Parklet instalado por arquitetas em dezembro de 2013, no Bairro do Recife, e que foi retirado pela Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano
A iniciativa da Prefeitura do Recife de criar o primeiro parklet da cidade na Rua do Futuro - espaço temporário de lazer instalado sobre vagas de estacionamento em espaços públicos antes destinados unicamente aos automóveis - tem sido bem recebida pela população, especialmente por arquitetos, urbanistas, ciclistas e pedestres, embora desagrade aqueles que defendem o uso do automóvel para tudo. Mas é preciso que o primeiro parklet do Recife não seja apenas para "sair bem na foto", ou seja, fique apenas naquele, instalado ao lado do mais elitizado e utilizado parque da cidade, o da Jaqueira, na Zona Norte da capital.
A Prefeitura do Recife PRECISA avançar na proposta. Deveria ter em mãos o decreto que define as regras para instalação de parklets na cidade, já que os equipamentos são, em sua concepção original, para serem adotados, principalmente, pela iniciativa privada, embora sejam espaços públicos. A legislação estaria sendo elaborada, segundo os assessores do município. É importante que saia logo para que o projeto não caia no descrédito, até porque, em dezembro do ano passado, duas arquitetas chegaram a instalar um parklet em frente à sua loja, na Rua Alfredo Lisboa, no Bairro do Recife, e o equipamento foi retirado pela prefeitura.
Elas ainda insistiram na ideia e não terminaram multadas pelo controle urbano porque conversaram com jeitinho. Acreditando na proposta dos parklets - criados em San Francisco (EUA) e disseminados no Brasil pela cidade de São Paulo (que possui três e criou legislação própria) - as arquitetas chegaram a apresentar o projeto na Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano, que o rejeitou. O argumento foi de que os parklets não eram prioridade para o município, preocupado na época em resolver os problemas da ordenação dos ambulantes na cidade.
Dez meses depois, a mesma prefeitura lança o projeto, com a diferença de que pela Secretaria de Turismo e Lazer e, não, pela Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano, que rejeitou o que poderia ter sido o primeiro parklet do Recife. Tudo bem que o equipamento feito pelas arquitetas não seguia os padrões de segurança e acessibilidade do criado pela prefeitura - de segurança e acessibilidade. Mas a ideia foi completamente ignorada. "Aprovamos a ideia dos parklets e não queremos de forma alguma bater de frente com a prefeitura. Mas é importante que a proposta avance e estimule outros empreendedores a instalar os espaços pela cidade. Por isso é importante a legislação. Queremos que a sociedade se aproprie do projeto e que possamos espalhar parklets pela cidade", defende a arquiteta Patrícia Quintella.
Confira
AQUI post completo sobre o primeiro parklet do Recife