COLUNA MOBILIDADE

Pernambucano se desliga da Secretária Nacional de Mobilidade após investigações do MPF e da PF

Thiago Pontes Queiroz deixou a superintendência do Metrô do Recife para assumir a pasta, que responde pela gestão de mais de 50% do total de contratos do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR)

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Roberta Soares

Publicado em 09/10/2021 às 20:17 | Atualizado em 09/10/2021 às 20:19
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Sistema precisaria de R$ 2 bilhões de investimento imediato. O déficit só de custeio é de R$ 300 milhões/ano - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

O pernambucano Thiago Pontes Queiroz não é mais o secretário Nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional e Urbano do governo federal. Pediu desligamento da função nesta sexta-feira (9/10), depois de ser citado em investigações sobre um suposto esquema de corrupção no Ministério da Saúde em 2018, quando ocupava o cargo de diretor de Logística.

A informação foi confirmada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). Tiago Queiroz pediu desligamento para se defender nas investigações que estão sendo feitas pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF). Segundo as suspeitas, o ex-secretário teria favorecido irregularmente a Global Gestão em Saúde, alvo atual das apurações da CPI da covid-19, realizada pelo Senado Federal.

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Tiago Pontes Queiroz pediu exoneração do Ministério do Desenvolvimento Regional nesta sexta (8) - MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Em 21 de setembro de 2021, Tiago Pontes foi alvo da Operação Pés de Barro, deflagrada pela PF para investigar irregularidades na compra de medicamentos pelo Ministério da Saúde. Além disso, o MPF no Distrito Federal instaurou inquérito civil em junho de 2021 para investigar possíveis irregularidades na nomeação de Tiago Pontes para o cargo de secretário Nacional de Mobilidade na gestão do presidente Jair Bolsonaro.

Já a Controladoria Geral da União (CGU) apura o sobrepreço de R$ 142 milhões na compra de tratores e máquinas agrícolas com recursos do Orçamento Secreto pela Secretaria Nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional e Urbano, já sob a gestão de Pontes. O escândalo ficou conhecido como “tratoraço”. Também são suspeitos de sobrepreço mais de 115 convênios na mesma gestão, ainda de acordo com a CGU. Tiago Pontes comandou por poucos meses o Metrô do Recife, em 2020, no auge da pandemia. E entre 2015 e 2016 foi gerente Regional de Administração e Finanças da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) no Recife.

Para quem não sabe, a Secretaria Nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional e Urbano trabalha com um orçamento anual de aproximadamente R$ 6 bilhões. É responsável pela gestão de contratos e financiamentos federais para sistemas de trens, metrôs e ônibus de alta capacidade, além de saneamento e urbanização.

Segundo o próprio MDR, responde pela gestão de mais de 50% do total de contratos do ministério e por aproximadamente 25% do valor total de investimentos que envolvem mais de 75% dos municípios brasileiros.

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