Venda de imóveis cresce quase 70% no Recife e sinaliza 'corrida' por melhores preços

Tendência no mercado é de que o preço siga numa curva de ascensão, diante da demanda e elevação do custo da construção, crédito, juros

Publicado em 16/08/2024 às 16:57 | Atualizado em 07/11/2024 às 18:15

O mercado imobiliário residencial do Recife consolida seu bom momento e registra um forte avanço nas vendas ao fim do segundo trimestre de 2024. A capital pernambucana registrou aumento de 68,4% nas vendas, quando comparado o mesmo período do ano passado, sinalizando que, para quem está com orçamento e acesso a crédito para financiar, o momento é de tirar o sonho do papel ante a consolidação das previsões de elevação dos preços. 

O percentual de crescimento foi apresentado na pesquisa II Panorama do Mercado Imobiliário de Recife e Região Metropolitana, realizada pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE) com a Brain Inteligência Estratégica. De acordo com a Ademi, houve um aumento também de 39,3% no número de unidades lançadas, resultando em um estoque de 5.228 unidades no mercado em geral (número considerado baixo). Com menos ofertas e crescente demanda, a expectativa é de que a lei do mercado prevaleça. 

E não só por isso. Mesmo com os juros do financiamento imobiliário ainda num patamar considerado alto, as vendas estão acontecendo, o que faz as construtoras e incorporadoras abrirem margem para o reajuste de preços, sendo pressionadas a isso também pelo avanço do custo da construção e a expectativa inflacionária e de juros futuros que seguem crescentes. 

Na capital pernambucana, os destaques são as categorias Standard, Studio ou Loft de um quarto, e econômico, do Minha Casa Minha Vida (valores médios entre R$ 250 mil a R$ 460 mil). "A demanda é enorme, o que for feito no Recife dentro do Minha Casa Minha Vida com certeza vai vender”, indica o CEO da Brain, Fábio Tadeu Araújo. 

BAIXO ESTOQUE E MAIS VENDAS

O Recife fechou o 2º trimestre de 2024 com um estoque de 5.228 unidades no mercado em geral, sendo 99% de unidades residenciais verticais (5.177), e apenas 1% no mercado comercial vertical, o equivalente a 51 unidades. O mercado residencial vertical do município conta com 197 empreendimentos lançados, que somam 20.535 unidades (91,6% da oferta total lançada no município, para todos os tipos de empreendimento). Já o mercado comercial conta com 8,4% do total de unidades, o equivalente a 1.895 unidades. Esse mercado também conta com baixo estoque, se comparado à oferta lançada – apenas 25%.

Já em relação às vendas, do total de 1.423 unidades vendidas no 2º trimestre de 2024, 99,1% são de unidades residenciais verticais (1.410), 13 unidades comerciais. Das unidades vendidas no mercado residencial vertical, a maior parte é do padrão especial, com 404 unidades comercializadas (28,6%). Houve um aumento de 27,4% nas vendas no mercado residencial vertical (de 1.107 no 1º trimestre deste ano para 1.410 unidades vendidas no 2º trimestre).

“O setor imobiliário é um setor muito importante na economia pernambucana, é um grande gerador de empregos e de impostos”, lembrou o presidente da Ademi-PE, Rafael Tenório Simões. Nos últimos cinco anos, o setor lançou 18 bilhões de reais em Valor Geral de Vendas (VGV), trazendo para o Estado cerca de 2,5 bilhões de reais em ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), destacou o presidente da Ademi-PE, Rafael Simões.

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