Um motorista, que por temer perseguição não quer ser identificado, levou um susto ao ir buscar o veículo de sua propriedade no depósito de Detran-PE, localizado às margens da BR-101. Ao chegar ao local, encontrou o carro danificado. Questionou um funcionário, depois outro, mas não obteve resposta. Como sempre, transferiram a responsabilidade de um para o outro. O motorista chegou a conversar com o setor responsável no Detran-PE, mas foi advertido que o caminho para ser ressarcido do prejuízo seria longo e difícil. E mais: que ele, ao ver o carro batido, não deveria tê-lo retirado do depósito. O funcionário que afirmou isso provavelmente não levou duas coisas em consideração: que o motorista precisava do veículo para ir e vir e que a permanência no depósito do Detran é paga e custa caro - são R$ 10,08 por dia e mais R$ 60,54 da taxa do reboque . Problemas com veículos apreendidos e rebocados para o depósito do órgão são mais comuns do que se pensa. Quando deixava o depósito, esse mesmo motorista encontrou outros dois, entre eles um motoqueiro, que tiveram equipamentos roubados dos veículos. O Detran-PE reconhece que há problemas e que é importante as vítimas denunciarem quando prejudicadas para que a empresa de vigilância terceirizada seja cobrada. Mas lembra que o percentual de danos é baixo. Diz que dos 1.575 veículos apreendidos pelos agentes do Detran, BPTRan e CTTU,  apenas 15 (1% do total) apresentaram algum tipo de avaria. E, de acordo com o órgão, os danos foram ressarcidos aos proprietários que formalizaram as reclamações, totalizando R$ 7.100. Mas a questão é que, muita gente, como o motorista que fez a denúncia, desiste de seguir em frente.