Alisson Jerrar nunca foi multado

Publicado em 13/12/2011 às 11:40 | Atualizado em 13/12/2011 às 11:41
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Parece mentira, mas não é. Dois dos envolvidos num dos acidentes de maior repercussão do Recife envolvendo álcool e direção não foram sequer multados. Um deles, o estudante Alisson Jerrar, que está prestes a ser julgado por homicídio doloso (com intenção)  ao dirigir alcoolizado e matar no trânsito, não recebeu uma única multa pelo envolvimento no acidente. Em dezembro de 2008, o estudante teria avançado um semáforo em Boa Viagem e destruído a caminhonete que dirigia contra o Palio em que estavam a auxiliar de enfermagem Aurinete Gomes de Lima dos Santos, o marido e a filha dela. Aurinete morreu na hora, o marido teve ferimentos graves e a filha escapou por pouco. O caso teve reviravoltas e muita repercussão. O fato é que, apesar da violência do acidente, três anos depois não há nenhum tipo de notificação contra o estudante, que dirigia alcoolizado, o que ficou comprovado no teste de alcoolemia. Ele nunca foi multado, nem teve a CNH apreendida. Poderá, por determinação da Justiça, ter a habilitação suspensa ou até cassada, mas no Detran-PE não consta nada contra ele. Na teoria, é um motorista apto a dirigir livremente. Pelo menos até o julgamento, que ainda não tem qualquer previsão para acontecer. O  que se imagina é que os agentes da CTTU que estiveram no local do acidente, por volta das 6h do domingo 13 de dezembro, simplesmente não multaram o condutor. O marido de  Aurinete, Wellington Evangelista dos Santos, também escapou de ser autuado por dirigir mesmo sem possuir habilitação. Na época, ele não tinha CNH. Veio tirá-la somente em 2010, dois anos depois do acidente. Como ficou ferido e foi socorrido, também escapou da autuação. Embora o processo o tenha como vítima (ele teria passado no sinal verde, sendo surpreendido pela caminhonete), deveria ter sido multado porque cometeu uma infração gravíssima. Se for condenado num júri popular, é praticamente certo que Alisson Jerrar perca a permissão para dirigir por algum tempo ou definitivamente, mas o fato de não ter sido multado na época do acidente, de não ter que pagar uma ou várias multas pecuniárias é prova de que brechas têm sido deixadas pelos servidores públicos que chegam nos acidentes de trânsito. Sejam os agentes de trânsito, sejam os de saúde, como atendentes do SAMU e dos Bombeiros. Por isso, o caso deve servir de alerta. É preciso padronizar o atendimento, atuar em todas as frentes para evitar essas falhas. Não é à toa que entre a população costuma-se ensinar que, ao se envolver num acidente alcoolizado, é preferível se passar por vítima para ser levado a um hospital. Só assim se escapa dos testes de alcoolemia.

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