Bike PE, enfim, entra em operação plena no Grande Recife

Publicado em 05/05/2018 às 9:00 | Atualizado em 13/07/2018 às 16:37
Fotos: Filipe Jordão/JC Imagem
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Agora são 800 bicicletas nas 80 estações instaladas no Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes. Fotos: Filipe Jordão/JC Imagem   Depois de oito meses de espera e com cinco meses de atraso, o Bike PE, projeto metropolitano de compartilhamento de bicicletas públicas, finalmente está em operação plena. São 80 estações instaladas no Recife (68 estações), Olinda (7 estações) e Jaboatão dos Guararapes (5 estações), na Região Metropolitana, com 800 bicicletas e 1.600 vagas – 640 vagas a mais do que o mínimo exigido em contrato. Além disso, o Bike PE vai ser expandido a partir do próximo semestre, ganhando novos patrocinadores além do Banco Itaú, que financia o projeto em cinco cidades brasileiras – o Recife desde 2013. A meta é, com isso, ampliar o número de estações nas cidades que já fazem parte do Bike PE – como Olinda e Jaboatão –, e alcançar outras duas: Cabo de Santo Agostinho e Paulista, no Sul e Norte do Grande Recife, respectivamente. Até o fim de abril o sistema estava operando com apenas metade das bicicletas prometidas pela operadora, a paulista Tembici., que utiliza a tecnologia canadense PBSC. No lugar das 800 prometidas, apenas 432 bikes estavam à disposição dos usuários. O atraso, segundo a Secretaria de Turismo do Estado, gestora do projeto, tinha sido motivado pela retenção de material pela Receita Federal do Brasil. A apreensão dos equipamentos do Bike PE, entretanto, já aconteceu outras vezes, ainda no início da mudança da tecnologia do projeto (segundo semestre de 2017), já que os equipamentos vêm do Canadá. “Mas, pela primeira vez, desde que o Bike PE começou, ainda em 2013, que o projeto chega a 800 bicicletas. Antes, nunca tivemos esse estoque de bikes porque o número de vagas nas estações era bem menor, o que impossibilitava o uso de todas as unidades porque não havia espaço para devolvê-las. Como agora, pelo modelo de operação adotado pela Tembici., temos um número bem maior de vagas, podemos disponibilizar todas as bicicletas”, explica Jáson Torres, gerente de Ciclomobilidade da Secretaria de Turismo de Pernambuco. A entrega das bicicletas terminou no dia 30 de abril, segundo cronograma oficial, quando 182 bikes foram disponibilizadas para uso. Anteriormente, nos dias 26 e 27, outras 190 tinham sido entregues. NOVOS PATROCINADORES A chegada de novos patrocinadores para o projeto começou a ser negociada entre o Estado e o Banco Itaú agora, depois que a operação do sistema foi efetivamente concluída. Segundo a secretária de Turismo de Pernambuco em exercício, Manuela Marinho, já há interessados em patrocinar o projeto. Conversa com esses potenciais parceiros está prevista para acontecer em julho. “Esse prazo é exatamente para que o Bike PE ganhe robustez e tenha números atrativos para patrocínio. Como estávamos com menos bicicletas, não podíamos ter a dimensão real da capacidade de viagens, mas agora será possível”, argumentou.
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Fotos: Filipe Jordão/JC Imagem
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Antes do novo sistema, segundo o Estado, eram realizadas menos de 20 mil viagens por mês no sistema. Até março deste ano, essa quantidade já havia aumentado para 25 mil viagens/mês e, agora, a meta é alcançar 80 mil viagens/mês. A proposta de trazer novos patrocinadores é permitir a ampliação do sistema no Grande Recife, já que o Itaú deixou claro, ainda na época da renovação do projeto, que não iria ampliar os investimentos. “Queremos ocupar as áreas que perderam estações porque a Tembici. teve que relocá-las para que ficassem mais próximas umas das outras, potencializando a utilização, e chegar a Paulista e ao Cabo de Santo Agostinho, duas cidades que temos conversado e que planejam implantar e ampliar a estrutura cicloviária existente”, afirma Jáson Torres. MUDANÇAS Na mudança de tecnologia – saindo da pernambucana Serttel para a paulista Tembici. –, o Bike PE passou por algumas alterações que não estavam previstas no chamamento público de 2016 e que, de certa forma, prejudicam os usuários do sistema. Como exemplo, o aumento de 100% no valor do passe mensal, que saiu de R$ 10 para R$ 20, e o não cumprimento da gratuidade da anuidade para quem tem os cartões VEM Trabalhador e Comum, este último nunca integrado ao projeto. LEIA TAMBÉM Bike PE está funcionando com metade das bicicletas prometidas Bike PE não cumpre cronograma de novas estações e fica para 2018 Novo Bike PE chega à Zona Sul do Recife. Tire suas dúvidas sobre o serviço Saiba tudo sobre o novo Bike PE, que está de volta às ruas do Grande Recife No chamamento público de 2016 era condicionante para a empresa vencedora a cobrança do passe mensal no valor máximo de R$ 10 e a exigência de gratuidade para os cartões VEM Trabalhador e Comum. A explicação da Secretaria de Turismo foi que houve necessidade de promover ajustes nos contratos porque, da forma como estavam, iriam comprometer a eficiência do Bike PE. Por isso, foram feitos dois aditivos. “De fato, o passe subiu para R$ 20, mas antes não tínhamos os passes diários e de três dias. Em relação à gratuidade dos VEMs, nunca implementamos o VEM Comum porque não há como fazer um cadastro dos usuários. E, no caso do VEM Trabalhador, cancelamos a gratuidade porque ela iria onerar o custo de todos os passes. Além do mais, entendemos que o trabalhador tem renda, enquanto o estudante não possui. Por isso foi mantido apenas a gratuidade do VEM Estudantil”, explica Jáson Torres. No entendimento da Secretaria de Turismo, o uso do Bike PE pelo trabalhador deveria ser negociado entre empregadores e empregados atrelando o uso da bicicleta aos descontos dados no vale-transporte.

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