Ciclistas ainda sem vez na Região Metropolitana do Recife
Publicado em 09/04/2015 às 7:00
| Atualizado em 18/06/2015 às 1:56
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Os ciclistas da Região Metropolitana do Recife podem esperar sentados porque nem tão cedo irão ver qualquer tipo de investimento em infraestrutura viária para as bicicletas. Implantar ou ampliar a malha ciclável do Grande Recife ficará, com sorte, para 2016. Em 2015 nada será feito porque a prioridade do governo de Pernambuco é finalizar as obras de mobilidade pendentes, como os corredores de BRT (Bus Rapid Transit) que se arrastam há dois anos. Na prática, o Estado e as prefeituras estão descumprindo metas do Plano Diretor Cicloviário (PDC), lançado em 2013 pelo governador Eduardo Campos, com o compromisso de implantar 549 quilômetros de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas em dez anos, sendo 100 quilômetros até o ano passado.
O descumprimento do PDC irritou a Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo), que promete acionar o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para formalizar uma ação civil pública contra o governo do Estado. Os questionamentos da entidade foram feitos à Secretaria das Cidades até pelas redes sociais. “O cronograma do plano previa investimentos de mais de R$ 100 milhões em infraestrutura somente em 2014 e 2015. Nada foi feito. Eles estão descumprindo o PDC completamente. Estão fazendo apenas uma ou outra ação educativa, mas infraestrutura que é o importante nem ouvimos falar. A ciclovia e a ciclofaixa é que educam. Mas não fazem porque exige trabalho, desgaste e dinheiro. Estão fazendo o que dá menos trabalho, o que é mais fácil, que é a educação. Nem campanha temos visto nas ruas. Essa é a verdade”, ataca o coordenador geral da Ameciclo, Cezar Martins.
Casa em Cajeuiro Seco aluga vagas para bicicletas por R$ 1,50 o dia. Fotos: Roberta Soares
De fato, o que o ciclista argumenta tem fundamento. Basta olhar o PDC para comprovar. Das cinco metas previstas no plano, apenas duas – educação e gestão – estão sendo plenamente cumpridas. A primeira com o treinamento de 3 mil motoristas de ônibus para respeitar a distância de 1,5 metro dos ciclistas e a capacitação de 2.460 instrutores dos Centros de Formação de Condutores (CFCs). E a segunda com a criação e o salário dos funcionários do Escritório da Bicicleta de Pernambuco, responsável por gerir o Programa Pedala PE e executar o PDC. As outras metas – infraestrutura e campanhas –, exatamente as mais difíceis, estão pendentes. Legislação, a quinta meta, também foi concluída com a criação do PDC. Nem custo orçado possui.
Apesar da revolta e ameaças da Ameciclo, o governo do Estado explicou, com muita tranquilidade, que não irá investir na ampliação da malha ciclável este ano. Somente a partir de 2016. “Infelizmente. A prioridade da Secretaria das Cidades é concluir as obras de mobilidade que ficaram pendentes, que são os corredores de BRT, incluindo os terminais integrados e o Túnel da Abolição. Não fizemos nada em 2014 em relação à infraestrutura, mas em 2015 já assinamos o contrato para requalificação da ciclovia da PE–15. As obras não começaram porque muitos imóveis que invadiram o equipamento não foram retirados pela Prefeitura de Olinda. Também estaremos construindo um bicicletário ao lado da Estação Cajueiro Seco do metrô e instalando bicicletas fixas nos pátios das unidades do Detran para as provas dos futuros motoristas”, argumentou a coordenadora do Escritório da Bicicleta de Pernambuco, Rosaly Almeida.
MUITOS LUCRAM COM A FALTA DE INFRAESTRUTURAS PARA AS BICICLETAS
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