Os motoristas de ônibus da Região Metropolitana do Recife decidiram manter a greve da categoria durante o fim de semana e esperar o julgamento do dissídio coletivo pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6), programado para segunda-feira (31/7), às 9h.
Assim, o movimento, que já dura três dias e começou a ficar violento - com cenas de prisão e pneus de ônibus furados pela cidade - vai continuar. E poderá ser um dos mais longos entre todas as greves do transporte público no Grande Recife, chegando a seis dias de manifestações. Em assembleia realizada no início da tarde desta sexta-feira (28/7), os rodoviários aprovaram a continuidade da greve geral.
Em seguida, saíram da sede da entidade, em Santo Amaro, área central do Recife, até o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual. São 1,8 milhão de passageiros prejudicados diariamente pelo movimento.
A prisão do líder da categoria, Aldo Lima, por bloquear a saída de coletivos em uma garagem de ônibus, deu ainda mais força ao movimento. A assembleia reuniu mais motoristas do que as votações pelo movimento, na semana passada.
ALDO LIMA, PRESIDENTE DO SINDICATO DOS RODOVIÁRIOS, É PRESO NESTA SEXTA-FEIRA (28/7)
TERCEIRO DIA DE GREVE VIOLENTO
A greve dos motoristas de ônibus entrou no terceiro dia no Grande Recife com cenas de violência, o que reflete o impacto do prolongamento do movimento - que tem tido uma adesão forte da categoria e o desrespeito à determinação da Justiça de circulação de 60% da frota nos horários de pico da manhã e noite e de 40% nos restantes dos horários.
Nas primeiras horas da manhã desta sexta, o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima, foi detido pela Polícia Militar de Pernambuco ao impedir a saída de um coletivo na garagem do Consórcio Recife, na Zona Norte da capital.
As cenas foram gravadas. Aldo foi levado para a Central de Flagrantes da Polícia Civil, em Santo Amaro, e liberado após assinar um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) por desobediência e causar tumulto.
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GREVE DOS RODOVIÁRIOS VAI CONTINUAR: Motoristas de ônibus se reúnem em assembleia na tarde desta sexta-feira (28)
A Urbana-PE, inclusive, acusou Aldo Lima de ter provocado a prisão numa ação premeditada. “A operação do dia foi iniciada com uma ação premeditada da liderança rodoviária, que, já acompanhado do seu advogado e assessoria de imprensa, bloqueou a saída da frota de uma das empresas, desobecendo a decisão judicial que previa uso de força policial em caso de seu descumprimento”.
PIQUETES E PNEUS DE ÔNIBUS FURADOS
Além da prisão do líder sindical, outros atos de violência foram registrados nas primeiras horas do terceiro dia de movimento. Ônibus que circulavam pela cidade tiveram pneus furados e, segundo denúncia dos empresários, os atos estão sendo praticados pelos motoristas grevistas.
No fim da manhã, mais uma vez, os rodoviários fizeram bloqueios pela cidade e, no Derby, Centro do Recife, impediram a circulação dos ônibus e retiraram passageiros dos coletivos.
Confira a denúncia:
“A Urbana-PE informa que o Sindicato dos Rodoviários continua descumprindo determinações judiciais nesta sexta-feira (28). A operação do dia foi iniciada com uma ação premeditada da liderança rodoviária, que, já acompanhado do seu advogado e assessoria de imprensa, bloqueou a saída da frota de uma das empresas, desobedecendo a decisão judicial que previa uso de força policial em caso de seu descumprimento.
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Após o fato, seguiram-se várias ações de vandalismo orquestradas pelo sindicato visando impedir a circulação dos ônibus, novamente afrontando a determinação do TRT. Ônibus tiveram seus pneus esvaziados pelo Sindicato dos Rodoviários quando estavam em circulação, inclusive forçando o desembarque dos passageiros que estavam nos veículos.
Ao final da manhã nova paralisação ilegal foi realizada no centro do Recife. A Urbana-PE reitera que está tomando todas as medidas possíveis para restabelecer plenamente o serviço de transporte público por ônibus e espera rápido julgamento do dissídio coletivo da categoria para cessar os irreparáveis prejuízos causados à população e à economia local”.