Bike PE chega aos cinco anos com utilização 168% maior

Publicado em 31/05/2018 às 11:40 | Atualizado em 16/08/2018 às 13:18
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O melhor do sucesso do Bike PE: 70% das viagens tem acontecido durante a semana, o que mostra a força da bicicleta como transporte. Fotos: Felipe Jordão/JC Imagem   O projeto de aluguel de bicicletas públicas, o Bike PE, está completando cinco anos de operação na Região Metropolitana do Recife cercado de números positivos. Um ano depois de vivenciar uma evolução tecnológica – adotando a tecnologia da canadense PBSC, que opera sistemas no mundo inteiro –, o projeto registra um crescimento de 168% na utilização das bicicletas. Além disso, teve um pico de uso durante a crise do combustível em todo o País. Em Pernambuco, chegou a registrar na semana passada 30% mais viagens do que a média semanal e um aumento de 140% no total de cadastros. Na compra dos passes diários, o crescimento foi impressionante: 338%, um aumento estimulado pela promoção criada nacionalmente devido aos dias de desabastecimento de reduzir os passes diários de R$ 8 para R$ 0,10.
As pessoas começaram a perceber que podem confiar no serviço. Que vão chegar na estação e encontrar as bicicletas. Que vão conseguir retirá-las sem dificuldade e que terão espaço para devolvê-las. Isso muda tudo”, Tomas Martins, CEO da Tembici
  E, no caso do Bike PE, há outra característica que o diferencia positivamente dos outros projetos no País. A utilização das laranjinhas acontece, majoritariamente, de segunda a sexta-feira, o que evidencia o uso do sistema como meio de transporte e, não, apenas de lazer. Segundo os números do Banco Itaú Unibanco, financiador do projeto, e da paulista Tembici., quem opera o sistema, 70% das viagens no Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes – a capital com 68 estações e essas duas últimas cidades com sete e cinco estações, respectivamente – acontecem durante a semana. “A utilização aos domingos e feriados continua sendo grande, o que é esperado pela disposição das pessoas em usar a bicicleta como lazer. Mas esse uso durante a semana impressiona. Fortalece a bicicleta como modal de transporte, algo que as cidades precisam e que nós acreditamos e incentivamos”, afirma Tomas Martins, CEO da Tembici. Vale ressaltar que o sistema de compartilhamento de bicicletas do Grande Recife é o único do País que tem integração com o transporte público. Quem tem o VEM Estudante não paga pelo uso das laranjinhas. Até o ano passado, antes da entrada da Tembici. como parceira do Itaú, a gratuidade era estendida ao VEM Trabalhador, mas a integração foi cortada sob o argumento de manter a rentabilidade do projeto. Segundo levantamento da Tembici, em abril de 2017 foram realizadas 12.806 viagens. Em abril deste ano, o novo Bike PE contabilizou 34.345 viagens. Neste mesmo período, o número de viagens realizadas por usuários assíduos subiu de 46% para 63%. Houve também um crescimento de 94% na compra de planos em relação ao mesmo período do ano passado.
Eu uso todos os dias para ir e voltar do trabalho. Desço do ônibus e pego na Estação Cais de Santa Rita, seguindo até a Ponte do Limoeiro. Na volta, faço o movimento inverso. Não tenho do que reclamar. O sistema melhorou 100% após a modernização. O que precisa mudar é a infraestrutura para os ciclistas na cidade porque muitos motoristas ainda não respeitam as bicicletas", Leandro Almeida, um dos usuários mais frequentes do Bike PE
Na leitura dos gestores do Bike PE, a confiabilidade no serviço depois da mudança de tecnologia é a razão de tanto sucesso. “As pessoas começaram a perceber que podem confiar no serviço. Que vão chegar na estação e encontrar as bicicletas. Que vão conseguir retirá-las sem dificuldade e que terão espaço para devolvê-las. Isso muda tudo”, analisa Tomas Martins. Por trás dos números positivos do Bike PE, a esperança de forçar a expansão do projeto com a ampliação do número de estações, a busca de novos parceiros – além do Itaú – e, o mais desejado, a ampliação da malha cicloviária, que no Recife é de apenas 40 quilômetros e quase sem conexão. “Eu uso todos os dias para ir e voltar do trabalho. Desço do ônibus e pego na Estação Cais de Santa Rita, seguindo até a Ponte do Limoeiro. Na volta, faço o movimento inverso. Não tenho do que reclamar. O sistema melhorou 100% após a modernização. O que precisa mudar é a infraestrutura para os ciclistas na cidade porque muitos motoristas ainda não respeitam as bicicletas. Também seria bom ver mais estações em outros bairros distantes do Centro. Ajudaria muita gente”, afirma Leandro Almeida, 27 anos, atendente de call center. SUCESSO NACIONAL, AINDA MAIOR NA CRISE DO COMBUSTÍVEL O sucesso do compartilhamento de bicicletas públicas é nacional. Todos têm registrado crescimento de utilização desde a mudança para a tecnologia canadense. Mas com a crise dos combustíveis, provocada pela greve dos caminhoneiros nos últimos dez dias, o uso praticamente explodiu. E o Bike PE foi o que registrou o segundo maior crescimento no uso dos chamados passes diários (338%) – quando o usuário paga para usar a bicicleta por apenas 24 horas, respeitando os 15 minutos de intervalo exigido entre as retiradas. Perdeu apenas para o sistema de Porto Alegre (RS), o Bike POA, que teve um crescimento dos passes diários de 2.275%. A explosão de utilização dos sistemas nos últimos dias, entretanto, tem como razão a promoção que o Banco Itaú e a Tembici resolveram fazer de baixar o passe diário para R$ 0,10 durante a crise do desabastecimento. O sucesso foi tanto que a promoção já foi ampliada até o dia 8 de junho. Em cinco dias de ação, de 24 a 28 de maio, houve um aumento de 299% na aquisição dos passes diários em relação ao período anterior, de 17 a 21 de maio, considerando todas as cidades com operação da Tembici em parceria com o Itaú (além do Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador). Nesse mesmo período, o Bike Itaú (que envolve todos os sistemas financiados pelo banco) registrou aumento de 179% de novos usuários, 50% de viagens e 87% de aquisição dos demais planos (de três dias, mensal e anual). A promoção dos R$ 0,10 também é válida para a praça de Belo Horizonte, operada pelo Itaú com a pernambucana Serttel. No caso do Bike PE, foram 15 mil viagens realizadas na semana passada, quando a greve dos caminhoneiros começou, 30% a mais do que a média semanal, e um acréscimo de 140% na adesão de novos usuários. CONFIANÇA QUE GERA NEGÓCIOS
Fotos: La Ursa Tours/Divulgação
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A confiabilidade que o Bike PE passou a oferecer depois da modernização, algo imprescindível para qualquer sistema de transporte, motorizado ou não, fez a diferença na vida profissional dos ciclistas (e cicloativistas) Roderick Jordão e Renata Gamelo. Eles passaram a utilizar as bicicletas públicas para ganhar dinheiro fazendo turismo sustentável no Recife e em Olinda. Criaram a La Ursa Tours e promovem passeios com grupos de até seis pessoas de bicicleta. Partem sempre de alguma estação do Bike PE, onde disponibilizam as bicicletas para os turistas, e seguem pedalando para conhecer alguns dos principais pontos turísticos das duas cidades. Um turismo sem motor. “Eu já fazia passeios com turistas, mas o uso da bicicleta não era confiável. Depois da modernização tudo mudou. Com a confiança no serviço, decidimos oficializar a La Ursa Tours e passamos a realizar os passeios diariamente, sem surpresas ou imprevistos”, afirma Roderick Jordão. Os passeios mesclam pedaladas e caminhadas. Uma rota inclui saídas de Boa Viagem até o Bairro do Recife, pelo Parque das Esculturas, e o Cais da Aurora, na área central da capital, e o outro sai do Bairro do Recife até o Sítio Histórico de Olinda. “Além da confiabilidade do Bike PE, é fundamental destacar a importância da infraestrutura cicloviária para estimular o turismo ciclável. Só criamos a segunda rota, do Bairro do Recife até Olinda, depois que o governo do Estado implantou o segundo trecho do Eixo Cicloviário Camilo Simões. Mesmo com falhas e limitações, sem ele não conseguiríamos fazer essa rota com os turistas”, pontua Jordão. Conheça a La Ursa Tours no www.laursatours.com.

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