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Rodoviários rejeitam proposta de negociar salário em 2022 e greve de ônibus pode estar mais perto no Grande Recife

A recusa foi votada em assembleia da categoria realizada na tarde desta quinta-feira (5/8)

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Roberta Soares

Publicado em 05/08/2021 às 18:13 | Atualizado em 05/08/2021 às 18:14
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Como esperado, os motoristas e cobradores de ônibus da Região Metropolitana do Recife rejeitaram a proposta dos empresários de ônibus de jogar para janeiro de 2022 as negociações sobre o reajuste salarial. A negativa foi votada em assembleia da categoria realizada na tarde desta quinta-feira (5/8), em Santo Amaro, área central do Recife. Com a rejeição, a possibilidade de paralisações e até mesmo uma greve do transporte público fica mais real.

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A recusa de levar a campanha salarial para o ano que vem foi aprovada nos dois turnos da assembleia, ambos realizados nesta quinta. Agora, segundo a assessoria de imprensa do Sindicato dos Rodoviários, a rejeição deverá ser protocolada junto à Urbana-PE (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco) nesta sexta-feira (6). E, a partir daí, é aguardar a próxima rodada de negociação entre trabalhadores e empresários. A expectativa é de que as duas categorias voltem a conversar na próxima semana.

A rejeição à proposta não foi surpresa. Alguns dos argumentos defendidos pelos rodoviários na convocação da categoria para a assembleia já deixavam claro a revolta diante da proposta de adiamento. “Os patrões estão lucrando na pandemia. Lucrando às custas de demissões de rodoviários, recebendo subsídio do governador, ganhando de presente a verba do VEM Social. Também receberam 8% de aumento das passagens de presente, têm economizado com a folha de pagamento colocando os trabalhadores para receber pela MP do governo federal e estão acabando com o SEI (Sistema Estrutural Integrado), que hoje só existe para quem usa o cartão VEM. Enquanto os patrões continuam a nadar em dinheiro, nós, trabalhadores, amargamos arrocho, inflação, carestia e mais exploração”, afirmou o Sindicato dos Rodoviários.

FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Em entrevista à Rádio Jornal horas antes da assembleia dos motoristas e cobradores, o presidente da Urbana-PE, Fernando Bandeira, minimizou a reação dos rodoviários e a possibilidade de uma greve de ônibus em breve - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

EXPECTATIVA POSITIVA

Em entrevista à Rádio Jornal horas antes da assembleia dos motoristas e cobradores, o presidente da Urbana-PE, Fernando Bandeira, minimizou a reação dos rodoviários e a possibilidade de uma greve de ônibus em breve. Argumentou que o setor empresarial fez apenas uma consulta ao Sindicato dos Rodoviários para adiar as negociações. A proposta não significaria, obrigatoriamente, o fim das conversas e, consequentemente, uma paralisação dos serviços na RMR. “A pandemia provocou dificuldades em todos os segmentos econômicos e no transporte público perdemos 75% da demanda que tínhamos em março de 2020, antes do início da crise sanitária. Hoje estamos com 60% da demanda de antes. Por esse motivo, fizemos uma consulta ao Sindicato dos Rodoviários se não seria mais produtivo se passássemos a negociação para janeiro de 2022. Logicamente que, se eu transfiro a discussão para janeiro, eu estarei pagando a inflação de 18 meses em vez de 12 meses”, colocou Bandeira.

O presidente da Urbana-PE explicou, ainda, que o setor empresarial segue aberto à conversar com os rodoviários. “Ainda teremos a segunda rodada de negociação. Devemos voltar a conversar no meio da próxima semana”, afirmou. Na visão de Bandeira, a proposta do setor foi coerente e deveria ser aceita pelos rodoviários. “Acredito que o bom senso deve prevalecer. A proposta que fizemos aos rodoviários é madura, correta, não estamos reduzindo a correção, daremos de julho a janeiro, e acredito que o presidente (Aldo Lima, presidente do Sindicato dos Rodoviários) vai ter a sensibilidade de defender isso perante a categoria. Mas, mesmo que não aceitem, não haverá necessariamente uma greve. Nós voltaremos a conversar. Neste momento não há nada de greve”, finalizou Bandeira.

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