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Pernambuco vive surto de esporotricose, doença que atinge gatos

Publicado em 14/06/2018 às 7:25 | Atualizado em 02/07/2018 às 10:52
Diagnóstico rápido e tratamento salvam a vida dos gatos. Fotos: Pixabay
FOTO: Diagnóstico rápido e tratamento salvam a vida dos gatos. Fotos: Pixabay
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Pernambuco tem registrado um alto número de casos, em 2018, de gatos com esporotricose, micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrix schenckii. De acordo com a DrogaVET, responsável por manipulação de medicamentos veterinários, houve um crescimento de quase 500% no número de pedidos do itraconazol no estado entre janeiro e maio.

Um dos motivos relacionados a esse aumento do registro da doença pode ser a alta taxa de nascimentos de gatos no estado. Além de outros animais, a esporotricose pode atingir humanos.

“A doença raramente é grave em humanos, mas pode gerar lesões severas nos gatos, especialmente na cabeça, atacando progressivamente a pele, os músculos, ossos e, em casos mais graves, até os órgãos internos, resultando em óbito do animal”, afirma Andressa Felisbino, veterinária da DrogaVET.

O antifúngico indicado para o tratamento da doença nos pets pode ser manipulado. Há opção de cápsulas, pasta oral, suspensão ou xarope em sabores que os gatos gostam. Isso pode facilitar na hora de dar a medicação.

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Prevenção

A veterinária explica que manter limpeza e higiene nos locais em que gatos frequentam é fundamental na prevenção da doença. Por ser um fungo, o Sporothrix schenckii prefere lugares quentes e úmidos para se desenvolver. Manter o ambiente e a caixa de areia do gato sempre limpos e arejados facilita na não contaminação.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) lançou, em 2017, um material para informar a população sobre a esporotricose. Na época, o objetivo era entregar folders explicativos sobre o fungo, sintomas, manifestações clínicas no homem e no gato, diagnóstico e tratamento, além de dicas de prevenção. 

Em 2016, a SES implementou a vigilância da doença com a notificação de casos, diagnóstico laboratorial e oficinas de trabalho para definir diretrizes e fluxos com municípios. O diagnóstico pode ser clínico, que é o reconhecimento da lesão, ou laboratorial, quando se identifica o fungo. O diagnóstico e as análises laboratoriais em humanos na rede estadual são feitos no Laboratório de Endemias (Labend), unidade do Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE). No caso do animal, o Laben é responsável apenas pela análise laboratorial.

O blog Coisas de Pet também entrevistou a veterinária Daniela Ravetta sobre a doença.

Confira a entrevista com a veterinária Daniela Ravettta

Coisas de Pet: Esse é o primeiro surto de esporotricose em Pernambuco?
Daniela Ravetta: Não, há uns 3 anos vivenciamos um surto, mas não com a intensidade do atual.

CdP: Além da castração, que medida de prevenção é efetiva no combate à doença?
DR: Higiene e limpeza podem ser considerados importantes métodos preventivos, pois o Sporothrix schenckii é um fungo, e como tal, adora lugares quentes e úmidos para se desenvolver. Mantenha o ambiente e a caixa de areia do seu gato sempre limpos e arejados! Na verdade a castração* em si não previne a doença, o que previne é evitar o acesso do gato à rua. Gatos semidomiciliados são um grande problema no controle dessa enfermidade. Quando tem acesso ao ambiente externo, além de aumentar as chances de contato do felino com o Sporothrix schenckii por si só, podem haver brigas entre os animais, e feridas na pele são portas de entrada do fungo. Lugar de gato é dentro de casa!

CdP: Os danos causados pela esporotricose são graves nos gatos? Eles podem morrer com a doença?
DR: Sim, são muitos graves. É uma doença severa, dolorosa, na maioria das vezes de rápida progressão e pode se tornar incompatível com a vida quando o tratamento não é instituído. Vale lembrar que estamos falando de uma zoonose, ou seja, ela pode ser transmitida aos seres humanos. Os tutores devem usar luvas descartáveis ao tratar o animal enfermo.

CdP: Há registro de outros animais contaminados com a doença?
DR: Sim, mas ela é mais comum nos gatos.

CdP: O tratamento com a medicação leva em média quanto tempo para curar o gato?
DR: Isso depende de muitos fatores: tipo da esporotricose (cutânea, cutâneo-linfática, disseminada), intensidade e gravidade da doença, imunidade e condição geral do animal acometido, etc. Mas em média de 30 a 60 dias são suficientes.

CdP: Somente a medicação é efetiva no tratamento ou existem outras maneiras de tratar?
Somente medicação, de preferência associando 2 antifúngicos sistêmicos (administrados por via oral) e medicação tópica. Quanto mais rápido o diagnóstico e início do tratamento, maiores as chances de sucesso.

*A castração pode ser considerada preventiva porque costuma mudar o hábito do felino tornando-o mais caseiro, mas um gato castrado não está imune a esporotricose.

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