Com vocês, o novo sistema Bike PE

Publicado em 29/05/2017 às 8:00 | Atualizado em 13/07/2018 às 12:07
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Sistema vai ser semelhante ao de Nova York, só que na cor laranja e com o patrocínio do Itaú. Fotos: Divulgação   O sistema público de aluguel de bicicletas Bike PE está com novo operador e muitas promessas. Sai a Samba, do grupo pernambucano Serttel, e entra a Tembici., de São Paulo, nascida como a empresa Compartibike. Desde o dia 12 de maio, ela é a nova parceira do Itaú, patrocinador do projeto em boa parte do Brasil. A mudança atinge outros sistemas de bicicletas compartilhadas, como os do Rio de Janeiro (Bike Rio), São Paulo (Bike Sampa), Porto Alegre (Bike Poa), Salvador (Bike Salvador) – patrocinados pelo Itaú –, e os de Manaus (Manô Bike), Belém (Bike Belém), e de Santos (Bike Kids), que têm outros financiadores privados. Mas o que importa tudo isso? Na prática, significa que as coisas vão melhorar. Ou pelo menos deverão. A expectativa, tanto do secretário de Turismo de Pernambuco, Felipe Carreras – principal defensor do projeto desde o início, quatro anos atrás, ainda sob gestão da Secretaria Estadual das Cidades, quanto de quem entende de bicicleta (Ameciclo) e dos próprios operadores, é de que tempos melhores chegaram. Passado o tempo de transição – previsto para durar 90 dias – os usuários do Bike PE desfrutarão de um sistema confiável, eficiente, confortável, prático e, principalmente, moderno tecnologicamente. O discurso é de adeus aos transtornos diários e às falhas constantes que fazem parte, insistentemente há mais de um ano, do Bike PE. Quem é usuário entenderá o que digo.   As estações terão totens para os usuários comprarem passes avulsos, inclusive utilizando cartões de crédito ou débito   As vantagens da nova operação são muitas e vão beneficiar demais os usuários dos sistemas que agora passam a ser controlados pela Tembici. Pelo menos é o que garante o secretário Felipe Carreras. O Blog De Olho no Trânsito ouviu a Ameciclo (Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife), que conheceram de perto o sistema e essa também é a expectativa deles. “As bicicletas são maravilhosas. Agora, de fato, teremos um sistema confiável, eficiente, seguro e moderno. Essa é a expectativa”, aposta o coordenador de comunicação da Ameciclo, Roderick Jordão, que esteve em São Paulo, com outros integrantes da associação, para conhecer o projeto.
Os usuários do Bike PE podem ficar tranquilos porque eles terão um novo sistema muito melhor do que o atual. Será uma grande evolução. Haverá uma fase de transição para que os novos operadores possam ir fazendo a migração do sistema, mas em agosto, no máximo, as mudanças já serão percebidas. E com elas a população terá uma outra percepção do Bike PE", Felipe Carreras, secretário de Turismo de PE
  Vamos tentar, então, relacionar algumas dessas vantagens: * As bicicletas são mais robustas, seguras e confortáveis. Terão luzes reflexivas, bancos mais reguláveis para usuários mais altos, por exemplo, e bagageiros integrados e mais adaptáveis – incluindo extensores elásticos para prender objetos. * O sistema será como o bike share de Nova York, só que na cor laranja, já que o patrocinador é o Itaú. As estações são todas moduladas e, não mais, uma estrutura única, como é atualmente. Cada bicicleta fica acoplada em um dock (caixa) próprio. Ou seja, a liberação das bikes é individualizada. No sistema atual, é um totem único que comanda a liberação de todas as bicicletas ofertadas na estação, aumentando as chances de falhas. * Os usuários não ficarão mais reféns do uso de cartões de crédito para fazer o cadastro. As estações terão totens para os usuários comprarem passes avulsos, inclusive utilizando cartões de crédito ou débito. O uso do VEM (Vale Eletrônico Metropolitano) permanece.   Várias cidades no mundo têm sistemas com a mesma tecnologia. Uma das vantagens é que será possível ter outros patrocinadores privados   “Os usuários do Bike PE podem ficar tranquilos porque eles terão um novo sistema muito melhor do que o atual. Será uma grande evolução. Enfrentamos uma fase difícil de mudança de operador, mas agora está tudo definido e as melhorias estão só começando. Haverá uma fase de transição para que os novos operadores possam ir fazendo a migração do sistema, mas em agosto, no máximo, as mudanças já serão percebidas. E com elas a população terá uma outra percepção do Bike PE”, garantiu Felipe Carreras. LEIA MAIS O exemplo da ciclomobilidade que vem de Fortaleza A mudança não será apenas na qualidade do material oferecido, mas na estratégia de desenvolvimento do projeto. A proposta é o adensamento das estações, aproximando umas das outras para que a utilização seja maior. Por serem modulares, as estações com maior uso poderão oferecer mais bicicletas. “Essa é a lógica do compartilhamento de bicicletas. Quanto mais próximas estão as estações, mais pessoas as utilizam. O ideal é que estejam a uma distância de até 400 metros uma das outras. Assim, usuários em potencial deverão aderir ao sistema”, diz Daniel Valença, outro representante da Ameciclo que esteve em São Paulo conhecendo o projeto.   Cada bicicleta fica acoplada em um dock (caixa) próprio. Ou seja, a liberação das bikes é individualizada, o que minimiza as falhas   Outra novidade é que o projeto poderá ter outros parceiros privados, sem estar mais atrelado apenas ao Itaú. Empresas dos mais variados setores poderão adquirir cotas e patrocinar estações e bicicletas. Fortaleza (CE), por exemplo, já adotou esse modelo com o projeto Bicicleta Integrada, que tem quatro patrocinadores diferentes. Apesar das muitas promessas de ofertar um sistema mais eficiente, confiável e moderno, o maior desafio para o governo de Pernambuco e as prefeituras onde o Bike PE opera (Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes) continua sendo o mesmo: fazer a malha ciclável crescer e se conectar com as estações, o que não aconteceu até agora. Desafio principalmente para o secretário Felipe Carreras, que teve que tirar o projeto da Secretaria das Cidades para a tutela da pasta de Turismo sob o risco de morrer de inanição. A QUEDA DO BIKE PE Mudanças vêm em boa hora porque o Bike PE está definhando. Enfrenta problemas há mais de dois anos, mas há um ano encara o total descaso. Faltam bicicletas e as estações apresentam falhas constantemente. Opera, atualmente, com 20% da sua capacidade. Os números mostram a vergonha que virou o projeto em Pernambuco. Além de não ter se expandido, com a criação de uma malha ciclável para conectá-lo, o projeto tem reduzido. Das 80 estações instaladas em 2014, atualmente só 77 estão teoricamente em operação. A redução da oferta de bicicletas é o que mais impressiona. Das 800 que deveriam estar em operação, menos de 200 ainda são encontradas nas estações.   LEIA MAIS Projetos que priorizam a bicicleta sob risco em Pernambuco. Infelizmente Governo de PE recria Escritório da Bicicleta para dar gás à ciclomobilidade Nova rota de bikes será entregue neste domingo (23/4). Programe-se para pedalar! E o reflexo disso é a redução drástica no número de viagens: segundo o Trem Útil, ferramenta de monitoramento de serviços de aluguel de bicicletas, o Bike PE realizou apenas 203 viagens no dia 25/5, enquanto o Bike Fortaleza (Bicicletar) computou 1.755 viagens, sendo um sistema mais novo e com praticamente o mesmo número de estações. A situação é mais grave quando lembramos que o Bike PE já chegou a realizar quase 2 mil viagens por dia. Para se ter ideia da queda vertiginosa de viagens que o sistema vem sofrendo devido aos problemas técnicos, em novembro de 2016, mesmo já sob o efeito da má gestão, o Bike PE ainda conseguia ter uma média de 800 viagens por dia, enquanto o Bike Fortaleza realizava mais de 2 mil viagens. Situação triste e que precisa ser revertida. CONHEÇA A TEMBICI. A Tembici. é uma empresa especializada em soluções para mobilidade urbana, tendo como principal área de atuação o planejamento, a implantação e a operação logística de sistemas automatizados de bicicletas compartilhadas e de estacionamentos de bikes. Está presente em 17 cidades brasileiras, como Sorocaba, Uberlândia e Juiz de Fora. A Tembici. contabiliza 33 projetos e mais de 1,7 milhão de usuários desde sua fundação, em 2010. A SERTTEL FALA Confira o comunicado oficial da Serttel após deixar a operação do sistema de bike share Agora, o comunicado oficial divulgado pelo Itaú e a Tembici. “A Tembici. é uma empresa especializada em soluções para mobilidade urbana, tendo como principal área de atuação o planejamento, implantação e operação logística de sistemas automatizados de bicicletas compartilhadas e de estacionamentos de bikes. Presente em 17 cidades brasileiras, como Sorocaba, Uberlândia e Juiz de Fora, a tembici. contabiliza 33 projetos e mais de 1,7 milhão de usuários, desde sua fundação em 2010. “Temos a bicicleta como nossa aliada. Com qualidade, eficiência e informação por meio de tecnologia, viabilizamos projetos para que as pessoas possam ir e vir livremente, transformando seu olhar e sua relação com a cidade”, diz Tomás Martins, CEO da tembici.   A situação atual do Bike PE é essa: total abandono. Atualmente, opera com apenas 20% de sua capacidade. Foto: Ashley Melo/JC Imagem   Em 12 de maio, a Tembici. cresceu, adquiriu a Samba Transportes Sustentáveis e, com isso, assumiu, também, a operação dos sistemas de compartilhamento de bicicletas Bike Sampa, Bike Rio, Bike Poa, Bike PE e Bike Salvador, patrocinados pelo Itaú, além do Manô Bike, em Manaus, e Bike Belém, que tem a chancela da HapVida, e do Bike Kids, em Santos, em parceria com a Danoninho. Um mapeamento detalhado está sendo realizado pelas equipes de campo a fim de trazer melhorias aos usuários dos projetos. "Nossa operação é totalmente focada no ciclista que pedala nossas bicicletas. Para isso, priorizaremos a manutenção nas novas praças, a distribuição inteligente nas estações e o bom atendimento ao cliente. Os próximos 90 dias serão de muito trabalho e desafios no trajeto, pois sabemos que as bicicletas fazem parte do dia a dia das pessoas, facilitando trajetos e conectando destinos", explica Mauricio Villar, COO da Tembici. “Acreditamos que a mudança será muito positiva para o aprimoramento da qualidade do serviço disponibilizado à população e para a consequente incorporação da bike como meio de transporte por mais pessoas. Conhecemos a tembici de outros projetos e eles têm feito um excelente trabalho. Juntos iremos levar a experiência de bike sharing no Brasil para outro patamar”, afirma Luciana Nicola, superintendente de Relações Governamentais e Institucionais do Itaú Unibanco.     Além do compartilhamento de bicicletas urbanas e elétricas e dos bicicletários em espaços públicos ou privados, a Tembici. idealizou a plataforma de e-commerce Ibike. A iniciativa, em parceria com o Itaú, incentiva o uso das bikes como um modal de transporte, comercializando bicicletas a um custo mais acessível. Durante um passeio pelo site, o usuário pode conferir, antes de iniciar a compra, qual o modelo ideal de bicicleta para o seu perfil. Os projetos públicos Integrabike (Sorocaba), Rivibike (Bertioga), Ecobike (Indaiatuba), em São Paulo; Unimed Bike (Juiz de Fora) e Udibike Uberlândia, em Minas Gerais; e Azulzinhas, em Salvador, Bahia, foram desenvolvidos e são operados pela tembici. Já os projetos Bike Cubo, Rochaverá, Bike Adahio, em São Paulo, e Bike Golsat, em Londrina, Paraná, foram criados especialmente para atender à demanda privada coorporativa, incentivando os colaboradores a usarem a magrela como meio de transporte rápido, eficiente e sustentável. Rede Hoteleira, como o Bike Turista, em Salvador, e Condomínios residenciais, como Jardim das Perdizes, em São Paulo, e Bike Csul, em Nova Lima, Minas Gerais, também Tembici”.

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