Não basta apenas usar o capacete. É preciso usá-lo da forma correta

Publicado em 21/05/2018 às 22:00 | Atualizado em 13/07/2018 às 16:34
Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
FOTO: Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
Leitura:
  Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem   Não basta usar o capacete quando estiver conduzindo uma motocicleta. É preciso utilizá-lo da forma correta e escolher o modelo que mais e melhor protege o condutor no caso de acidentes. Esse é o mote do alerta que o Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial (CBCTBMF) está realizando no País nesse finzinho de maio, mês no qual acontece o Maio Amarelo, movimento criado para combater a violência no trânsito. O equipamento utilizado corretamente diminui em 72% o risco e a gravidade de lesões e em 39% a probabilidade de mortes de motociclistas. Ou seja, razões não faltam para fazer o certo.  
O melhor é o capacete fechado. Ele protege o crânio e a face do piloto, evitando as lesões e reduzindo a gravidade quando elas acontecem. Já o capacete aberto expõe o maxilar e não protege a face como deveria. O motociclista fica muito mais exposto quando opta por um modelo desses”, Gabriela Porto, médica
Em Pernambuco, um dos Estados brasileiros que receberam a campanha, blitzes educativas estão sendo feitas na Região Metropolitana do Recife. Nelas, que acontecem com o apoio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PE), os motociclistas são parados e orientados sobre a importância do uso correto do capacete e, também, de luvas, protetores de joelho e cotovelo e, principalmente, sobre o uso de sapatos fechados no lugar de dirigir descalços. “É muito comum vermos motociclistas utilizando os capacetes abertos. Talvez seja uma opção mais frequente no Nordeste devido ao calor, mas não é o equipamento que oferece a melhor proteção. O melhor é o capacete fechado. Ele protege o crânio e a face do piloto, evitando as lesões e reduzindo a gravidade quando elas acontecem. Já o capacete aberto expõe o maxilar e não protege a face como deveria. O motociclista fica muito mais exposto quando opta por um modelo desses”, alerta a médica Gabriela Porto, coordenadora do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial em Pernambuco. Além do alerta da escolha pelo capacete fechado, a médica destaca a importância de estar sempre com o capacete atacado na jugular. Desobedecer essa regra, aliás, é prática comum entre motoqueiros. “Muitos simplesmente colocam o capacete na cabeça e pronto. Usam para evitar a multa, não porque querem estar protegidos. Por isso é fundamental que o equipamento esteja preso, atacado. Quando isso não acontece, ele facilmente sai da cabeça do piloto e é como se houvesse nenhuma proteção nos acidentes. O motoqueiro cai com a cabeça e a face, provocando lesões seríssimas”, ensina Gabriela Porto. As recomendações da médica se justificam quando se analisa os números de acidentes envolvendo os motociclistas. Pernambuco enfrentou, em 2017, 30 mil acidentes com motos no Estado. Uma estatística crescente nos últimos anos. Além disso, o trânsito brasileiro é considerado um dos piores e mais violentos do mundo e, na medida em que aumenta o número de veículos em circulação, aumentam as vítimas de acidentes. No Brasil, existem mais de 14 milhões de motocicletas em circulação, o que corresponde a 25% da frota nacional. Dados do Ministério da Saúde de 2017 mostram que os acidentes de trânsito foram responsáveis pela morte de 34,8 mil pessoas, sendo que 1/3 delas – 12 mil pessoas – eram motociclistas. No mesmo ano, foram registradas 95.314 internações de motociclistas, resultando em um gasto de R$ 127 milhões, 50% do total com internações de vítimas de acidente de transporte terrestre no Sistema Único de Saúde (SUS). Os acidentes com ciclistas também mostram um panorama grave: em 2017, 10.764 ciclistas foram internados por acidentes de trânsito no Brasil, ou seja, uma média de 30 internações por dia .

Últimas notícias