TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Obra de VLT para Copa do Mundo será desfeita para CONSTRUÇÃO de BRT; GASTOS consumidos impressionam

Pensado para a Copa do Mundo, VLT será desfeito antes de ter sido finalizado, para dar lugar a obra de BRT

Maria Mota
Cadastrado por
Maria Mota
Publicado em 08/03/2023 às 11:36 | Atualizado em 08/03/2023 às 11:50

Após deúncias do Ministério Público, uma obra de VLT, na Região Metropolitana de Cuiabá, no Mato Grosso, está sendo demolida para ceder espaço e recursos à contrução de uma via de BRT.

O projeto das obras ferroviárias, idalizadas para a Copa do Mundo no Brasil e nunca finalizadas, estava parado desde 2014, quando foram investigados casos de desvio de verba pela Polícia Federal.

O PROJETO

As obras do VLT estavam previstas para serem concluídas antes do início do Mundial de 2014: o projeto previa a instalação de 22 km de trilho.

Além disso, o VLT contaria 280 vagões, com peças importadas da Polônia e da Espanha, e a estimativa de transporte de cerca de 160 mil pessoas por dia.

Após as denúncias, as obras foram interrompidas por tempo indeterminado e o governador do Mato Grosso, Silval Barbosa, foi preso por participação no crime de currupção, com direito a delação premiada.

Na época, 6 dos 22 km de trilho previstos no projeto já tinham sido construídos na Região Metropolitana de Cuiabá.

OS CUSTOS 

Ao longo dos primeiros meses de execução, o projeto já havia consumido recursos que ultrapassavam R$ 1 bilhão.

Ao todo, os 280 vagões já comprados foram avaliados em R$ 500 milhões; os 6 km de trilho já edificados, que, agora, estão sendo destruídos, tiveram um custo de quase R$ 89 milhões, de acordo com os cálculos do consórcio.

As estruturas seguem armazenadas e preservadas pelo consórcio responsável pela implantação do VLT.

A gente faz toda a manutenção nos veículos, tanto a parte de zeladoria, manutenção preventiva, testes, engraxes, lubrificações, e a gente passa todos esses relatórios, protocola no governo do estado de Mato Grosso.
José Raimundo dos Santos, engenheiro de teste envolvido no projeto.

Em uma estimativa feita há cinco anos, o consórcio calculava que seriam necessários mais R$ 922 milhões para que as obras fossem finalizadas, se não tivessem sido interrompidas.

NOVAS OBRAS EM ANDAMENTO

Em 2017, o governo de Mato Grosso rompeu administrativamente o contrato com a empresa responsável pelo projeto.

Em 2020, o atual governador do estado, Mauro Mendes, anunciou que, no lugar da obra, seria realizada a substituição modal de VLT para BRT, com novos ônibus elétricos, sem data prevista para começar, na época.

Fizemos um estudo muito profundo com a participação de entes federais, do estado, de prefeituras, e chegamos à conclusão de que o BRT é moderno, eficiente e vai custar praticamente a metade do preço que nós gastaríamos só para terminar o VLT.
Mauro Mendes, governador do estado de Mato Grosso.

Após ter sido feita a licitação do novo projeto, o Ministério Público de Mato Grosso recebeu denúncias da prefeitura de Cuiabá, que é contrária à instalação do corredor de BRT.

Não há o menor bom-senso em dizer com BRT que está começando do zero é mais barato que o VLT, que já tinha 70% das obras executadas e boa parte dos seus recursos pagos.
Emanuel Pinheiro, prefeito de Cuiabá.

Apesar do embate jurídico, as obras destinadas ao novo projeto seguem em função do desmonte e reestruturação do projeto.

 

Citação

A gente faz toda a manutenção nos veículos, tanto a parte de zeladoria, manutenção preventiva, testes, engraxes, lubrificações, e a gente passa todos esses relatórios, protocola no governo do estado

José Raimundo dos Santos, engenheiro de teste envolvido no projeto.
Citação

Fizemos um estudo muito profundo com a participação de entes federais, do estado, de prefeituras, e chegamos à conclusão de que o BRT é moderno, eficiente e vai custar praticamente a metade do preço que nós

Mauro Mendes, governador do estado de Mato Grosso.
Citação

Não há o menor bom-senso em dizer com BRT que está começando do zero é mais barato que o VLT, que já tinha 70% das obras executadas e boa parte dos seus recursos pagos.

Emanuel Pinheiro, prefeito de Cuiabá.

Comentários

Últimas notícias