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PRIVATIZAÇÃO METRÔ DO RECIFE: novos estudos sobre o futuro do METRÔ do RECIFE vão levar um ano. Entenda

A previsão foi dada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável por todo o processo técnico

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Roberta Soares

Publicado em 22/08/2023 às 13:20
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Os novos estudos sobre a recuperação e possível privatização do Metrô do Recife vão levar de nove a 12 meses para ser concluído pelo governo federal. A previsão foi dada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável por todo o processo técnico, durante audiência para discutir a crise provocada pelo sucateamento do sistema metroferroviário pernambucano, nesta segunda-feira (21/8).

Os estudos, inclusive, teriam novas premissas diferentes da orientação dada na primeira análise realizada também sob coordenação do BNDES, a partir de 2019, ainda na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Acreditamos que serão necessários de nove a 12 meses para que consigamos refazer os estudos com as novas premissas do PPI para, a partir daí, os encaminhamentos sejam feitos”, afirmou o chefe do Departamento de Estruturação de Projetos do BNDES, Arian Bechara.

O técnico, entretanto, não divulgou quais são as novas premissas do novo estudo, sob alegação de que eram informações internas e sensíveis. Chegou a ser questionado diretamente sobre o tema, mas não respondeu.

ESTUDOS PREVISTOS NO NOVO PAC

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Campanha dos metroviários do Recife está sendo veiculada em diversas mídias e coloca o presidente Lula contra a parede porque o metrô ainda segue na linha da privatização - Blog Imagem

O custo do novo estudo está previsto no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal, pacote de obras e estudos lançado no dia 11/8 e que prevê investimentos de R$ 1,7 trilhão em todos os estados do Brasil nos próximos quatro anos.

O sistema metroferroviário metropolitano vai receber R$ 4 milhões do novo programa, dentro do subeixo de mobilidade urbana sustentável, que serão utilizados para estudos sobre uma possível requalificação.

Além de pouco diante da dimensão dos problemas do metrô - que precisaria de R$ 2 bilhões a R$ 4 bilhões para se reerguer e ser expandido -, os recursos do Novo PAC são exclusivos para estudos. Assim, o Metrô do Recife segue no PND.

O sistema metropolitano transporta, atualmente, 176 mil passageiros por dia e enfrenta uma greve com adesão de 100% dos metroviários que foi decretada, suspensa e retomada na quinta-feira (11/8).

ENTENDA OS ESTUDOS FEITOS ATÉ AGORA SOBRE A CBTU E O METRÔ DO RECIFE

Roberto Stuckert Filho/DIVULGAÇÃO
Força-tarefa política visita infraestrutura do Metrô do Recife para ver o sucateamento de perto - Roberto Stuckert Filho/DIVULGAÇÃO
Roberto Stuckert Filho/DIVULGAÇÃO
Força-tarefa política visita infraestrutura do Metrô do Recife para ver o sucateamento de perto - Roberto Stuckert Filho/DIVULGAÇÃO
Roberto Stuckert Filho/DIVULGAÇÃO
Força-tarefa política visita infraestrutura do Metrô do Recife para ver o sucateamento de perto. O grupo visitou as instalações da CBTU no Recife, especialmente o Centro de Manutenção de Cavaleiro (CMC), onde existe um verdadeiro 'cemitério de trens' velhos - Roberto Stuckert Filho/DIVULGAÇÃO
GENIVAL PAPARAZZI/DIVULGAÇÃO
Políticos andaram de metrô no Recife para conhecer de perto a crise financeira do sistema pernambucano - GENIVAL PAPARAZZI/DIVULGAÇÃO
GENIVAL PAPARAZZI/DIVULGAÇÃO
Políticos andam de metrô no Recife para conhecer de perto a crise financeira do sistema pernambucano - GENIVAL PAPARAZZI/DIVULGAÇÃO

O BNDES participou da audiência pública realizada pela força-tarefa do Congresso Nacional que visitou as estruturas do Metrô do Recife para ver a crise enfrentada pelo sistema de perto. A presença do banco é fundamental na discussão porque o BNDES é o gestor do Fundo Nacional de Desestatização (PND), tendo obrigação legal para contratar consultorias e auditorias necessárias à desestatização das empresas que estão no programa.

E, em 2019, o Conselho do PPI (Programa de Parcerias e Investimentos) qualificou a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) no PND. Desde então, foram realizados três estudos, concluídos em dezembro de 2022 e entregues ao PPI. São esses estudos que agora serão revisados sob as tais novas premissas.

GENIVAL PAPARAZZI/DIVULGAÇÃO
Além de sucateado, o sistema está parado fora dos horários de pico devido a uma greve dos metroviários desde o dia 11/8 - GENIVAL PAPARAZZI/DIVULGAÇÃO
ARTUR BORBA / TV JORNAL
Metroviários avisaram que não iam cumprir a determinação judicial de operar o Metrô do Recife com 100% da frota de trens nos horários de pico - ARTUR BORBA / TV JORNAL

Foram duas análises sobre a desestatização e uma terceira para uma possível concessão do serviço público de transporte metroferroviário. “Desde a entrega, no fim de 2022, ficamos aguardando. Era transição de governo e não tivemos prosseguimento. Até que em junho deste ano o PPI determinou que os estudos fossem retomados com outras premissas. Atualmente estamos aditando os contratos com os consórcios para revisitá-los”, explicou Arian Bechara.

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