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O negacionismo por trás da "gripezinha" que pegou até Bolsonaro

Em março, no início da pandemia, quando o Brasil registrava a morte de 10 pessoas, Bolsonaro fez duras críticas ao fechamento das escolas e do comércio, e disse que tudo não passava de uma "gripezinha" ou um "resfriadinho"

Romoaldo de Souza
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Romoaldo de Souza
Publicado em 08/07/2020 às 9:46 | Atualizado em 08/07/2020 às 10:03
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Presidente cancelou agenda por conta dos sintomas - FOTO: REPRODUÇÃO/TV BRASIL

Recente estudo promovido pela Universidade de São Paulo (USP), coordenado pelos professores Marcos Napolitano e Mary Anne Junqueira, debateu um fenômeno histórico que trazido para os dias de hoje é bem apropriado e nos dá importante suporte para analisar o comportamento do presidente da República.

Marcos Napolitano e Mary Anne Junqueira debatem o conceito do negacionista que, conforme os educadores, usa táticas bastante conhecidas entre os brasileiros, como “disseminação de falsidades e adulteração de fatos e processos históricos. O negacionismo é arma de determinados grupos políticos sectários. (…) Napolitano e Junqueira exemplificam no cenário mundial, a negação do Holocausto quando o nazismo perseguiu e matou milhões de judeus, durante a Segunda Guerra Mundial.

No Brasil, os educadores a USP dão como exemplo de negacionismo “a recusa da existência de tortura sistemática como parte do sistema repressivo do regime militar brasileiro” a partir do golpe de 31 de março de 1964.

Eu trouxe e recomendo o estudo dos educadores Marcos Napolitano e Mary Anne Junqueira para puxar pela memória de declarações do presidente Jair Bolsonaro a cerca do coronavírus.

Em março, no início da pandemia, quando o Brasil registrava a morte de 10 pessoas, Bolsonaro fez duras críticas ao fechamento das escolas e do comércio, e disse que tudo não passava de uma “grepezinha” ou um “resfriadinho”.

No final daquele mês, o presidente da República voltou a diminuir a importância do enfrentamento da doença dizendo “Vamos enfrentar o vírus com a realidade. É a vida. Tomos nós iremos morrer um dia."

Em abril o presidente chocou a boa parte dos brasileiros quando foi questionado sobre o avanço da doença, afirmando "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”.

Dia após dia, as atitudes do presidente foram sempre no sentido negacionista apesar da gravidade da doença que até esta terça-feira (7) tinha tirado a vida de 66.741 brasileiros e infectado 1.668.589 pessoas incluído o próprio presidente da República que ainda assim, comparou o vírus a uma chuva. Atinge a muitos.

Pense nisso!

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