Por Carlyle Paes Barreto, da Coluna Planeta Bola
Lembra aquela propaganda na TV, baseada em poema de Carlos Drummond de Andrade? Dizia assim: João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili, que não amava ninguém. O desfecho não era legal - na publicidade, mais trágico ainda, acabando em morte decorrente da Aids. É o que vem ocorrendo no futebol brasileiro, com o troca-troca de treinadores.
Apaixonado repentinamente pelo Flamengo, Rogério Ceni amava o São Paulo, passou a amar o Fortaleza. Que amava Ceni e agora gosta de Chamusca. Que por sua vez terminou o relacionamento com o Cuiabá. Que certamente vai acabar com o namoro de alguém.
Algo que sempre fez e vai continuar fazendo parte do futebol. Pagou, leva. Sem cláusulas de barreiras para a mesma competição e sem freio de todas as partes envolvidas.
Na Série A, por exemplo, apenas três clubes mantêm suas paixões desde o começo do ano. Grêmio, Fluminense e São Paulo, mesmo entre tapas e beijos numa relação conturbada com Fernando Diniz.
Entre decepções, desilusões e traições, foram 26 trocas na temporada na elite do futebol brasileiro. Campeão da infidelidade, o Botafogo vai para a quarta tentativa. O Sport, três. Assim como Flamengo, Vasco e tantos outros.
Mais uma prova que o futebol brasileiro nunca é gerido com razão. É sempre com emoção, com paixão.
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