: “Os contos de fada e a arte da subversão”, de Jack Zipes, e “Poder, voz e subjetividade na literatura infantil”, de Maria Nikolajeva. Mais informações no site www.editoraperspectiva.com.br.
Anne Carson e Proust
Estão abertas até quarta, 20, as inscrições para o Clube de Poesia do Astrolabio que se reúne, na sexta, 22, sobre o livro “O método Albertine” de Anne Carson. Em foco, a paixão da escritora canadense pela obra clássica “Em busca do tempo perdido” de Marcel Proust. Informações e inscrições no site www.oastrolabio.com.br.
Mulherio cearense
Será na quinta, 21, o lançamento da coletânea “Mulherio das Letras Ceará: Mulheres, Velas & Poesia”, na Biblioteca Estadual, BECE, em Fortaleza, a partir das 18h. A mediação ficará por conta de Patrícia Cacau e Lucirene Façanha.
Marina Colasanti
Em homenagem aos 50 anos de carreira da escritora, a FTD lançou “A disponibilidade da alma”, que reúne textos em prosa e verso de Marina Colasanti. A organização é de Vera Maria Tietzmann Silva, para quem a linguagem poética de Marina abre aos leitores as portas do imaginário. O projeto gráfico é de Camila Catto. Saiba mais em www.ftd.com.br.
Era uma vez um quintal
A Pallas traz o livro da neta de Luis Carlos Prestes, Andreia Prestes, com ilustrações de Paula Delecave a partir de fotos do álbum da família da autora. “Era uma vez um quintal” apresenta às crianças a dor do desaparecimento de um militante comunista durante a ditadura no Brasil. Saiba mais no site www.pallaseditora.com.br.
Morada mínima
O primeiro livro de poemas de Guilherme Pena chega em publicação da 7Letras. “Morada mínima” abrange 40 anos de literatura em maturação. Nos anos 1980, o escritor participou do grupo Varal de Poesia, em Belo Horizonte. Siga no Instagram: @guilherme.pena.poeta.
O liceu das vozes
Está em pré-venda pela Urutau “O liceu das vozes”, poemas de Estevão Machado. “O que trago aqui em temas e formas poéticas é o deslocamento de uma visão tecnicista e unitária para uma reordenação de nossos aprendizados/exercícios: todos lastros das nossas convivências e formas de vida diversas”, diz o poeta. “Reescrevendo nossos saberes e agregando todos os sotaques que nos ensinam”. Para apoiar, acesse www.benfeitoria.com/projeto/liceu.
A índole dos cactos
A editora Caos e Letras iniciou a campanha de pré-venda do novo livro de crônicas de Tiago Germano, “A índole dos cactos”. O autor foi vencedor do Prêmio Sesc Rubem Braga, por duas vezes finalista do Jabuti e semifinalista do Oceanos. Para apoiar, acesse www.catarse.me/cactos.
Wonka em livro
Para quem quiser curtir o filme em cartaz nos cinemas de outra maneira, a Galera Junior traz ao Brasil o livro inspirado em “Wonka”, que conta a história do início da trajetória de Willy Wonka, inspirada no clássico “A fantástica fábrica de chocolate”. De autoria de Sibéal Pounder com tradução de Paula Di Carvalho.
A emoção nas cartas
A primeira edição da oficina de escrita de cartas do Faz & Conta e do Livronews aconteceu na semana passada, em duas noites de muita emoção e envolvimento, no Furdunço Café e Cultura, no Recife. Misturando referências da evolução da comunicação e de escritores que se dedicavam às cartas como obras literárias, a oficina provocou não apenas um mergulho na escrita epistolar – suscitou também reflexões sobre a necessidade das pausas no tempo instantâneo das mensagens pelo celular, para o cultivo de palavras e afetos no papel em branco. Aguarde novas edições da oficina ficando atento às novidades pelo Instagram @faz_e_conta e @livronewsnoinsta.