Desde que os casos do novo coronavírus (covid-19) explodiram no mundo, cientistas se dedicam a encontrar a origem e a cura da doença. Algumas associações foram feitas entre o surto do coronavírus humano (SARS-CoV-2)e os tipos de coronavírus observados em animais de companhia e de produção. Uma relação que, segundo veterinários, não é verdadeira.
Os coronavírus pertencem à família Coronaviridae. Nessa família, temos os gêneros Alfa e Betacoronavírus, que geralmente infectam mamíferos, enquanto os Gama e Deltacoronavírus geralmente infectam pássaros e peixes. O coronavírus canino, que pode causar diarreia, e o coronavírus felino, que pode causar peritonite infecciosa felina (PIF), são ambos Alfacoronavírus. Estes já são conhecidos há décadas e não são transmitidos aos seres humanos.
O coronavírus bovino (BCov), que pode causar diarreia nos animais, e o Gamacoronavírus, que pode causar bronquite infecciosa das galinhas (BIG), são também conhecidos há muitos anos, não são transmitidos aos seres humanos e não estão associados ao atual surto de coronavírus.
Alerta
O uso indevido de produtos veterinários destinados à prevenção do coronavírus, tanto para animais de companhia e de produção, em quaisquer espécies fora da indicação oficial contida em suas bulas, pode ocasionar graves reações adversas.
“As vacinas veterinárias são indicadas apenas para aplicação em animais, conforme indicado em bula, e contêm cepas do coronavírus específicas para cada espécie. Os coronavírus animais, apesar de pertencerem à família Coronaviridae, não são relacionados ao atual vírus humano que causa a COVID-19 (SARS-CoV-2). Portanto, não faz o menor sentido injetar em seres humanos uma vacina destinada a cães para prevenir a COVID-19. Além de não funcionar, a vacina pode provocar reações adversas graves, como alergias, lesões no ponto de injeção e outros problemas sérios”, explica o médico-veterinário Alexandre Merlo.
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