Quadrilha

Publicado em 12/11/2020 às 2:00
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Lembra aquela propaganda na TV, baseada em poema de Carlos Drummond de Andrade? Dizia assim: João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili, que não amava ninguém. O desfecho não era legal - na publicidade, mais trágico ainda, acabando em morte decorrente da Aids. É o que vem ocorrendo no futebol brasileiro, com o troca-troca de treinadores.

Apaixonado repentinamente pelo Flamengo, Rogério Ceni amava o São Paulo, passou a amar o Fortaleza. Que amava Ceni e agora gosta de Chamusca. Que por sua vez terminou o relacionamento com o Cuiabá. Que certamente vai acabar com o namoro de alguém.

Algo que sempre fez e vai continuar fazendo parte do futebol. Pagou, leva. Sem cláusulas de barreiras para a mesma competição e sem freio de todas as partes envolvidas.

Na Série A, por exemplo, apenas três clubes mantêm suas paixões desde o começo do ano. Grêmio, Fluminense e São Paulo, mesmo entre tapas e beijos numa relação conturbada com Fernando Diniz.

Entre decepções, desilusões e traições, foram 26 trocas na temporada na elite do futebol brasileiro. Campeão da infidelidade, o Botafogo vai para a quarta tentativa. O Sport, três. Assim como Flamengo, Vasco e tantos outros.

Nova prova que o futebol brasileiro nunca é gerido com razão. É sempre com emoção, com paixão.

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