Com informações da Agência Estado
Um maquinista que trabalhava há 11 anos na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), o sistema de trens que conecta a Região Metropolitana de São Paulo, efetuou disparos com arma de fogo em uma sala na área interna da Estação da Luz, uma das principais do transporte sobre trilhos da capital paulista, localizada na região central, neste domingo (25/6), e atingiu dois colegas de trabalho. Após o crime, o homem fugiu e segue desaparecido.
Segundo informações da CPTM, as vítimas foram socorridas, mas uma delas, um supervisor de tração, não resistiu ao ferimento e morreu no Hospital da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. A segunda, um maquinista, levou o tiro no pé, foi levado a uma unidade do Hospital Sancta Maggiore e está sob cuidados médicos.
Não se sabe, ainda, as razões que levaram o maquinista a atirar contra os colegas. Segundo a Polícia Militar de São Paulo, testemunhas relataram que o autor dos disparos entrou na sala de funcionários com a arma escondida na mochila. Antes de atirar, teria dito "eu quero ver você tirar sarro".
"Lamentamos profundamente a trágica perda de um dos nossos colegas de equipe em um ato de violência chocante ocorrido ontem", disse a CPTM no Twitter nesta segunda-feira, 26, ao decretar luto. A ocorrência foi registrada no 2° DP, no Bom Retiro, e a CPTM disse em nota que está colaborando com a investigação policial para descobrir a motivação do crime e elucidar o caso.
"A Assistência Social da companhia está dando suporte aos familiares do supervisor que faleceu e acompanhando o maquinista ferido. A CPTM conta com diversos programas de incentivo ao bem-estar, como avaliação e acompanhamento psicológico, que no caso dos maquinistas é anual e obrigatória, além do plano de assistência médica com direito a consultas psicológicas", afirmou a companhia.
O funcionário ferido no pé é um maquinista com uma trajetória de 31 anos na empresa. Já o supervisor de tração, que faleceu, tinha 23 anos de experiência na CPTM.
ESTRESSE E CRÍTICAS ÀS CONDIÇÕES DE TRABALHO NA CTM
Nas redes sociais, a CPTM foi criticada pelas condições de trabalho dos profissionais. Alguns seguidores que parecem ser metroferroviários, reclamaram que falta apoio psicológico e associaram o caso ao estresse provocado pela privatização de parte da companhia pelo Estado de São Paulo.
"Merecemos muito mais do que um post de pesar. Precisamos de atenção, precisamos ser ouvidos, precisamos de atendimento psicológico de qualidade, somos a parte que leva outras vidas e somos a parte que mais sofre abusos psicológicos dentro da empresa", critica uma seguidora.
"Fomos submetidos a uma transferência forçada, trabalhamos todos os dias com a pressão de perdermos nossos empregos a qualquer momento, muitos colegas estão a beira de um colapso e precisam de uma atenção real de um psicólogo de verdade pq aqueles do exame periódico não estão nem aí com a gente".
"Hoje, no lugar do ocorrido, não tem uma equipe de apoio psicológico, só trabalhadores assustados com o ocorrido de ontem. A tração grita por socorro, precisamos de mais atenção. Não é a primeira vez que acontece uma tragédia em uma escala, da outra vez o colega se matou e agora matou outro e tentou matar mais gente, fora a saúde mental dele que, com certeza está em cacos, pra fazer isso...".
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