Recife ganha mais uma Ghost Bike, infelizmente! #TemosQueSerTodosHélio

Publicado em 31/03/2017 às 21:22 | Atualizado em 17/04/2017 às 21:35
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  Foto: Denis Meneses/Facebook Foto: Denis Meneses/Facebook   Do JCOnline Cicloativistas realizaram um ato na noite desta sexta-feira (31), em protesto contra a morte do engenheiro Hélio Almeida Araújo, 64. O ciclista foi atropelado por um ônibus no último dia 21 e teve a morte cerebral confirmada pela família no dia seguinte. Ele andava de bicicleta pela Rua dos Palmares, na área Central do Recife, quando foi atingido pelo coletivo. No local deveria ter uma ciclovia, prevista no Plano Diretor Cicloviário da RMR (PDC), concluído há três anos e sem ter sido implantado.
Eu já chorei muito. Mas estou bem, na medida do possível. Quero transformar isso num ato político pela morte de tantos ciclistas. Hélio já está morto, não volta mais. Mas não pode ser mais uma morte em vão", disse Adriane, em referência ao ato organizado pela Ameciclo (Associação dos Ciclistas) em parceria com a família", Adriane Barbosa, mulher do ciclista
  O grupo, formado por cem pessoas, foi até o local e deixou o esqueleto de uma bicicleta pintado de branco, conhecida como Ghost Bike, para marcar o local onde o acidente ocorreu. "Essa bicicleta vai ficar aqui para simbolizar a morte do Hélio e o contexto de violência no trânsito que vivemos. É um momento de homenagem a Hélio e aos familiares dele", declarou o cicloativista Pedro Santos. Segundo a esposa do ciclista Hélio Almeida de Araújo, Adriane Barbosa, a colisão foi por volta das 5h, horário em que o engenheiro costumava pedalar para evitar o trânsito intenso nas ruas do Recife. "Ele pedalava no começo da manhã por ter menos movimento. Era o exercício diário dele", afirmou. Foto: Ameciclo Foto: Ameciclo   "Eu já chorei muito. Mas estou bem, na medida do possível. Quero transformar isso num ato político pela morte de tantos ciclistas. Hélio já está morto, não volta mais. Mas não pode ser mais uma morte em vão", disse Adriane, em referência ao ato organizado pela Ameciclo (Associação dos Ciclistas) em parceria com a família. LEIA MAIS Temos que ser todos Hélio, o ciclista morto no Recife Hélio foi atingido por um ônibus enquanto pedalava pela Rua dos Palmares, perto do Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape). Ele foi socorrido por agentes (não se sabe se eram Policiais Militares ou Guardas Municipais) e encaminhado primeiramente para o Hospital da Restauração e, depois, para o Hospital Santa Joana. A Polícia Civil comentou, por meio de nota, que o boletim de ocorrência foi feito na Delegacia do Espinheiro, Zona Norte da capital e, depois, encaminhado para a Delegacia de Polícia de Delitos de Trânsito (DPDT). Na mesma nota, ainda afirmam que o Centro Integrado de Operações de Defesa Social (CIODS) foi acionado para buscar imagens das câmeras de segurança próximas ao local do crime, para ver se há material que ajude na elucidação do caso. "O delegado também aguarda o laudo do IML. A família e testemunhas serão ouvidas em breve.", conclui a nota. jc-cid0326_roberta_blog A assessoria de imprensa do hospital não foi autorizada a comentar o assunto, mas Adriane, a esposa, contou ao JC que o cérebro de Hélio sofreu danos: "A pancada foi muito violenta. Deslocou o cérebro para um lado só da caixa craniana". Outros familiares relataram que o capacete que Hélio usava ficou rachado, tamanha a força. Hélio teve morte cerebral decretada às 19h dessa quarta-feira (22), após sair de um coma induzido. A família autorizou a doação dos órgãos. O corpo do ciclista, no entanto, continua retido no Instituto Médico Legal (IML). A Prefeitura do Recife, por meio da Autarquia de Trânsito e Transporte (CTTU) enviou nota, comentando que "tem realizado um trabalho contínuo para proporcionar uma circulação mais segura para a população". Nesta semana, um dos atos da CTTU foi retirar 42 vagas de estacionamento tipo Zona Azul da Praça da República, no Centro, para ajudar na implantação da primeira etapa do Eixo Estruturador Cicloviário.

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